Vem ser sócio da Caixa você também
Enquanto a Caixa anunciava seu banho de loja, com privatizações de subsidiárias, as ações da Vale dispararam na bolsa com o plano de fim de barragens
Eu já me acostumei a receber críticas de pessoas que são contrárias à privatização toda vez que escrevo sobre o assunto. E não foi diferente ontem, quando contei para você sobre o tema que dominou o evento para investidores promovido pelo Credit Suisse.
Cada um tem a sua opinião, mas acredito que é difícil defender o controle do Estado em empresas. Ainda mais no Brasil, onde o governo nem sequer é capaz de fazer o seu papel básico de prover educação e saúde de qualidade para a população.
Isso não quer dizer que o processo de venda de estatais não tenha problemas. Basta lembrar das privatizações realizadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em leilões restritos à participação de consórcios de grandes empresas. E com o povo “na porta estacionando os carros”, como diria Cazuza.
Bem mais democrático foi a possibilidade do uso do FGTS na venda das ações da Petrobras e Vale – que aconteceu no mesmo governo FHC, justiça seja feita.
Por isso fiquei bastante animado com a fala de hoje do novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Ele deu alguns detalhes sobre o plano de venda das subsidiárias do banco. E disse que quer a sua participação.
Isso mesmo. O banco planeja fazer uma oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa das empresas de seguros, loterias, cartões e fundos.
Uma das ideias é destinar até 20% das ações que serão vendidas para investidores pessoas físicas. Normalmente, o varejo participa com, no máximo, 10% das operações, enquanto o resto vai para os peixes grandes.
Agora só falta o governo permitir o uso de uma parte do FGTS para quem quiser investir nas ações das futuras empresas privatizadas. Fica a dica para a equipe do ministro Paulo Guedes e do conselho do fundo de garantia.
Ficou interessado? Então saiba mais sobre o que disse o presidente da Caixa nesta reportagem da Bruna Furlani.
Não é culpa dele!
É o que pensa a BRF sobre Bolsonaro depois da decisão da Arábia Saudita de descredenciar unidades brasileiras habilitadas a exportar carne de frango para o país. Para o presidente da companhia, Pedro Parente, a medida não teve relação com a intenção declarada do governo brasileiro de transferir a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Então qual foi a motivação dos sauditas ao dificultar as nossas exportações? Eu te conto nesta matéria.
Vale e mercados
Mesmo com dados importantes do exterior, o mercado por aqui continuou atento à Vale. Depois de começar a semana despencando 24% após a tragédia de Brumadinho, as ações da mineradora reagiram bem hoje ao plano de segurança que vai eliminar dez barragens da companhia. Os analistas da XP e do Credit Suisse decidiram manter a recomendação de “compra” para as ações. Na nossa cobertura de mercados você confere todos os detalhes que movimentaram a bolsa nesta quarta-feira.
A paciência do Fed
O BC americano decidiu manter sua taxa de juros na faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano na tarde de hoje. O mercado já esperava pela manutenção depois de vários ruídos no fim do ano passado sobre quais seriam os próximos movimentos do Federal Reserve. Por isso, o que realmente interessou foi o tom do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. E ele foi claro: paciência é o mantra dos diretores! O que isso significa para os seus investimentos? A resposta está na matéria do Eduardo Campos.
Disney, Fox e um porém
O Cade, órgão brasileiro de defesa da concorrência, sinalizou que deve aprovar a operação de compra da Fox pela Disney. O negócio de US$ 50 bilhões depende do aval das autoridades dos países onde as empresas atuam para sair do papel. Mas sempre há um porém, como diria Plínio Marcos (e a Marina Gazzoni). O Cade pode condicionar a aprovação a uma venda nada agradável para as duas empresas. E devo dizer que, se você é fã de futebol, seu compromisso com a TV no domingo está em jogo.
Dia 30 de Bolsonaro - "Me ajuda a te ajudar"
O presidente Jair Bolsonaro reassume a presidência, mas segue em São Paulo, onde deve receber ministros, na quinta-feira, para tratar do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Resposta do governo ao caso foi rápida e parece bem recebida. No judiciário... (leia mais)