Quando a realidade se impõe
Groucho Marx dizia que jamais faria parte de um clube que o aceitasse como sócio. Durante muito tempo os brasileiros trataram erroneamente a bolsa de valores como o tipo de clube desprezado pelo lendário comediante. Mas essa realidade começa a mudar.
Quem decidiu ingressar no clube da renda variável no início do ano obteve um retorno de quase 19% no período. O número chama ainda mais a atenção se compararmos com os 4,88% do CDI – o indicador de referência das aplicações de renda fixa.
É natural que o bom desempenho da bolsa e a rentabilidade minguada das aplicações tradicionais atraia cada vez mais pessoas para o mercado de ações. Em setembro, o número de CPFs na B3 atingiu pela primeira vez a marca de 1,4 milhão – sem contar os investidores via fundos.
Quem entra agora espera que o futuro pelo menos repita o passado, ainda que os retornos passados não sejam garantia de ganhos lá na frente.
Mas é claro que se você está lendo esta newsletter é porque deseja pelo menos ter uma boa pista do que pode acontecer com a bolsa.
O melhor lugar para conseguir a resposta é ouvir quem está colocando dinheiro – no caso, os gestores de fundos. O Bank of America Merrill Lynch faz todos os meses uma pesquisa para saber o que eles esperam para os investimentos.
Sobre a bolsa, a empolgação dos gestores já foi bem maior. Em julho, 87% deles esperavam que o Ibovespa encerrasse o ano acima dos 110 mil pontos. No levantamento mais recente, apenas 47% mantiveram a projeção.
Mas nem de longe isso significa uma redução do otimismo dos gestores com as perspectivas para o mercado de ações. O Eduardo Campos teve acesso aos principais números da pesquisa e conta para você o que os tubarões do mercado esperam (e planejam) para a bolsa.
Com uma ajuda dos amigos
A bolsa teve hoje mais um pregão para contrariar os céticos. Quem acompanhou o desempenho das ações no começo da semana passada não acreditaria que teríamos uma sequência de cinco altas consecutivas. Com mais uma ajuda do cenário externo, o Ibovespa levantou o caneco do penta nesta terça-feira com uma alta de 0,18%. O dólar, porém, voltou a subir e rompeu o patamar de R$ 4,16. Quem traz todos os detalhes sobre o comportamento dos mercados hoje é o Victor Aguiar.
Vende primeiro, cobra depois
Essa é a ideia do presidente da Câmara dos Deputados quando o assunto é privatização da Eletrobras. Segundo Rodrigo Maia, a melhor alternativa para a estatal de energia é ser vendida e, posteriormente, cobrar investimentos do novo dono. O apoio de Maia é importante porque a maior resistência para a privatização da empresa mora hoje justamente no Congresso. Além da Eletrobras, o deputado fez declarações sobre a reforma administrativa , tema que o governo colocou no radar e começa a ganhar os holofotes em Brasília.
Esqueça os impostos!
Com o impasse formado em torno da reforma tributária, as mudanças na pesada máquina do Estado deveriam se tornar prioridade para o governo. A afirmação é de alguém que já se sentou na cadeira de ministro da Fazenda. Estou falando de Eduardo Guardia, que assumiu o comando da área de gestão de fundos do BTG Pactual depois que saiu do governo. Ele recebeu hoje alguns jornalistas na sede do banco para uma entrevista coletiva. A Bruna Furlani esteve lá e conta para você tudo o que disse o ex-ministro.
Dinheiro no bolso
Não é qualquer companhia que consegue levantar mais de US$ 2 bilhões em um IPO na bolsa de Nova York. E foi justamente essa marca que fez da oferta inicial de ações da PagSeguro um sucesso de 2018. Mas a empresa de maquininhas de cartão agora pegou o mercado no contrapé ao anunciar que os controladores pretendem vender uma parte de suas ações em uma nova oferta. Eu conto para você por que a notícia derrubou as ações da companhia em mais de 10%.
Um gesto para o futuro
Se no mês passado Apple agitou o mercado com as novidades da sua linha de produtos, agora foi a vez do Google mostrar porque disputa com a empresa da maçã o protagonismo da vanguarda tecnológica. A companhia promoveu hoje um evento em Nova York para apresentar o Pixel 4, seu novo smartphone que permite, entre outras coisas, o controle por meio de gestos - sem a necessidade de tocar a tela. Como não poderia deixar deixar de ser, a companhia aproveitou ocasião para mostrar outras novidades.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
*Colaboração Fernando Pivetti.