Mire nos reais, não nos centavos
Pouca gente se lembra, mas a grande onda de protestos que varreu o país em junho de 2013 foi motivada por uma questão local: o aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo (aliás, quem vive na capital teve de enfrentar mais uma greve no transporte hoje).
Só que o lema “não é pelos 20 centavos” entoado na época deixava claro que a indignação ia muito além do reajuste. Me arrisco a dizer que o movimento dificilmente iria longe caso tivesse se limitado à questão das tarifas.
Se existe algo que os manifestantes de 2013 podem ensinar ao investidor de hoje é: pense grande. Muita gente sabe que o primeiro passo para ficar rico é economizar, mas a maioria faz isso da forma errada.
Um exemplo clássico é o da pessoa que decide “cortar os supérfluos”, como o cafezinho depois do almoço. O argumento é que a pequena conta diária vira um valor razoável no acumulado de um longo período.
Sinto lhe informar, mas não é assim que você vai enriquecer. Aliás, quem defende essa tese é Ramit Sethi, autor do best seller "I will teach you to be rich" (Eu vou te ensinar a ficar rico).
É claro que você não deve sair por aí esbanjando, mesmo que seja em pequenas coisas. Mas o escritor diz que de nada adianta cortar o café se você tem uma dívida enorme no cartão para pagar, por exemplo.
Em resumo, mire nos reais, e não nos centavos, na hora de compor seu orçamento. No lugar de economizar no café, separe uma parcela fixa do seu salário e trace um objetivo.
Embora eu não seja um grande fã de receitas prontas sobre investimentos, as dicas de Sethi podem ser úteis para quem deseja dar os primeiros passos. O Fernando Pivetti traz nesta matéria cinco recomendações que podem ajudar a você a construir sua riqueza sem abandonar os pequenos prazeres da vida.
Corta que eu gosto
Depois de todas as turbulências enfrentadas pelo mercado em agosto, o alívio que coincidiu com a virada do mês até dá a impressão de que as incertezas aconteceram há bem mais tempo. O dólar voltou a cair e encerrou o dia no patamar de R$ 4,08 e a bolsa engatou mais uma alta (moderada) e se aproximou dos 103 mil pontos. Mas o que animou os investidores hoje? Dados ruins da economia americana. E por que isso é motivo para comemorar? Porque aumenta as expectativas de corte de juros por lá. O Victor Aguiar traz para você um panorama completo do dia e da semana nos mercados.
Bateria fraca
Desde a crise financeira, os bancos centrais de todo o mundo se valeram da queda da taxa de juros como principal arma para livrar as economias da recessão. Só que essa “varinha de condão” dos BCs está com bateria cada vez mais descarregada. A tese é de ninguém menos que Ray Dalio, e fundador do maior fundo de investimentos do mundo. Saiba o que a lenda das finanças espera para a próxima crise e também quais as chances de recessão nos EUA.
Tira-teima
Desde que foram divulgadas notícias sobre a venda maciça de ações pelos estrangeiros na bolsa, instaurou-se uma pequena polêmica no mercado. Isso porque os números divulgados diariamente sobre as compras e vendas não consideram o dinheiro que entrou nas ofertas de ações realizadas ao longo deste ano e que mudam radicalmente essa conta. Por isso a B3 resolveu unificar os dois dados. Confira nesta matéria da Bruna Furlani o saldo real dos gringos na bolsa em 2019.
Em busca da nova CEO
Num mundo ainda bastante desigual, causou furor nas redes sociais a declaração mais recente do bilionário Tadashi Yanai. O CEO da varejista japonesa Uniqlo, que está prestes a se aposentar, disse que prefere que uma mulher assuma a sua cadeira. Seria um avanço simbólico num país cuja proporção do gênero feminino em cargos executivos de companhias de capital aberto é de apenas 4,1%. Mas os motivos não têm a ver com uma busca por igualdade de gênero.
Quanto vale o carro elétrico?
Os analistas de Wall Street voltaram a colocar um grande ponto de interrogação sobre a Tesla. Os investidores por lá estão descrentes com o negócio de Elon Musk - e motivos não faltam para isso. As vendas do carro elétrico Modelo 3 decepcionaram mais uma vez em agosto e acenderam o alerta amarelo para o desempenho das ações da fabricante. Para um especialista que cobre a empresa, a ação pode valer zero.
Para aliviar a tensão
O clima menos tenso no mercado financeiro nesta sexta-feira pede uma bela rodada de cerveja! E aqui no Seu Dinheiro companhia é que não vai faltar para o seu happy hour. Na roda de conversa do podcast Touros e Ursos, o Victor Aguiar, o Edu Campos e eu falamos sobre tudo o que movimentou o cenário de investimentos nos últimos dias. Aperte o play porque tem muito papo bom, dos juros nos Estados Unidos ao futuro dos grandes bancos.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
*Colaboração de Fernando Pivetti