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Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.
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BTG Pactual recomenda compra de Vale, JBS e Minerva para navegar a crise

Companhias aéreas, varejistas e empresas com dívida em dólar sem proteção à variação cambial devem sofrer mais os impactos da crise, diz o BTG

Celular mostra tela com logo da mineradora Vale
Imagem: Shutterstock

Vale, JBS e Minerva são as escolhas preferenciais do BTG Pactual no mercado acionário do Brasil em meio à forte valorização do dólar, alimentada pela crise do novo coronavírus, escreveram Carlos Sequeira e Osni Carfi em relatório.

Neste cenário, manter papéis de exportadoras específicas — que se beneficiam da situação porque tem seus custos em real, mas suas vendas em dólar — na carteira como forma de exposição à variação da moeda é recomendado, disseram os analistas.

Segundo o BTG, "faz sentido" da mesma maneira estar exposto a ações de empresas ligadas à China, já que o país, epicentro inicial do coronavírus, também será o primeiro a se recuperar do choque negativo do coronavírus.

A demanda pelos produtos dessas três empresas, no caso, "é relativamente inelástica e o mundo não tem oferta de carne suficiente", diz o BTG. "Elas também diminuíram a alavancagem e melhoraram a liquidez do balanço patrimonial nos anos recentes."

Enquanto isso, companhias aéreas como Gol e Azul são as mais prejudicadas por um dólar alto, uma vez que o grosso de seus custos é em dólar, mas as suas vendas ocorrem em real — além de sofrerem com uma massiva redução na demand apor seus serviços.

A M. Dias Branco também deve sofrer o impacto da alta da moeda, posto que a maioria de seus custos em dinheiro são dolarizados, enquanto seus produtos são vendidos localmente, diz o banco. Entre as varejistas, Renner (com custo de produtos vendidos de 25%) e C&A (de 28%) também devem ter suas margens pressionadas, considerando que possuem parte de seus custos em dólar.

Outros perdedores da crise são companhias com dívida denominada em dólar sem proteção à variação cambial. Este é o caso de empresas como Oi (com 53% da dívida em dólar), Sabesp (49%) e Cemig (43%), diz o BTG.

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