Não adianta nem me abandonar
Mistério sempre há de pintar por aí, já diria o analista Gilberto Gil. Eu que não sou nada esotérico acrescentaria que risco sempre há de pintar para quem aplica na bolsa. E há de ser assim para toda classe de investimentos com maior perspectiva de retorno.
Depois que o Ibovespa ultrapassou a marca dos 100 mil pontos e embalou mais duas altas na sequência, parecia que o céu de brigadeiro não iria se dissipar tão cedo. Mas como a renda variável tem essa péssima mania de variar, hoje foi dia de o mercado ver o copo meio vazio.
Não faltaram motivos, é claro. Entre eles, o enrosco na tramitação da reforma da Previdência e a queda nas bolsas lá fora. No pior momento do dia, o Ibovespa chegou a voltar aos 99 mil pontos.
De todo modo, não vejo nenhuma mudança nos fundamentos que levaram a bolsa a atingir o recorde histórico. Se a reforma passar ainda em julho pela Câmara, pavimenta o caminho que já está mais do que traçado para o Banco Central iniciar um novo ciclo de queda de juros. Tudo isso deve dar um novo impulso às ações.
É claro que esse cenário pode mudar a qualquer momento, afinal de contas estamos no Brasil. Por isso é muito importante acompanhar de perto o pulso dos investidores para separar o som do ruído no mercado. O Victor Aguiar fez esse trabalho para você e conta todos os detalhes sobre o “pit stop” que fez a bolsa perder algumas posições hoje.
Deixa para a próxima
O tempo do mercado definitivamente não é o da política. No “calendário Maia”, que é o dos sonhos dos investidores, o relatório do deputado Samuel Moreira seria votado ainda nesta semana na comissão especial da reforma da Previdência. Cada dia é importante porque a grande expectativa é que o texto seja votado (e aprovado) no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar. Só que no calendário da política tudo indica que os líderes partidários vão estender um pouco mais o prazo de discussão na comissão, como você confere nesta matéria.
Um ano em cinco meses
Não é só a bolsa que vem batendo recordes. O Tesouro Direto está mesmo caindo nas graças da população brasileira (ainda bem!) e já acumula várias marcas neste ano. Nos primeiros cinco meses, os títulos públicos se tornaram opção para 248 mil novos investidores. Para você ter uma ideia, esse número já supera o de 2018 inteiro. O Edu Campos fez uma análise sobre esses dados e traz os motivos por trás do “boom” do Tesouro Direto.
O gás na economia
A equipe econômica de Jair Bolsonaro parece mesmo empenhada em colocar para baixo o preço do gás. Hoje, por exemplo, o governo anunciou que pretende transferir até R$ 6 bilhões por ano aos Estados que privatizarem e abrirem seus setores de distribuição de gás. O projeto tem potencial, afinal de contas muito Estado por aí precisa de uma graninha extra para sair do buraco. Os detalhes da medida você confere neste link.
Se intervir, vai dar ruim
Basicamente foi essa a mensagem que o presidente do Federal Reserve (o BC norte-americano), Jerome Powell, quis passar nesta terça-feira sobre as pressões que vem sofrendo para cortar os juros por lá. Ele defendeu mais uma vez a autonomia da instituição para tomar seus próprios rumos, sem influência política. Essa é uma clara alfinetada a Donald Trump, que tem cada vez mais criticado a atuação do Fed no que diz respeito à política monetária.
Uma nova chance
Roberto Campos já dizia que o Brasil não perde uma oportunidade de perder oportunidades. Com mais um ano fraco para a economia brasileira, devemos completar uma nova década perdida. Mas não escrevo isso para você ficar pessimista, pelo contrário. Lembra daquele Cristo Redentor decolando na capa da The Economist? A imagem representou o país que poderia dar certo. Para o nosso colunista Felipe Miranda, a revista pode reeditar a capa porque estamos diante de uma nova chance de decolagem. Recomendo a leitura!
Cortando na carne bilionária
Essa proposta gerou polêmica nas eleições brasileiras e agora está ganhando corpo, quem diria, em solo norte-americano. A taxação de grandes fortunas pode ser algo defendido por muitos e efetivado por poucos, mas o fato é que ela se tornou uma das grandes apostas nos Estados Unidos para combater a desigualdade de renda e promover o “sonho americano”. Você pode até não acreditar, mas tem muito bilionário por lá defendendo taxas sobre seus próprios patrimônios. Saiba quem nesta matéria.