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Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Projeções para a bolsa

“Não é trivial romper a barreira dos 100 mil pontos do Ibovespa”, diz Beker, do Bank of America

David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil, falou sobre sua visão para a economia global e o comportamento do Ibovespa nos próximos meses

Bank of America Ibovespa
Imagem: Shutterstock

Quando o Bank of America (BofA) me convidou para uma espécie de 'coletiva online' com David Beker, chefe de economia e estratégia no Brasil, eu não pensei duas vezes para aceitar: em meio ao aparente descolamento entre o Ibovespa e a realidade econômica, o timing para a conversa era particularmente interessante.

Afinal, para quem olha de fora, parece incompatível ver o índice aos 100 mil pontos ao mesmo tempo em que as projeções para o PIB do país apontam para uma queda de mais de 6% somente neste ano. O que há de tão otimista num cenário como esse?

Durante cerca de uma hora, Beker deu mais detalhes sobre sua visão a respeito da dinâmica dos mercados globais, dos impactos da pandemia à atividade global e das expectativas em relação ao futuro. E, considerando o cenário ainda nebuloso que temos adiante, ele mostrou-se moderadamente otimista quanto às perspectivas para o Ibovespa.

Em primeiro lugar: o cenário-base para o BofA é de Ibovespa em 100 mil pontos ao fim deste ano — no horizonte mais otimista, a bolsa poderá buscar os 110 mil pontos. Ou seja: considerando que o índice já ronda o nível dos três dígitos, não há tanto potencial de alta nos próximos meses, ao menos na visão do banco.

Isso, no entanto, não quer dizer que Beker esteja cético quanto ao potencial do Ibovespa. Pelo contrário: vale lembrar que, em março, o índice rondava os 60 mil pontos, engatando uma forte recuperação nos últimos meses. Assim, por mais que essa trajetória de alta dê uma estagnada no curto prazo, é preciso ressaltar que, no mínimo, teremos a manutenção desses ganhos.

Não é trivial romper a barreira dos 100 mil pontos no Ibovespa. Para isso, precisamos de uma confluência de fatores, globais e locais

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David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil

E, de fato, o índice tem encontrado alguma dificuldade para se sustentar acima dos 100 mil pontos: a marca foi reconquistada na última sexta-feira (10) e perdida já no pregão seguinte; nesta terça (14), o Ibovespa sobe e tenta novamente furar esse nível, mas sem mostrar forças — ao menos por enquanto — para ir muito além.

E o que é necessário para que o Ibovespa chegue aos 110 mil pontos, concretizando o cenário otimista do Bank of America? Segundo Beker, é preciso, em primeiro lugar, que os temores quanto a uma segunda onda do coronavírus se dissipem, dando maior visibilidade quanto ao futuro.

Ainda lá fora, ele destaca que a continuidade da expansão de balanço por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também daria um impulso importante ao mercado, através de políticas fiscais ou de novos pacotes de incentivo.

No lado doméstico, Beker aponta para a necessidade de uma onda de revisões positivas das estimativas de crescimento da economia e dos resultados corporativos — algo que os dados macroeconômicos de maio dão a entender que será possível muito em breve.

Por fim, seria fundamental uma evolução nas discussões políticas a respeito do ajuste fiscal: as medidas de auxílio financeiro emergencial em meio à pandemia provocarão um aumento do endividamento do governo, o que aumenta a ansiedade dos investidores quanto a uma espécie de "compromisso assumido" para a retomada dos esforços em prol das pautas econômicas.

O ruído político caiu muito no Brasil, e isso claramente tranquiliza o mercado. A discussão, agora, é se isso se traduz em uma agenda de reformas ou não, mas ainda não temos elementos para ter uma percepção completa.

David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil

Setores promissores

Dito isso, quais setores da bolsa brasileira são vistos com bons olhos por Beker e pelo Bank of America? Para o chefe de economia e estratégia da instituição, uma primeira área de destaque é o e-commerce: apesar dos ganhos recentes das ações desse segmento, ele ainda é tido como uma aposta sólida nas atuais circunstâncias.

Uma segunda boa opção é a área de commodities: o BofA vê a taxa de câmbio rondando os R$ 5,40 ao fim de 2020 e, nesse cenário de dólar mais alto, as empresas que vendem ao exterior são naturalmente beneficiadas. Mas não é só isso: com a economia global se recuperando e um aumento na demanda, companhias como JBS, BRF, Marfrig e Vale acabam ficando em evidência.

E o setor de bancos, que tem ficado para trás de uns tempos para cá? Para Beker, o segmento apresenta condições complexas: por um lado, o aumento no desemprego, as discussões sobre tributação e os juros baixos pressionam as instituições financeiras; por outro, o grande peso do segmento na composição do Ibovespa e os preços mais atrativos jogam a favor.

"Estamos underweight (abaixo da média) no setor de bancos, mas tem plays que gostamos mais que outros", diz Beker. "Ainda apostamos no consumo, no e-commerce e nas exportadoras".

Expectativas e surpresas

David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil
David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil

Mas a questão levantada no início do texto segue sem resposta: por que há esse descolamento entre o mercado e a economia real? Como o Ibovespa pode ter se recuperado tão rápido, mesmo num cenário longe de ser animador?

Há inúmeros fatores que ajudam a explicar o comportamento da bolsa. Em primeiro lugar, há o "fator expectativa": as previsões mais pessimistas em relação aos impactos econômicos da pandemia não se concretizaram, o que, por si só, ajuda a impulsionar a confiança dos investidores.

Em segundo, há a bazuca de dinheiro dos governos e bancos centrais, que liberaram enormes quantias de dinheiro para impedir o congelamento da economia global — e uma parte relevante dessas cifras veio para as bolsas, dando um empurrão importante para os mercados.

Esses dois pontos são amplamente debatidos pelos agentes financeiros. Beker, no entanto, destaca outras questões relevantes, em especial o comportamento dos fundos de ação: segundo o monitoramento do BofA, não houve uma saída massiva de recursos durante a crise — um comportamento relativamente surpreendente e que cooperou para a recuperação do Ibovespa.

Por fim, o chefe de economia e estratégia da instituição ainda lembra que, com os juros baixos, há uma natural migração dos investimentos em renda fixa rumo à bolsa, mas que esse movimento tem sido absorvido em parte pelas ofertas que vêm surgindo em número cada vez maior — via IPOs ou follow-ons.

Balanços e volatilidade

A projeção de Ibovespa a 100 mil pontos ao fim do ano não quer dizer que teremos meses tranquilos na bolsa daqui para frente. Para o BofA , a volatilidade tende a se fazer presente, tanto no Brasil quanto no exterior, uma vez que os mercados acionários não são mais uma "barganha".

"Conforme o mercado vai chegando nesse níveis mais elevados, ele também vai ficando mais sensível", diz Beker, citando as turbulências geradas pelo noticiário referente à segunda onda da Covid-19 como um gatilho para a realização de lucros.

Ele ainda pondera que a temporada de balanços do segundo trimestre de 2020 será importante para o mercado entender os impactos da pandemia sobre as diferentes empresas e setores, uma vez que o período de abril e junho foi o mais crítico em termos de interrupção de atividades.

"O segundo trimestre é o que a gente sabia que seria ruim, que seria o pior. Vai ser interessante olhar caso a caso", diz Beker, aconselhando os investidores a ficarem atentos a eventuais projeções a serem divulgadas pelas empresas para o restante do ano.

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