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Queijo (suíço) com goiabada

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22 de janeiro de 2019
10:00 - atualizado às 10:10

Caro leitor,

Cada vez mais o cenário atual me lembra os anos de 2010 e 2011, quando o Brasil estava na moda entre os grandes investidores. Naquela época, o Brasil estava no topo da lista de investimentos das multinacionais e os ativos brasileiros atraíam dinheiro dos grandes gestores de recursos estrangeiros.

O que estamos vendo agora é uma sequência de grandes investidores colocando o Brasil entre suas apostas para 2019. O país entrou, por exemplo, na mira do bilionário e vice-presidente do conselho da Blackstone, Byron Wien. Todo início de ano ele faz uma lista das dez maiores surpresas que os investidores devem ter. Para ele, o Brasil será uma surpresa positiva.

Tudo isso é muito bom para você. A melhora das expectativas é o primeiro passo para atrair capital de volta ao Brasil e tirar o país do buraco. O dinheiro chega primeiro no mercado financeiro, mas ele, cedo ou tarde, pinga também na tal da economia real. As empresas ganham confiança para desengavetar planos de investimento e contratar. A geração do emprego traz com ela a renda e, consequentemente, o consumo. E, assim, a roda da economia volta a girar.

Mas o que traz esse bom humor? A repórter Bruna Furlani mostra os motivos apontados por Byron para apostar no Brasil e quais são as outras surpresas na lista do veterano dos mercados nesta reportagem.

Queijo (suíço) com goiabada

O grande destaque do dia é o discurso de Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Será às 12h30, no horário de Brasília. A expectativa é de uma sinalização ao mercado de que o novo governo brasileiro vai adotar uma agenda econômica liberal.

O mercado quer ouvir alguma coisa sobre a Previdência. E a população quer alguma explicação sobre as polêmicas envolvendo as movimentações financeiras de seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro.

O mais provável é que ele faça um discurso genérico pró-mercado, mas sem grandes detalhes. O vice-presidente, Hamilton Mourão, revelou ontem que a reforma da Previdência só será discutida depois das eleições do Congresso. Ou seja, jogou para frente. Leia mais

Um PhD na Petrobras

Depois da troca de governo, as mudanças seguem na Petrobras. A bola da vez é a troca de membros do conselho de administração da empresa, o grupo responsável por aprovar as decisões mais estratégicas da companhia. Ontem foi indicado o nome de Nivio Ziviani para uma das cadeiras do seleto grupo. Ziviani é um nome de peso e possui um extenso currículo acadêmico, além de ser membro da Academia Brasileira de Ciências. Confira aqui os detalhes da indicação.

Calma, meu amigo!

Depois de trazer más notícias ontem, com o menor crescimento em 28 anos, a China tenta dar uma sinal positivo para os mercados. O governo chinês está preparando uma série de medidas para facilitar a entrada de investidores estrangeiros no país. E o foco de Pequim serão em áreas estratégicas como agricultura, serviços, manufatura, educação, saúde e cultura. As medidas podem ser interpretadas como uma forma de o governo chinês recuperar o fôlego perdido com a desaceleração econômica. Saiba mais

A Bula do Mercado: Bolsonaro no centro do palco

As atenções estão voltadas ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, nesta terça-feira. Com a ausência do presidente dos EUA, Donald Trump, da França, Emmanuel Macron e da primeira-ministra britânica, Theresa May, as atenções estarão todas voltadas a Bolsonaro.

Apesar da expectativa ser alta, Bolsonaro, que já está por lá desde ontem, deixou claro que o discurso será breve e direto em busca de novas parcerias econômicas para o Brasil. Se tudo ocorrer como o esperado, o presidente deve adotar uma linha liberal, defendendo a agenda de reformas (principalmente a da Previdência) e dar um roteiro de privatizações em várias áreas, tanto em infraestrutura quanto em energia.

Nos EUA, o shutdown continua na volta do feriado. Nos bastidores, Trump e os democratas parecem ter dado o primeiro passo para voltar a dialogar em busca de um acordo. No Reino Unido, Theresa May continua correndo contra o tempo para chegar a um novo acordo que agrade o Parlamento.

Ontem, o Ibovespa caiu 0,09%, aos 96.009 pontos. Já o dólar teve a quinta alta seguida, avançando 0,21%, aos R$ 3,76. Consulte A Bula do Mercado para saber como devem se comportar bolsa e dólar hoje

Um grande abraço e ótima terça-feira!

Agenda

  • Jair Bolsonaro discursa na abertura do Fórum Econômico Mundial
  • Paulo Guedes faz reuniões no Fórum Econômico Mundial
  • Reino Unido divulga taxa de desemprego em dezembro
  • Argentina e Japão divulgam os resultados das suas balanças comerciais em dezembro
  • BC do Japão inicia reunião de política monetária
  • Balanços 4º trimestre de 2018: Banco UBS, Johnson & Johnson e IBM

*Colaboraram Luis Ottoni e Fernando Pivetti

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