O fantasma sai de cena?
O possível fim da gestão da GWI na Gafisa; a cautela do BC na berlinda e a chantagem contra pelo CEO da Amazon
No meu trabalho como jornalista de economia, passo parte do dia no telefone ou na rua, em busca de informações para minhas reportagens.
E o clima geral nos bancos, corretoras e gestoras de fundos que visito é de otimismo. Um reflexo, aliás, do que se vê nas cotações da bolsa.
Quando pergunto quais os setores mais promissores em um cenário de aprovação das reformas e recuperação da economia, um dos mais citados é o imobiliário.
Depois de anos de crise e escassez de crédito, tudo indica que a demanda pela casa própria vai reaquecer a partir deste ano. O que tende a favorecer as ações das incorporadoras na bolsa.
Mas quando pergunto em quais empresas investir, um nome aparece riscado de todas as listas: Gafisa.
A empresa foi praticamente proscrita dos portfólios dos grandes investidores desde outubro, quando a gestora de recursos GWI, do investidor Mu Hak You, assumiu o controle.
As ações só se sustentaram na bolsa nesse período porque a nova administração usou o caixa da Gafisa para recomprar os papéis no mercado. Só que essa estratégia agora cobra o seu preço e há sérias dúvidas no mercado sobre a continuidade do negócio.
Aparentemente, o próprio Mu Hak You já se convenceu de que sua investida na Gafisa não tem futuro. A Ana Paula Ragazzi descobriu que o gestor pode sair de cena e negociar sua participação na incorporadora, como ela te mostra nesta reportagem. Recomendo muito a leitura!
Cadê a ousadia?
Ao manter a taxa básica de juros em 6,5% ao ano nesta semana, o Banco Central reiterou a postura de “cautela, serenidade e perseverança” que norteou o trabalho de Ilan Goldfajn à frente da autoridade monetária. Mas será que o BC não estaria “tranquilão” demais? Os defensores de uma política mais ousada para os juros ganharam um argumento hoje com a divulgação da inflação de janeiro mais uma vez abaixo do esperado. E você, acha que o BC tem espaço para baixar mais os juros? O Eduardo Campos fez uma ótima análise que vai te ajudar a avaliar os dois lados da questão.
Sentado na montanha russa
A sexta-feira prometia ser mais um dia sem rumo para a bolsa. Entre altos e baixos, os investidores passaram o pregão tentando digerir as informações pouco animadoras do exterior, além de tentar entender o real estado de saúde de Bolsonaro. Quando as perguntas são muitas e as respostas são poucas, qualquer sinal diferente é acaba mexendo com o Ibovespa. Mas no fim da partida o principal índice da bolsa voltou a arrancar e fechou em alta de 0,99%. Para saber detalhes do dia de negociações, acesse nossa cobertura de mercados.
É a vez da perna direita
Além das qualidades como economista, o ministro Paulo Guedes tem se revelado um ótimo autor de frases de impacto. Na newsletter de ontem eu te contei sobre as críticas pesadas que ele fez à legislação trabalhista. E hoje, ao participar de um seminário com investidores no Rio de Janeiro, ele soltou uma nova pérola. O ministro aproveitou o clima descontraído para dar outra alfinetada no modelo de Previdência vigente e falou da situação fiscal dos Estados. Leia mais sobre o que disse o ministro.
Dia 39 de Bolsonaro - Estatais, filhos drogados e Saci Pererê
Um dia depois de diagnosticada uma pneumonia, o presidente Jair Bolsonaro acordou superanimado e disposto, segundo o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, que também disse que emocionalmente e visualmente esse foi o melhor dia que o presidente passou. Mas enquanto Bolsonaro continua longe de Brasília, o... (leia mais)
Que vazem as nudes!
Depois de anunciar o divórcio, o bilionário Jeff Bezos voltou aos holofotes por razões alheias ao seu negócio. O CEO da Amazon denunciou que está sendo alvo de chantagem pelo tabloide National Enquirer. Os termos da negociação? Bezos abandonaria um processo que move contra a publicação e, em troca, não teria dez fotos íntimas suas divulgadas ao mundo. Veja como o caso afetou as ações da Amazon na bolsa.