O preço de ficar parado
Você se lembra do que aconteceu no dia 10 de julho? Parece que faz tempo, mas foi a data em que o Ibovespa , principal índice da bolsa, atingiu o recorde de fechamento, aos 105.817 pontos. Naquela mesma quarta-feira, o plenário da Câmara aprovava com ampla maioria a proposta de reforma da Previdência em primeiro turno.
No mundo político, a vitória do governo pode ter sido um grande divisor de águas, mas quem esperava por um novo rali das ações na B3 pode ter se frustrado. Como o mercado financeiro costuma se antecipar aos fatos, a reforma já estava “no preço”, para usar o jargão financeiro.
Só que isso não significa o fim do ciclo de alta esperado para o mercado de renda variável. Para você ter uma ideia, mesmo abaixo da máxima histórica alcançada naquele 10 de julho, o Ibovespa acumula alta de 2,49% neste mês, contra algo como 0,50% do CDI, o indicador de referência das aplicações de renda fixa. No ano, a goleada é de 17,74% a 3,58%.
Daqui a dois dias teremos uma quarta-feira tão quente quanto a do último dia 10, com as decisões sobre os juros aqui no Brasil e nos Estados Unidos. Dependendo do que acontecer, o preço de ficar parado no conforto da renda fixa pode ficar ainda maior (ou menor, dependendo da referência).
A ampla expectativa é de corte das taxas tanto aqui como lá. O ânimo do mercado deve variar conforme o tamanho da redução e, principalmente, da sinalização do que vier para frente.
À espera pelos Bancos Centrais, os investidores aproveitaram a queda recente para recompor algumas posições, o que fez a bolsa dar um sprint no final do pregão. O Victor Aguiar traz para você tudo o que moveu os mercados hoje.
Dobrando a meta
Desde que a bolsa brasileira rompeu o patamar dos 100 mil pontos, alguns leitores mais otimistas me pediram para começar uma nova contagem regressiva rumo aos 200 mil. Esse pode parecer um longo e tortuoso caminho para a renda variável, mas o fato é que, se os planos de Paulo Guedes saírem do papel, muita gente enxerga uma guinada econômica por aqui. O nosso colunista Ivan Sant’Anna traz no texto de hoje quais são as condições necessárias para o Ibovespa alcançar novos recordes.
Qual o seu lance?
Como eu contei no texto de abertura, a semana será bastante movimentada no mundo dos investimentos, com a temporada de balanços com força total e, principalmente, as reuniões do Fed lá nos Estados Unidos e do Copom aqui no Brasil. Por falar em Copom, os investidores já vem há algum tempo fazendo suas apostas sobre o destino da Selic. Já está quase certo que um corte deve ocorrer na quarta-feira, mas qual o tamanho da redução? A Angela Bittencourt trouxe as projeções de um peso-pesado do mercado: o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. Vale a pena conferir se o bancão está mais ou menos otimista.
E por falar em juros…
Quem voltou a receber críticas sobre sua política monetária foi o Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. E as queixas vieram de um velho conhecido: Donald Trump. O presidente americano colocou nas costas do Fed a missão de fazer novos movimentos para estimular a maior economia do planeta. Para colocar ainda mais lenha na fogueira, Trump resolveu fazer comparações com as grandes economias mundiais, como você confere nesta matéria.
Mais que ministra
Ao contrário do que muita gente pensa, uma das principais influências no governo Bolsonaro passa longe da Esplanada dos Ministérios ou do Congresso. A primeira-dama Michelle Bolsonaro tem se mostrado uma grande articuladora política em Brasília e já conseguiu emplacar mais pautas de seu interesse do que muito aliado de primeira hora do capitão. Mas quais são as pautas de Michelle? Nesta matéria você confere em que setor a esposa do presidente tem forte atuação. Spoiler: as posições dela respingaram inclusive na reforma da Previdência.
É carro ou é sofá?
Recentemente o grupo de humor Choque de Cultura lançou um potencial clássico da literatura: “79 Filmes Pra Assistir Enquanto Dirige”. Hoje essa ideia pode parecer apenas engraçada, mas o magnata Elon Musk pode transformá-la em realidade. O empresário anunciou que planeja oferecer um sistema de transmissão de vídeos do YouTube e de séries da Netflix dentro dos carros da Tesla. Ficou curioso como isso é possível? Então confira a ideia completa nesta matéria do Fernando Pivetti, que volta hoje de férias.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.