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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Balanço da bolsa

As melhores e piores ações do primeiro semestre

Apesar da recuperação recente do Ibovespa, índice ainda acumula perdas no ano, e apenas 15 das suas ações acumulam alta no semestre

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
5 de julho de 2020
12:16 - atualizado às 12:33
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Empresas mais ligadas ao e-commerce conseguiram se sair melhor na bolsa no semestre marcado pelas medidas isolamento social. Imagem: Shutterstock

Apesar da recuperação da bolsa brasileira nos últimos meses, o Ibovespa, principal índice da B3, ainda terminou o primeiro semestre de 2020 no negativo, com perda de 17,80%. De todos os indicadores e investimentos que acompanhamos aqui no Seu Dinheiro, a bolsa foi o que teve pior desempenho nos primeiros seis meses do ano.

As altas recentes ainda não foram suficientes para recuperar o baque do mês de março, quando os mercados entraram em pânico por conta da explosão dos casos de coronavírus no Ocidente. O Ibovespa começou 2020 acima dos 115 mil pontos e chegou a beirar os 120 mil na máxima do ano. Em março, o índice chegou a mergulhar para a casa dos 60 mil pontos, recuperando os 95 mil pontos ao final de junho.

No dia 30 de junho, apenas 15 papéis do Ibovespa tinham desempenho positivo em 2020. Apenas oito subiam dois dígitos. A seguir, você confere a lista das ações que mais subiram e mais caíram no primeiro semestre de 2020:

Ganhou quem está conseguindo sobreviver melhor à pandemia

Entre as maiores altas do ano estão várias empresas do setor varejista que viram as vendas on-line aumentarem após o início da pandemia, sobrevivendo melhor à crise do que os negócios menos ligados ao e-commerce. É o caso de B2W, Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Americanas.

Já a Weg, vista como uma empresa bastante defensiva, apresentou resultados fortes no primeiro trimestre mesmo com a crise. A companhia do setor industrial é forte exportadora e tem grande exposição a mercados que já vem apresentando recuperação, como a China.

Maiores perdas ficaram por conta dos setores mais afetados pelo isolamento social

Na outra ponta do desempenho do índice, vemos empresas dos setores mais impactados pela pandemia de coronavírus, como o de turismo e aviação civil: Azul, CVC, Embraer e Gol.

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A CVC e a Embraer ainda tiveram alguns problemas corporativos particulares. A CVC sofreu com a recuperação judicial da Avianca e, no fim do ano passado, anunciou erros contábeis em seu balanço, que poderiam reduzir a receita líquida entre os anos de 2015 e 2019. Até agora a companhia ainda não divulgou o balanço do quarto trimestre de 2019.

Já a Embraer viu desfeito, pela Boeing, o acordo de criação de uma joint venture entre as duas companhias, obrigando a brasileira a correr para se reestruturar.

Pelo menos uma ação de administradora de shopping centers também se encontra entre as maiores quedas, a BR Malls. Por conta das medidas de isolamento social, os shoppings tiveram que suspender a maior parte das suas atividades, e nem todos conseguiram ainda retomá-las.

Já o IRB é uma novela à parte. Apenas neste ano, a resseguradora se viu enredada em uma história de fraude e outra de fake news envolvendo a Berkshire Hathaway, companhia de investimentos de Warren Buffett.

Primeiro, a gestora carioca Squadra acusou que o balanço da companhia vinha sendo inflado por itens não recorrentes; depois, vazou para a imprensa a história de que a Berkshire teria aumentado participação na companhia, o que não era verdade (a Berkshire nem tinha ações do IRB), mas não foi negado pelo IRB; depois, a diretoria da empresa caiu e, por fim, a nova diretoria acabou admitindo que houve fraude no balanço e dizendo que identificou e demitiu os responsáveis pela fake news.

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