🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Gestoras

Fundo Verde reafirma visão construtiva com economia e mercado de ações

Stuhlberger e equipe dedicam carta de junho a explicar discordância entre a perspectiva da gestora e o atual consenso de mercado sobre retomada do crescimento

Eduardo Campos
Eduardo Campos
10 de julho de 2019
14:43 - atualizado às 15:27
Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde
Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde - Imagem: Leo Martins

Em maio, a carta de gestão do Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, falou em um excesso de pessimismo com o crescimento econômico brasileiro. Agora, o documento de junho se dedica a explicar o que leva a casa de gestão, conhecida pela cautela, a discordar da perspectiva média do mercado e reafirmar visão positiva para o mercado de ações.

“Em suma, estamos otimistas com o ritmo da atividade econômica neste e no próximo ano. Vemos uma clara não-linearidade à vista em relação ao crescimento, com aceleração que certamente não está refletida no preço dos ativos”, diz o documento.

Os gestores da casa também enxergam um grande espaço para a retomada cíclica, que inclusive já está em curso, liderada pela demanda doméstica.

“Essa convicção, apesar das altas observadas até aqui no ano, nos mantém bastante positivos com as perspectivas do mercado acionário brasileiro.”

O crescimento de longo prazo, diz a gestora, também deve se beneficiar de outra força complementar que foi não explorada em detalhe ao longo da carta: a explosão do mercado de capitais e redução do custo do crédito no país, consequência natural das taxas de juros estruturalmente mais baixas no Brasil.

“Estamos apenas no início de um novo ciclo de crédito, impulsionado pela criação de novas fintechs que aumentam a competição e reduzem spreads, alimentado por novas emissões de títulos no mercado de capitais”, diz a carta.

Leia Também

Consequências desse movimento já aparecem na redução do custo de funding, por enquanto restrito às grandes empresas, mas a gestora acredita que ao longo do tempo deve se espalhar por outros setores, especialmente para as pequenas e médias empresas, e depois para o crédito das pessoas físicas.

“A combinação de taxas de juros longas muito mais baixas, com quedas dos spreads de crédito, e aumento dos volumes no mercado de capitais, deve ser bastante poderosa para agir como acelerador do ciclo de crescimento da economia brasileira.”

Os gestores acreditam que muitos analistas, por razoes cíclicas, estão ancorando suas expectativas de crescimento em níveis muito baixos, “justo quando podemos estar as portas de uma aceleração mais robusta”.

“De certa maneira, nos lembra a experiência de 2009-2011 nos Estados Unidos, quando muita gente se convenceu que não havia crescimento robusto possível após a crise, o pessimismo permanente virou uma indústria, e os estímulos monetários e creditícios eram vistos sob a luz do ditado ‘você pode levar o cavalo até a água, mas não pode obriga-lo a bebê-la’”, conclui a carta.

Motivos para discordância

Superada a reforma da Previdência, a gestora avalia que as atenções se voltam para as perspectivas do crescimento do Brasil. Após cair quase 8% entre 2015 e 2016, o PIB cresceu a ritmo médio de 1,4% ao ano, ou apenas 0,5% quando considerados apenas os últimos quatro trimestres. “A permanência desse cenário inviabiliza qualquer trajetória sustentável da dívida pública, mesmo com o endereçamento do problema previdenciário.”

O documento lembra que os anos de 2018 e 2019 não têm em comum apenas o crescimento baixo, mas também a frustração de expectativas de resultados mais robustos. Projeções de crescimento que estiveram acima de 2,6% estão na casa dos 0,8% e há projeções ainda menores no mercado, como 0,5% e casas falando em recessão técnica ou PIB zero.

Para os gestores do Verde, as seguidas frustrações fizeram com que boa parte dos analistas “jogasse a toalha”. Para a casa de gestão, os diagnósticos para o comportamento da atividade no pós-crise passaram a misturar fatores conjunturais, como fim do expansionismo fiscal e para-fiscal, elevado desemprego, excesso de capacidade ociosa, com estruturais (gargalos de infraestrutura, baixa educação, má alocação de capital e estagnação da produtividade).

