Investimento no Tesouro Direto desacelera em julho; títulos prefixados foram os mais rentáveis do mês
Dentre os títulos disponíveis para venda, três tiveram retorno negativo no mês, incluindo o mais rentável do ano, que acumula alta de 45% em 2019
O investimento no Tesouro Direto desacelerou em julho em comparação ao mês de junho, mostram os dados do balanço divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (27). Os investimentos totalizaram R$ 2.656,8 milhões, contra R$ 2.679,9 milhões em junho.
Já os resgates totalizaram R$ 2.216,0 milhões em julho, frente a apenas R$ 1.683,2 milhões no mês anterior. Em julho, houve vencimento de títulos, que totalizaram resgates no valor de R$ 92,2 milhões.
Com isso, a emissão líquida em julho totalizou R$ 440,7 milhões, contra R$ 996,7 milhões em junho.
O número de investidores cadastrados aumentou de 157.858 para 227.680, totalizando 4.578.915 de participantes, uma alta de 91% em 12 meses; mas nem todos os novatos se dispuseram a colocar dinheiro no Tesouro Direto em julho. Foram apenas 36.373 investidores ativos a mais, contra 37.898 novos investidores ativos em junho.
Ao final de julho, o programa de compra e venda de títulos públicos do Tesouro Nacional totalizou 1.109.363 de investidores ativos, crescimento de 74,4% em 12 meses.
Títulos prefixados foram os mais rentáveis
Dentre os títulos disponíveis para venda, os prefixados foram os mais rentáveis de julho. O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 teve o maior rendimento, com valorização de 2,09%, seguido do Tesouro Prefixado 2025 (+1,92%) e do Tesouro Prefixado 2022 (+1,34%).
Os títulos de longo prazo indexados à inflação, no entanto, viram quedas nos seus preços, motivadas pela alta nos juros futuros de mesmo prazo. O título mais rentável do ano, que valorizou 45% em 2019, teve desvalorização de quase 2% em julho. Trata-se do Tesouro IPCA+ 2045, que acumula alta de quase 80% em 12 meses.
Fonte: Tesouro Direto
Mesmo com Selic em baixa, pós-fixados foram os títulos mais buscados
O título mais demandado pelos investidores em julho foi o Tesouro Selic, cuja participação nas vendas atingiu 49,5%. Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) corresponderam a 35,0% do total e os prefixados, 15,6%.
Em relação ao prazo de emissão, 22,0% das vendas no Tesouro Direto no mês corresponderam a títulos com vencimentos acima de dez anos. As vendas de títulos com prazo entre cinco e dez anos representaram 75,3% e aquelas com prazo entre um e cinco anos, 2,7% do total.
A maior parte dos investidores do Tesouro Direto são de pequeno porte: 86% dos aportes em julho foram de até R$ 5 mil. Quase 70% do total de cadastrados são homens. A faixa etária com maior percentual de investidores cadastrados é a de 26 a 35 anos, com 37%.