Reforma da Previdência tem 99% de chance de ser aprovada como está, diz relator do projeto
Tasso Jereissati falou após aprovação por votação simbólica do projeto na CCJ do Senado; ele disse que espera texto em segundo turno na Casa ainda hoje
Após aprovação por votação simbólica na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse nesta terça-feira (22) esperar que a votação do texto em segundo turno pelo plenário da Casa acabe ainda nesta data.
"Acredito que o texto tem 99% de chance de ser aprovado no plenário como está. A discussão sobre Previdência nunca é tranquila, mas esperamos manter a economia fiscal da reforma", afirmou o senador, em referência à estimativa de economia de R$ 800 bilhões em dez anos. "O texto principal deve ser aprovado com facilidade. A discussão será destaque a destaque", completou.
Já o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou estar conversando com líderes governistas para pedir que não sejam apresentadas novas emendas ao texto no plenário. "O quórum do Senado hoje deve ser maior que o da votação em primeiro turno", projetou.
Marinho também disse torcer para que o projeto de reforma dos militares seja aprovado nesta terça na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Jereissati disse ainda que lerá o texto da PEC Paralela da Previdência na CCJ na quarta-feira, 23. A presidente da comissão, Simone Tebet (MDB-MS), disse que o texto será votado pelo colegiado em até 15 dias e poderá ser concluído pelo Senado na primeira quinzena de dezembro.
Margem
O governo calcula ter 58 ou 59 votos para aprovar, em segundo turno, a reforma da Previdência. Além disso, a articulação da equipe econômica é para que não haja nenhuma alteração na proposta durante a votação no plenário.
No primeiro turno, o texto-base da reforma foi aprovado com 56 votos favoráveis e 19 contrários. De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a presença maior de senadores favoráveis à proposta assegura uma margem maior no segundo turno.
"Teremos um quórum maior. Tinham cinco ausências no primeiro turno. Poderemos chegar a 58, 59 votos no texto principal e vamos caprichar nos destaques. Os destaques sempre oferecem mais dificuldades, então vamos trabalhar para manter o texto", afirmou Bezerra, depois da sessão da CCJ que aprovou o parecer sobre as emendas apresentadas após o primeiro turno da reforma.
*Com Estadão Conteúdo