O ano já acabou? Dizem que, passado o mês de agosto, basta piscar os olhos para chegar a época de festas. De fato, já vemos panetones nas gôndolas dos mercados e decorações de Natal por aí. Mas, ao menos aqui no Seu Dinheiro, a fase do “saco cheio” ainda não começou e o trabalho corre a todo vapor.
Agora, se tem um lugar em que parece que 2019 já terminou é o Congresso Nacional. Só que, por lá, o que teria marcado o encerramento dos trabalhos não foi o término do mês mais arrastado do ano, mas sim a aprovação da reforma da Previdência.
Como bem disse o repórter Eduardo Campos, a mudança nas regras da aposentadoria - necessária, mas impopular - deixou uma certa “fadiga” no parlamento, tornando mais difícil a aprovação de grandes reformas ou outras pautas que descem quadrado ainda neste ano.
Para esta terça, esperamos que o ministro Paulo Guedes anuncie um pacote de austeridade fiscal, que não é exatamente o tipo de coisa que costuma animar a plateia. Ele terá o desafio de “vender” as suas medidas ao Congresso como uma agenda positiva, que é o sal de frutas que os parlamentares esperam para curar a “ressaca” da Previdência.
O Edu fez uma análise sobre o desafio de Guedes e o clima de fim de festa no Legislativo. Recomendo muito a leitura!
No embalo do exterior
Além do novo pacote de medidas de Guedes, Brasília também chama a atenção dos investidores por conta do projeto de lei de privatização da Eletrobras, que deve ser assinado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro.
O mercado local ainda digere a ata da última reunião do Copom, divulgada há pouco. O documento reiterou a intenção de promover mais um corte de meio ponto percentual na Selic na reunião de dezembro, e não descarta ir além no ajuste da taxa básica de juros.
Lá fora, chama a atenção dos investidores a possibilidade de um acordo entre Estados Unidos e China. Rumores de que a Casa Branca estaria considerando retirar as tarifas impostas em setembro sobre produtos chineses animam os negócios. Assim, as principais bolsas asiáticas encerraram o pregão em alta e os índices futuros de Nova York seguem em campo positivo.
Ontem, o Ibovespa encerrou o dia com mais um recorde no fechamento! O principal índice da bolsa brasileira teve alta de 0,54%, a 108.779,33 pontos. O dólar terminou o dia com um avanço de 0,41%, a R$ 4,0112. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
E o que mais mexe com os mercados?
Aqui e lá fora, os investidores têm mais um dia da temporada de balanços para calibrar suas apostas. Entre ontem à noite, após o fechamento do pregão, e agora pela manhã, duas companhias do Ibovespa divulgaram seus números: Itaú Unibanco e BTG Pactual. Lá fora, a Uber deve mexer com os mercados.
- Itaú: o maior banco do País trouxe resultados dentro do esperado: o lucro líquido da instituição no terceiro trimestre chegou a R$ 7,1 bilhões, numa alta de 10,9% em relação ao período anterior. O bancão também se manteve folgado na liderança de rentabilidade na competição com o Bradesco e o Santander Brasil.
- BTG: o banco teve um crescimento de 71% no lucro líquido, atingindo a marca de R$ 1 bilhão. A receita total também teve um salto de mais de 74% em comparação com o mesmo período do ano passado.
- Uber: depois de registrar perdas de US$ 5 bilhões no segundo trimestre, a companhia repetiu a dose no prejuízo bilionário - embora menor. A gigante tecnológica teve resultado negativo em US$ 1,2 bilhão no último trimestre. A receita, por outro lado, aumentou 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Agenda
Indicadores
- Estados Unidos anunciam resultado de sua balança comercial em setembro, dados semanais sobre o mercado de trabalho e números semanais sobre o setor de petróleo
- IHS Markit divulga PMIs de Reino Unido, Estados Unidos e Japão de outubro
Banco Centrais
- Banco do Japão divulga ata de sua última reunião de política monetária
Balanços do 3º trimestre
- No exterior: Telefônica
Política
- Presidente da França, Emmanuel Macron, continua visita oficial à China
- Presidente da OMC, Roberto Azevêdo, conclui visita à China