Além disso, muitos questionam se a política monetária, de fato, se encontra no campo expansionista, dado juros em níveis historicamente baixos e “aparente” falta de reação do crescimento.

Investimento

De acordo com os analistas do Verde, a suposta estagnação do investimento estaria relacionada à elevada ociosidade do setor industrial, às incertezas de crescimento, à redução do balanço do BNDES, às dificuldades das empreiteiras, às incertezas políticas, entre outros fatores.

Na carta, é apresentada uma análise considerando duas dinâmicas bem distintas ocorrendo simultaneamente no investimento. No segmento de construção a avaliação é que ele ainda segue em recessão, mas algumas perspectivas favoráveis para lançamento de imóveis. No lado de infraestrutura não se espera perda de dinamismo adicional.

Máquinas e equipamentos

De acordo com a carta, se a construção segue patinando, o mesmo não se pode dizer dos investimentos em máquinas e equipamentos, que respondem por 40% de todo investimento e 7% do PIB.

Essa foi a modalidade mais atingida com a crise, acumulando queda de 40% entre 2014 e 2016. Contudo, desde 2017, as compras de bens de capital têm se recuperado em ritmo acelerado, crescendo 4,0% em 2017, acelerando para 9, em 20181 e 13% nos primeiros cinco meses de 2019.

“Vale frisar que a expansão do investimento em máquinas vai contra as teses de impossibilidade de crescimento decorrente de excesso de capacidade instalada, baixa confiança, mudança de postura do BNDES e ineficácia da política monetária”, diz o documento

Além disso, dois outros pontos são destacados. O primeiro é que, mesmo com essa expansão robusta, as vendas seguem mais de 15% abaixo do nível pré-crise. A retomada se dá em base muito deprimida, e boa parte desses investimentos busca apenas repor a depreciação acumulada nos últimos anos. Portanto ainda há um longo espaço para crescimento.

O segundo ponto é que a retomada em curso se dá em ambiente conturbado, particularmente em 2018, com greve dos caminhoneiros e incerteza eleitoral, que geraram forte aperto das condições financeiras. Mas desde a definição das eleições, as taxas de juro recuaram sensivelmente, movimento intensificado nos últimos meses com a mudança de postura dos principais bancos centrais do mundo, e o encaminhamento favorável das reformas.

Consumo das famílias

O fundo lembra que o consumo das famílias tem padrão muito menos volátil que o investimento e se concentra na abertura dos dados, que revelam dinâmicas distintas.

A demanda de bens duráveis, que responde por aproximadamente 10% do consumo das famílias (6,4% do PIB), tem comportamento quase idêntico ao investimento em máquinas e isso não é coincidência.

Historicamente, diz o Verde, não só no Brasil como em todo mundo, as duas séries são altamente correlacionadas e isso é natural por refletirem a mesma decisão: adquirir um bem para o fornecimento de fluxo de serviços ao longo do tempo.

O consumo de duráveis vem numa trajetória robusta e consistente de retomada. O consumo de semi e não-duráveis também vem retomando, sempre tendo em mente que a queda foi menos acentuada. Além disso, a base de crescimento de 2018 vem sobre números fortes de 2017, estimulados pela liberação de R$ 40 bilhões de contas inativas do FGTS.

Apesar disso, nota o fundo, a dinâmica do varejo tem sido bem mais fraca do que aquela esperada, se considerarmos a situação da renda das famílias. Houve mudança no padrão, com menor alocação de renda para consumo desde 2012.

Essa tendência reflete, em grande medida, um processo de desalavancagem das famílias, que entraram na crise bastante endividadas. Se observa melhora a partir de 2016, mas ainda há bastante espaço para crescimento do consumo sem a necessidade de grande expansão da massa salarial.

Além disso, os analistas consideraram que o processo de desalavancagem terminou, e estamos no início de um novo ciclo de crédito. “Em resumo, as perspectivas do consumo para 2019 e além seguem favoráveis.”

Perspectivas para 2019

Para os gestores da Verde, depois dessa avaliação toda, a pergunta que resta é: diante de quadro tão benigno, o que estaria por trás da forte revisão do cenário de crescimento em 2019?

