Prepare-se para uma era de juros ainda mais baixos
Um passo nem tão pequeno para os juros, um grande salto para os seus investimentos. O Banco Central deu início a um novo ciclo de redução da Selic com o corte de 0,50 ponto percentual anunciado agora à noite. A taxa de 6% ao ano renova a mínima histórica, e não deve parar por aí.
Isso significa que aquela inusitada situação em que um investidor conseguia obter altas rentabilidades e liquidez diária em uma aplicação de baixo de risco vai ficando cada vez mais longe no retrovisor.
Se tudo der certo no Brasil do ponto de vista econômico, essa pode ser mais uma história que você vai poder contar aos seus netos, como aconteceu com os tempos de hiperinflação.
Já fazia algum tempo que os principais analistas, economistas e investidores defendiam que havia espaço para uma redução nos juros. O que contraria a visão míope de que o tal mercado quer sempre as taxas nos níveis mais altos possíveis.
As apostas se dividiam em uma queda de 0,25 ponto e de 0,50 ponto. Mas com a economia em ritmo lento, a inflação comportada e nenhuma nuvem muito carregada no cenário externo, estava mais do que na hora de o Banco Central fazer a sua parte para tirar o país do atoleiro. Como já dizia aquela clássica propaganda do gelol, não basta ser pai, tem que participar.
Além da redução do juro em si, o mercado aguardava o tom do comunicado do BC. Essa ansiedade aumentou depois da decisão sobre as taxas nos Estados Unidos, anunciada horas antes.
Os juros na maior economia do planeta caíram 0,25 ponto, para um intervalo de 2% a 2,25% ao ano. Mas os investidores não gostaram nada de saber que provavelmente não haverá mais cortes nas taxas.
O filme acabou não se repetindo por aqui. Com seu dialeto característico, o BC acenou com novas reduções ao escrever que a consolidação do cenário benigno para a inflação "deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo".
O Eduardo Campos apertou a tecla SAP e fez a tradução simultânea do comunicado para você. Ele conta todos os detalhes da decisão histórica do Banco Central e o que esperar para os juros daqui para frente.
Tá, mas e agora?
Com a Selic definida, é hora de pegar o papel e a caneta para refazer as contas sobre como ficam os principais investimentos disponíveis no mercado. Como a nossa missão aqui no Seu Dinheiro é sempre ajudar você a fazer escolhas inteligentes, a Julia Wiltgen fez uma análise dos ativos de renda fixa e mostra nesta matéria o impacto do juro menor sobre as aplicações. É leitura obrigatória para esse novo ciclo que se inicia.
Nem tudo são flores
A bolsa já estava fechada quando o Copom decidiu sobre a queda dos juros aqui no Brasil. Mas os investidores tiveram bastante tempo para reagir à decisão sobre as taxas nos Estados Unidos, que saiu às 15h no horário de Brasília. A redução de 0,25 ponto percentual até que seguiu o script, mas a sinalização do BC americano de que não haverá novos cortes na taxa azedou o humor do mercado. O Ibovespa sentiu o tranco e encerrou o dia em baixa de mais de 1%, enquanto o dólar subiu e voltou a ficar acima de R$ 3,80. O Victor Aguiar acompanhou de perto os movimentos e traz para você todos os detalhes.
Uma versão da ex?
Podia ser apenas o anúncio e mais um contingenciamento no orçamento federal, que por sinal já vinha sendo ventilado há alguns dias. Mas quando se trata de Jair Bolsonaro, sempre há uma notícia a mais para se contar. O presidente resolveu alfinetar a ex-presidente Dilma Rousseff no momento em que justificava a necessidade de um novo corte nos gastos. Ele também aproveitou para defender outras medidas que seu governo vem tomando. Saiba os detalhes sobre as declarações do capitão nesta matéria.
Não vai ter carrão novo
Quem está em maus lençóis é Thor Batista, o filho do empresário Eike Batista. Nesta quarta-feira ele teve que lidar com um bloqueio de R$ 778 milhões em suas contas como parte de um investigação judicial sobre recursos alocados em offshores fora do Brasil em seu nome. É mais um revés para a família Batista, que já foi a mais rica do país. Confira as razões da decisão da Justiça mineira.
Pare o casamento
A Ambev vai ter que esperar mais um pouco para começar a distribuir e revender energéticos da RedBull. O acordo firmado entre as duas empresas em abril deste ano, que previa o comércio em alguns pontos do Brasil, foi considerado “complexo” pelo Cade. Com a decisão, o órgão de defesa da concorrência ainda deve demorar mais algumas semanas (talvez meses) para avaliar o negócio mais profundamente. Os detalhes sobre a decisão você confere nesta matéria.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.