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Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.
Bear Market nunca mais?

Pior da crise para os mercados pode ter ficado para trás, diz Goldman Sachs

Alívio na curva de contágio e atuação de autoridades para resgatar economia fizeram S&P 500 subir 25% desde entrada em bear market; sem novo surto do coronavírus, dificilmente o índice chegará a novo “fundo do poço”

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
13 de abril de 2020
17:11 - atualizado às 19:11
painel de ações
Imagem: Shutterstock

O pior para os mercados já pode ter passado — ou pelo menos é o que diz o Goldman Sachs.

Uma equipe de estrategistas do banco, liderada por David Kostin, escreveu em nota nesta segunda-feira (13) dizendo que o atual patamar do S&P 500 mostra a reação dos ativos à política econômica contra a pandemia do novo coronavírus.

Se essa postura das autoridades se mantiver e não houver um novo surto da doença nos Estados Unidos, dificilmente haverá outra rodada de queda do índice para os 2 mil pontos, diz o banco.

O otimismo do Goldman Sachs encontra sua razão de ser, parcialmente, na política americana. Segundo o banco, houve um "apoio político sem precedentes" ao programa de emergência para estimular e salvar a economia de uma severa depressão.

Aliado a isso, está o achatamento da curva de contágio em Nova York, o que gerou uma diminuição significativa do risco de queda para os mercados americanos — e, claro, para a economia do país.

A combinação dos fatores fez com que o S&P 500 subisse 25% desde 23 de março, ocasião em que alcançou as mínimas após ter tombado 34%, tirando o índice do bear market.

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De acordo com os analistas, dados médicos apontaram que a curva de transmissão teve uma "inflexão" em Nova York e alguns países europeus, o que animou o mercado acionário e levou o S&P 500 a subir 12% na semana passada — 7% só na segunda-feira (06).

"Numerosas e cada vez mais poderosas ações políticas", segundo o relatório, estimularam os investidores de ações a adotarem postura de apetite ao risco. Aqui, o Goldman cita a atuação do banco central americano, o Federal Reserve, reduzindo a taxa de juros e pondo em prática medidas de financiamento, e também medidas de estímulo fiscal.

"Nossa meta de S&P 500 no final do ano permanece em 3 mil pontos", diz a equipe, na nota. A meta representa uma alta de 8% em relação ao atual patamar do índice americano.

"Surpreendentemente, o maior choque para a economia global em 90 anos deixou as ações apenas 18% abaixo dos recordes de meados de fevereiro e aproximadamente em linha com o preço de mercado em junho de 2019, há apenas 10 meses", diz o Goldman.

Se os EUA não sofrerem uma segunda onda de infecções após a reabertura da economia, a postura de "fazer o que for preciso" para sustentar a economia, adotada pelos formuladores de políticas, demonstra que "é improvável" que o mercado de ações alcance novas mínimas, de acordo com o relatório do banco.

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