Tensão global faz Ibovespa cair, mas dados da economia dos EUA amenizam as perdas
Os mercados seguem atentos aos atritos entre americanos e iranianos, preferindo adotar uma postura defensiva nesta segunda-feira. Nesse cenário, o Ibovespa segue em baixa

A escalada nos atritos entre os Estados Unidos e o Irã mantém os mercados globais em alerta nesta segunda-feira (6). Como resultado, o Ibovespa aparece no campo negativo desde o início do dia, embora tenha se afastado das mínimas.
Por volta de 17h05, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,74%, aos 116.831,90 pontos, após chegar a cair 1,22% no pior momento da sessão, aos 116.268,69 pontos. O dólar à vista, por outro lado, manteve-se perto do zero a zero, fechando em leve alta de 0,18%, a R$ 4,0629.
A melhora vista na bolsa brasileira ocorreu em paralelo com o movimento visto nos Estados Unidos: agora, o Dow Jones cai 0,04%, o S&P 500 sobe 0,13% e o Nasdaq avança 0,30% — os índices abriram o pregão com baixas firmes.
Os mercados continuam acompanhando atentamente o clima belicoso instaurado no Oriente Médio desde a semana passada, quando uma ação militar dos EUA resultou na morte do principal general do exército do Irã, Qassim Suleimani.
De lá para cá, as partes têm trocado repetidas ameaças, o que eleva o medo quanto a um conflito de maior proporções na região. E, sem saber quais podem ser os possíveis desdobramentos do episódio, o mercado opta por assumir uma postura mais defensiva.
As preocupações dos investidores, contudo, foram parcialmente compensadas pelos dados mais fortes da economia americana. O índice de gerentes de compras (PMI) subiu de 52 em novembro para 52,7 em dezembro — o indicador engloba os setores de indústria e serviços.
Leia Também
Petróleo em alta
A incerteza no Oriente Médio afeta especialmente o mercado de commodities, com o petróleo entrando numa trajetória de alta. O Brent com vencimento em março terminou a sessão com ganho de 0,45%, enquanto o WTI para fevereiro subiu 0,35%.
Essa valorização do petróleo acaba beneficiando as ações da Petrobras: os papéis PN (PETR4) sobem 1,25%, enquanto os ONs (PETR3) avançam 3,09% — na sessão passada, as ações da estatal fecharam nas mínimas.
Mas, apesar da menor pressão vista nesta segunda-feira, a Petrobras continua sendo acompanhada de perto pelos investidores, que temem pelo futuro da política de preços da companhia num cenário de disparada do petróleo em função das tensões internacionais.
O presidente Jair Bolsonaro declarou estar atento à movimentação da commodity e deu a entender que será necessário adotar algum mecanismo para compensar uma eventual alta nos preços dos combustíveis — uma fala que não foi bem recebida pelos mercados.
Juros em alta
A possibilidade de elevação no preço dos combustíveis, somada à leve alta no dólar e ao ambiente mais cauteloso visto nos mercados globais, desencadeou movimentos de ajuste positivo nas curvas de juros. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta segunda-feira:
- Janeiro/2021: de 4,51% para 4,52%;
- Janeiro/2023: de 5,78% para 5,82%;
- Janeiro/2025: de 6,42% para 6,47%;
- Janeiro/2027: de 6,75% para 6,79%.
BR Distribuidora e aéreas caem
BR Distribuidora ON (BRDT3) recua 5,96% e tem o pior desempenho do Ibovespa, em meio às notícias de que a Petrobras pretende vender toda a sua participação na empresa ainda no primeiro trimestre de 2020.
Quem também opera em queda são as ações de companhias aéreas: Gol PN (GOLL4) tem baixa de 4,48% e Azul PN (AZUL4) tem perda de 3,37% — a alta do petróleo implica em maiores gastos com combustível de aviação.
Confira as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira:
- Braskem PNA (BRKM5): +4,06%
- Petrobras ON (PETR3): +3,19%
- Qualicorp ON (QUAL3): +2,52%
- Yduqs ON (YDUQ3): +2,27%
- BB Seguridade ON (BBSE3): +1,59%
Veja também as cinco maiores quedas do índice:
- BR Distribuidora ON (BRDT3): -5,96%
- Gol PN (GOLL4): -4,48%
- Carrefour Brasil ON (CRFB3): -4,03%
- NotreDame Intermédica ON (GNDI3): -3,56%
- Azul PN (AZUL4): -3,29%
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores