Ibovespa fecha em maior nível desde 23 de janeiro e fica a 500 pontos de recorde
Dólar tem alta firme com efeito “overhedge” e envio de remessas internacionais, voltando à casa dos R$ 5,20

O Ibovespa aperta o ritmo para terminar o ano acima do seu recorde de fechamento. O principal índice acionário da bolsa brasileira, que já estava perto do topo, hoje deu mais um passo nessa direção.
O índice terminou a sessão desta segunda-feira (28) em alta de 1,12%, cotado aos 119.123 pontos, impulsionado por papéis de pesos-pesados, como Ambev e Eletrobras. As ações da Petrobras também avançaram, m meio à venda de participação em 12 campos terrestres no Polo Remanso, na Bahia.
Foi o maior patamar de encerramento do Ibovespa em uma sessão desde 23 de janeiro, quando terminou os negócios aos 119.527 pontos.
O índice, assim, está a 500 pontos de sua máxima histórica intradiária, que é de 119.593 pontos, registrado em 24 de janeiro.
O bom humor proveniente dos mercados internacionais sustentou o ânimo dos negócios e fez o índice flertar com o seu topo.
Esses fatores compensaram riscos locais que persistem sendo monitorados pelos investidores locais. O avanço da pandemia do coronavírus e as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro em torno do início da vacinação no Brasil ficam no radar.
Leia Também
Mas, voltando ao exterior — após meses de negociação, dois acordos acompanhados pelos mercados como novelas tiveram um desfecho feliz.
O primeiro desses acertos veio ainda na véspera de Natal, quando a União Europeia e o Reino Unido, enfim, fecharam um acordo comercial para após o Brexit.
Enquanto isso, na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou o pacote fiscal de US$ 900 bilhões, que deve socorrer a maior economia do mundo e injetar ainda mais liquidez no mercado.
Em Wall Street, os principais índices acionários à vista dos EUA avançaram no mínimo 0,8% — O S&P 500, que o Ibovespa acompanha mais de perto, subiu 1%.
Na Europa, o FTSE 100, principal índice da bolsa de Londres, teve a menor alta do dia, de 0,1%. Os principais índices de ações em Paris e em Frankfurt subiram ao menos 1,2%.
Quem sobe, quem desce
Após a divulgação de prévias operacionais melhor do que o esperado, a resseguradora IRB Brasil liderou as altas do índice nesta segunda.
Veja as principais altas do dia:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | 8,11 | 12,02% |
CIEL3 | Cielo ON | 3,81 | 7,93% |
WEGE3 | Weg ON | 75,50 | 3,97% |
CVCB3 | CVC ON | 19,68 | 3,91% |
HYPE3 | Hypera ON | 34,90 | 3,71% |
As ações da Usiminas recuaram, após a queda do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China. Os papéis da Gerdau também caíram, embora levemente — mesmo caso dos da Vale.
Papéis da Qualicorp lideraram as baixas. No mês, a ação ainda acumula alta de 6%. A empresa anunciou hoje que pagará R$ 34 milhões em juros sobre capital próprio.
Veja as principais baixas do dia:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇOS (R$) | VARIAÇÃO |
QUAL3 | Qualicorp ON | 35,21 | -1,59% |
GOLL4 | Gol PN | 24,25 | -1,18% |
USIM5 | Usiminas PNA | 14,46 | -1,09% |
MRFG3 | Marfrig ON | 14,54 | -0,95% |
BRKM5 | Braskem PNA | 23,03 | -0,90% |
Dólar chega a superar R$ 5,30, mas BC alivia estresse
O dólar teve uma sessão de alta firme hoje, em que a moeda chegou a superar o nível de R$ 5,30, disparando 2,5%.
No fim do dia, no entanto, já estava distante do seu pico intradiário, após o Banco Central realizar uma venda de dólar no mercado à vista.
Com isso, fechou em alta de 1,1%, cotado aos R$ 5,2382. No mês, refletindo a fraqueza global da moeda e frente a moedas emergentes, o dólar possui 2% de queda. No ano, no entanto, ainda sobe 30,6%.
Duas foram razões para a forte alta da moeda: um ajuste das posições dos bancos em dólar (efeito "overhedge") e o envio de remessas internacionais por parte de empresas.
O overhedge refere-se à proteção excessiva dos bancos em moeda estrangeira no exterior a fim de proteger o patrimônio dessas instituições. Isto é, se no exterior os bancos mantêm posições compradas em dólar (vendidas em real), por aqui, eles ficam vendidos em dólar (compradas em real).
O excesso de hedge tem a ver com o fato de as variações cambiais do patrimônio dos bancos lá fora não serem tributadas, mas as sobre ativos e passivos locais em moeda estrangeira, sim — o que força uma compensação ou uma proteção extra.
Segundo a legislação vigente, o overhedge precisa ser reduzido até o fim do ano, permitindo a sua diminuição em até 50% neste ano e 100% no ano que vem. Isso significa que os bancos passaram a reduzir suas posições vendidas em dólar, forçando-os a comprarem a moeda.
"Tivemos um fluxo pesado pela manhã de instituições financeiras realizando compras, o que levou o dólar a R$ 5,30, mas o Banco Central acalmou", diz Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti.
O BC anunciou a realização de um leilão de dólar no mercado à vista, o que reduziu a pressão pela moeda. Foram vendidos integralmente US$ 530 milhões, com a taxa de corte de R$ 5,2620. Foram aceitas três propostas, segundo o BC.
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
Carrefour Brasil (CRFB3): controladora oferece prêmio mais alto em tentativa de emplacar o fechamento de capital; ações disparam 10%
Depois de pressão dos minoritários e movimentações importantes nos bastidores, a matriz francesa elevou a oferta. Ações disparam na bolsa
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa
O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump
Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
Obrigado, Trump! Dólar vai à mínima e cai a R$ 5,59 após tarifaço e com recessão dos EUA no horizonte
A moeda norte-americana perdeu força no mundo inteiro nesta quinta-feira (3) à medida que os investidores recalculam rotas após Dia da Libertação
O Dia depois da Libertação: bolsas globais reagem em queda generalizada às tarifas de Trump; nos EUA, Apple tomba mais de 9%
O Dia depois da Libertação não parece estar indo como Trump imaginou: Wall Street reage em queda forte e Ibovespa tem leve alta
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Tarifas de Trump levam caos a Nova York: no mercado futuro, Dow Jones perde mais de 1 mil pontos, S&P 500 cai mais de 3% e Nasdaq recua 4,5%; ouro dispara
Nas negociações regulares, as principais índices de Wall Street terminaram o dia com ganhos na expectativa de que o presidente norte-americano anunciasse um plano mais brando de tarifas
Rodolfo Amstalden: Nos tempos modernos, existe ERP (prêmio de risco) de qualidade no Brasil?
As ações domésticas pagam um prêmio suficiente para remunerar o risco adicional em relação à renda fixa?
Efeito Trump? Dólar fica em segundo plano e investidores buscam outras moedas para investir; euro e libra são preferência
Pessimismo em relação à moeda norte-americana toma conta do mercado à medida que as tarifas de Trump se tornam realidade
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Natura &Co é avaliada em mais de R$ 15 bilhões, em mais um passo no processo de reestruturação — ações caem 27% no ano
No processo de simplificação corporativa após massacre na bolsa, Natura &Co divulgou a avaliação do patrimônio líquido da empresa
Dólar dispara com novas ameaças comerciais de Trump: veja como buscar lucros de até dólar +10% ao ano nesse cenário
O tarifaço promovido por Donald Trump, presidente dos EUA, levou o dólar a R$ 5,76 na última semana – mas há como buscar lucros nesse cenário; veja como
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Tarifaço de Trump aciona modo cautela e faz do ouro um dos melhores investimentos de março; IFIX e Ibovespa fecham o pódio
Mudanças nos Estados Unidos também impulsionam a renda variável brasileira, com estrangeiros voltando a olhar para os mercados emergentes em meio às incertezas na terra do Tio Sam
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real