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Tupi or not tupi

20 de agosto de 2019
19:10
Selo O Melhor do Seu Dinheiro; investimentos
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Há quase um século, o escritor Oswald de Andrade redigia o Manifesto Antropofágico, o clássico (e divertidíssimo) texto no qual defende a valorização de uma cultura verdadeiramente brasileira. A ideia não era se opor à influência estrangeira, mas devorá-la.

A zoeira com o monólogo de Shakespeare em Hamlet ("To be, or not to be") sintetiza o manifesto, que deveria ser replicado no mercado financeiro. Existe um verdadeiro fetiche dos investidores locais pelos movimentos dos gringos na bolsa.

É claro que acompanhar o caminho do dinheiro estrangeiro é importante. Afinal, uma saída em massa de recursos para o exterior pode afetar o preço das ações, sem falar nas cotações do dólar.

Por isso causou certa comoção a notícia publicada hoje de que os investidores de fora do país tiraram R$ 19,2 bilhões da bolsa brasileira entre janeiro e agosto deste ano. Quais seriam as causas dessa suposta debandada?

Digo “suposta” porque o número acima traz apenas uma parte do filme, que representa o saldo entre compras e vendas de ações realizadas no mercado à vista da B3. Ou seja, não capta operações como posições compradas no mercado futuro.

Também ficou de fora o dinheiro que os estrangeiros investiram nas dezenas de ofertas de ações que aconteceram neste ano.

Mas então como fica o saldo dos gringos na bolsa? Como um verdadeiro antropofagista, o Eduardo Campos devorou os números, fez as contas e trouxe o resultado para você.

Ladeira abaixo

Quando eu comecei a cobrir a bolsa, a ação com maior peso no Ibovespa era a da antiga Telemar. Essa informação entrega muito sobre a minha idade, mas também sobre a operadora de telefonia que deu origem à Oi. Em recuperação judicial desde 2016, a empresa hoje sequer faz parte do principal índice da bolsa. Mas essa história ganhou contornos ainda mais dramáticos após a perda de quase metade do valor de mercado apenas nos últimos quatro pregões. Saiba mais sobre a delicada situação da empresa.

Levou gol no começo

Se fôssemos comparar o desempenho da bolsa hoje com uma partida de futebol, certamente seria uma daquelas em que o time da casa leva um gol logo no começo e tenta a todo custo se recuperar. Mas apesar dos grandes lances, bola na trave e pressão o jogo inteiro, não deu para reverter o placar. O Ibovespa abriu o pregão tendo que lidar com uma forte onda de baixa e quase perdeu os 98 mil pontos. Mas aos poucos o principal índice da B3 recuperou parte do terreno e por pouco não fechou no azul. A cobertura completa da partida de hoje na bolsa você encontra na matéria do Victor Aguiar.

Fazenda nova, problemas velhos

Hernán Lacunza assumiu hoje o ministério da Fazenda da Argentina e sem dúvida tomou para si um dos maiores desafios de sua carreira: estancar a sangria que a economia hermana tem vivido, em especial após os resultados das primárias eleitorais que deram vitória para a oposição. Mas o curto mandato de Lacunza parece ter um objetivo muito bem definido: estabilizar o câmbio. Como ele pretende atacar esse problema? Você confere nesta matéria.

A tal da caixa-preta

Desde a campanha eleitoral de 2018, o presidente Bolsonaro constantemente falava da necessidade em se “abrir a caixa-preta do BNDES”. E nesta terça-feira o governo resolveu abrir uma frestinha dessa história ao revelar empresários que compraram jatinhos com recursos do banco de fomento. A divulgação também não deixa de ser oportuna, já que uma das personalidades mais conhecidas da lista fez declarações recentes na mídia contra o governo.

Encontro marcado

A Apple resolveu anunciar hoje a data do primeiro encontro de seus clientes com seu mais novo produto: a AppleTV. O serviço de streaming chega prometendo acabar com a farra da Netflix, que de longe é a protagonista desse mercado. Mas a estratégia traçada pela empresa de Tim Cook é um pouco diferente da fórmula de sucesso que consagrou a dona de títulos como Stranger Things e La Casa de Papel. Confira os detalhes dessa novidade.

Tijolo por tijolo

A Caixa Econômica Federal anunciou hoje os detalhes de sua nova linha de crédito imobiliário, que contará com correção pela inflação medida pelo IPCA. A linha terá taxas de juros que vão oscilar entre 2,95% a 4,95% ao ano, mais a variação do índice, e prazo de até 30 anos. Se a nova modalidade pegar, pode acabar ajudando não só a estimular o financiamento para a compra da casa própria mas também os investimentos com lastro em imóveis. Saiba mais sobre a linha do banco público.

Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.

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