Apesar da pandemia, volume de ofertas de ações e número de IPOs apresentam crescimento em 2020
Nos três primeiros trimestres, volume de ofertas de ações cresceu 20% ante o mesmo período do ano passado; queda na captação de empresas se deu pelo lado da renda fixa
O ano de 2020 até que não está tão ruim para o mercado de capitais, se considerarmos todos os desafios que a pandemia de coronavírus tem imposto às economias e às vidas das pessoas.
Segundo dados divulgados na manhã de hoje pela Anbima, a entidade que representa as empresas do mercado de capitais, o volume captado em ofertas de ações nos três primeiros trimestres de 2020 supera em 20,5% o volume do mesmo período do ano passado.
Foram captados R$ 69,2 bilhões em ofertas de ações até setembro, sendo R$ 13,8 bilhões em IPOs (ofertas públicas iniciais) e R$ 55,4 bilhões em follow-ons (ofertas subsequentes, feitas por empresas que já tinham ações negociadas em bolsa).
No mesmo período do ano passado, foram R$ 57,5 bilhões em ofertas, sendo apenas R$ 4,5 bilhões em IPOs e R$ 52,9 bilhões em follow-ons. Já em 2018, o volume total captado nos três primeiros trimestres foi de apenas R$ 9,2 bilhões.
"Os mercados surpreenderam positivamente em meio à pandemia", disse Sergio Goldstein, vice-presidente do Fórum de Mercado de Capitais e presidente da Comissão de Renda Fixa da Anbima, durante apresentação dos números à imprensa.
Maior parte das ofertas foi primária
E a natureza das ofertas é um bom sinal. Mais da metade (R$ 38,7 bilhões) das ofertas foi primária, isto é, os recursos captados foram para o caixa das empresas.
Leia Também
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
As ofertas secundárias, em que os recursos vão para o bolso dos acionistas da companhia, totalizaram R$ 30,5 bilhões, sendo que nesse bolo entram aquelas ofertas feitas, por exemplo, pelo BNDES, na sua política de desinvestimentos. Ou seja, não se trata simplesmente de um acionista "pulando fora" do negócio e se desfazendo das suas ações porque acha que elas já subiram o que tinham para subir.
No ano passado, por exemplo, essa relação foi invertida. As ofertas secundárias corresponderam a R$ 39,4 bilhões, enquanto as primárias responderam apenas por R$ 18,1 bilhões.
Os números trimestrais, inclusive, mostram a forte recuperação do mercado de ações brasileiro após a crise vista em março. No terceiro trimestre, foram captados R$ 32,4 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em ofertas primárias, sendo que no segundo trimestre as ofertas totalizaram apenas R$ 5,7 bilhões, todas primárias. Em volume, o terceiro trimestre de 2020 foi quase tão bom quanto o de 2019.
Se considerados os 11 IPOs já realizados no ano, mais as sete aberturas de capital em andamento e as 48 que estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ano de 2020 já tem o maior número de IPOs desde o ano recorde de 2007, quando foram realizados mais de 60 IPOs.
Se todas essas ofertas vão sair do papel são outros quinhentos. De fato, apesar do alto volume emitido neste ano e da recuperação vista no terceiro trimestre, houve uma piora recente do mercado, o que deixa o desempenho do quarto trimestre mais incerto.
Nem tudo são flores
Mas se 2020 não foi tão ruim quanto poderia ter sido com a pandemia, também não foi tão bom quanto poderia ter sido sem ela. É possível sim ver nos números da Anbima o impacto negativo que a crise provocou nos mercados financeiros.
O total de emissões de volumes mobiliários nos três primeiros trimestres caiu mais de 20% ante o mesmo período do ano passado, e a "culpada" foi a renda fixa. Foram emitidos R$ 236,9 bilhões até setembro de 2020, contra R$ 301,6 bilhões até setembro de 2019.
O volume emitido de títulos de renda fixa e instrumentos híbridos no mercado doméstico (que incluem, por exemplo, fundos imobiliários e FIDCs) passou de R$ 244,1 bilhões nos três primeiros trimestres de 2019 para R$ 167,7 bilhões nos três primeiros trimestres de 2020, uma queda de 31,3%.
A maior queda se deu no mercado de debêntures (títulos de dívida de empresas), uma vez que o volume de emissões dos demais instrumentos ficou em linha com o ano passado. Foram captados apenas R$ 73,5 bilhões com debêntures até setembro de 2020, contra R$ 135,8 bilhões no mesmo período do ano passado e R$ 118,2 bilhões no mesmo período de 2018.
O perfil dos subscritores de debêntures também refletiu o apetite menor nesse mercado. No caso das debêntures tradicionais (sem incentivos tributários), mais de 80% dos subscritores foram intermediários e participantes ligados à oferta, como bancos e corretoras que, eventualmente, devem vender esses papéis para clientes.
A participação dos fundos de investimento nas subscrições caiu de 59,2% no ano passado para apenas 13,4%. No mercado de debêntures incentivadas, que financiam projetos de infraestrutura, ocorreu fenômeno semelhante. A participação de intermediários e participantes ligados à oferta entre os subscritores foi de 56,3%, ante 21,4% nos três primeiros trimestres do ano passado. Já a participação dos fundos caiu de 35,7% no ano passado para 22,9% neste ano.
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ações do Alibaba caem 2% em Nova York após melhora dos resultados trimestrais. Por que o mercado torce o nariz para a gigante chinesa?
Embora o resultado do grupo tenha crescido em algumas métricas no trimestre encerrado em setembro, ficaram abaixo das projeções do mercado — mas não é só isso que explica a baixa dos ativos
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos
Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?
Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco