Um evento pode mudar tudo (ou não)
Se você tivesse a oportunidade de perguntar a qualquer analista de mercado na última sexta-feira o que esperar para os preços do petróleo, ele provavelmente responderia “queda”.
Havia de fato todas as razões para acreditar na baixa. A guerra comercial entre Estados Unidos e China, o risco de recessão da economia internacional e o excesso de oferta da commodity empurravam os preços para baixo.
Para quem investe na bolsa brasileira, o cenário de sexta-feira era potencialmente ruim para as ações da Petrobras, que vive de explorar petróleo, e bom para as empresas afetadas pelo preço dos combustíveis, como as companhias aéreas.
Bem, agora inverta tudo o que eu acabei de escrever e você terá o panorama dos mercados hoje. Tudo mudou depois do ataque com drones a instalações da petrolífera saudita Aramco no sábado, que levou a um corte de quase metade da produção do país.
Como resultado, o preço do petróleo subiu quase 15% nos mercados internacionais hoje. O efeito aqui na B3 foi direto: as ações da Gol e da Azul despencaram, enquanto que as da Petrobras ficaram entre os destaques de alta.
A pergunta que fica agora é: o que esse evento pode representar para os seus investimentos? Conversei hoje com um experiente gestor de fundos justamente para saber quais mudanças havia feito na carteira. A resposta dele? Nenhuma.
Em resumo, a tendência de alta para a bolsa e queda dos juros aqui no Brasil não deve ser afetada pela disparada do petróleo, ainda que possa haver alguma pressão sobre a inflação no curto prazo com um provável repasse da alta para os combustíveis.
É claro que essa máxima é válida com base no que conhecemos hoje. E ninguém melhor do que o Victor Aguiar para contar para você como os investidores no mercado encararam esta segunda-feira turbulenta.
Ainda tem os juros
O incidente na Arábia Saudita pode ter roubado a atenção dos investidores hoje, mas convém lembrar que nesta semana, aqui e nos EUA, os bancos centrais decidem sobre um novo corte na taxa de juros. Lá fora, a medida é ansiada pelo presidente americano, Donald Trump, que vê na ferramenta de política monetária uma maneira de fortalecer a economia. Mas o presidente do Federal Reserve é cauteloso a cada anúncio - o que irrita Trump. Nesta matéria do Eduardo Campos você confere o que o presidente norte-americano espera do Banco Central, que por lá atua de forma independente.
É truco!
Ao clássico estilo do jogo de cartas inglês (ou seria espanhol? não há consenso), o SoftBank decidiu ampliar a aposta no Banco Inter menos de dois meses depois de levar para casa 8% do banco brasileiro. E a jogada veio recheada de condições: o acordo de acionistas firmado com os controladores prevê que o banco digital faça em 5 anos uma nova oferta de ações no Brasil e nos Estados Unidos. Saiba mais detalhes sobre a jogada do SoftBank , que também tem no currículo investimentos nos gigantes Uber e Alibaba, e a reação das ações do Inter na bolsa.
Juntando as maquininhas?
Os rumores de que as Cielo poderia juntar suas maquininhas de cartão com as da Stone animaram os investidores no pregão de hoje da bolsa. A empresa controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco é líder desse mercado, mas vem sofrendo um duro ataque das novas concorrentes, uma delas justamente a Stone. A Bruna Furlani traz mais detalhes sobre as possíveis conversas, que fizeram as ações da Cielo liderarem as altas entre as que compõem o Ibovespa.
Quem vai ficar com a Oi?
Em recuperação judicial desde 2016, a Oi continua sua saga para sair do buraco - e agora, ao que parece, não mais sozinha. Depois de muita especulação sobre um possível interesse da TIM na antiga “campeã nacional”, agora quem aparece como possível pretendente é a Telefônica. De acordo com informações da mídia espanhola, a controladora da Vivo estaria analisando uma potencial oferta pela Oi – ou pelo menos por parte da operadora.
O primeiro milhão…
...a gente nunca esquece. O setor de fundos imobiliários rompeu pela primeira vez na história a marca de um milhão de clientes no primeiro semestre de 2019. O feito só foi possível a uma combinação de fatores: juros baixos e setor de construção em alta. E vem mais por aí: os 412 fundos ativos no país estão com perspectivas muito promissoras para os últimos meses do ano, como você confere nesta matéria.
Tesouro repaginado
Depois de bater recorde atrás de recorde nos últimos meses, o Tesouro Direto decidiu investir no próprio visual. O site da plataforma ganhou uma nova cara nesta segunda-feira e a mudança promete trazer benefícios, sobretudo para o investidor iniciante. Um destaque do projeto é justamente a melhora na experiência de navegação do usuário. Para saber os detalhes do que mudou na página do Tesouro acesse esta matéria.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
*Colaboração Fernando Pivetti.