No cenário da casa seriam três os pontos principais: O primeiro é a indústria extrativa que sofreu os impactos de Brumadinho. O segundo ponto é a construção, que teve firme retração na abertura do ano. Por fim, houve surpresa negativa, também, com as exportações industriais. Depois do colapso argentino outros demandantes também perderam ímpeto. Aliás, esse é o maior risco ao cenário da casa.

Esses três fatores retiraram quase 1 ponto percentual do PIB no primeiro trimestre e do ano, mas daqui por diante, a projeção e de que a dinâmica do PIB, na margem, seja conduzida cada vez mais pela demanda doméstica, o que se refletirá em taxas de crescimento mais robustas do que as observadas no passado recente.

Além disso, o Verde lembra que a economia ainda sofreu no começo do ano impactos residuais do aperto das condições financeiras vindo das incertezas de 2018, com a greve e depois a eleição.

“As condições desde então se tornaram estimulativas e devemos ver impactos favoráveis já no curto prazo, podendo inclusive surpreender no crescimento do segundo trimestre, para o qual o mercado e o Banco Central projetam crescimento nulo ou até mesmo negativo.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INVESTINDO EM MEIO AO CAOS

“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora

9 de abril de 2025 - 9:14

Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed

9 de abril de 2025 - 8:45

Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China

OS PLANOS DO CEO

CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3

8 de abril de 2025 - 16:56

A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve

LADEIRA ABAIXO

Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos

8 de abril de 2025 - 15:52

Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)

TÁ PEGANDO FOGO

Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6

8 de abril de 2025 - 15:03

Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles

OPORTUNIDADE?

Minerva (BEEF3): ações caem na bolsa após anúncio de aumento de capital. O que fazer com os papéis? 

8 de abril de 2025 - 12:16

Ações chegaram a cair mais de 5% no começo do pregão, depois do anúncio de aumento de capital de R$ 2 bilhões na véspera. O que fazer com BEEF3?

PITACO

Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído

8 de abril de 2025 - 10:39

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho

8 de abril de 2025 - 8:15

Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento

MULTIPLICANDO A CARNE

Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?

7 de abril de 2025 - 19:29

Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação

ENGORDOU A FORTUNA

Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025

7 de abril de 2025 - 16:03

O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta

BILIONÁRIO COM APETITE RENOVADO

Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3

7 de abril de 2025 - 12:14

Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel

MAIS PROVENTOS NO FUTURO?

Equatorial (EQTL3): Por que a venda da divisão de transmissão pode representar uma virada de jogo em termos de dividendos — e o que fazer com as ações

7 de abril de 2025 - 12:09

Bancões enxergam a redução do endividamento como principal ponto positivo da venda; veja o que fazer com as ações EQTL3

ELEITORES ARREPENDIDOS?

Bilionário Bill Ackman diz que Trump está perdendo a confiança dos empresários após tarifas: “Não foi para isso que votamos”

7 de abril de 2025 - 12:02

O investidor americano acredita que os Estados Unidos estão caminhando para um “inverno nuclear econômico” como resultado da implementação da política tarifária do republicano, que ele vê como um erro

MERCADOS HOJE

Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global

7 de abril de 2025 - 10:58

O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada

Todo mundo em pânico

Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997

7 de abril de 2025 - 6:52

Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed

conteúdo BTG Pactual

Brasil x Argentina na bolsa: rivalidade dos gramados vira ‘parceria campeã’ na carteira de 10 ações do BTG Pactual em abril; entenda

5 de abril de 2025 - 12:00

BTG Pactual faz “reformulação no elenco” na carteira de ações recomendadas em abril e tira papéis que já marcaram gol para apostar em quem pode virar o placar

DIA 75

“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais

4 de abril de 2025 - 19:45

Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada

4 de abril de 2025 - 17:01

Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida

ELE NÃO PARA

O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora

4 de abril de 2025 - 16:35

O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA

ESPERAR PARA VER

A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo

4 de abril de 2025 - 14:00

O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar