Lula livre e o seu dinheiro preso
No meu romance Os Jogadores eu retrato, do ponto de vista ficcional, o clima de apocalipse incorporado pelo mercado financeiro nos meses que antecederam a primeira eleição de Lula para a presidência.
Estamos em 2002 e Rodrigo Antunes, o protagonista da história, acaba de ser contratado para trabalhar em um banco de investimentos. Mas sente que a carreira deve terminar antes mesmo de deslanchar porque o país supostamente vai acabar com a vitória do petista.
Nós sabemos o que aconteceu. Lula foi eleito e nos anos seguintes a bolsa viveu um de seus maiores e mais duradouros ciclos de valorização.
Ao perceberem que o então candidato adotaria uma política econômica responsável, grandes investidores reverteram as posições vendidas de bolsa e compradas em dólar. Mesmo ganhando muito dinheiro, a opinião desfavorável da maioria deles sobre Lula e o PT não mudou.
Nesta sexta-feira tivemos uma repetição – em escala bem reduzida – do que aconteceu em 2002. A decisão do STF que derrubou a validade da prisão em segunda instância libertou antigos temores de parte dos investidores.
Como resultado, o Ibovespa fechou em forte queda de 1,78% e o dólar disparou a R$ 4,166.
O que a história nos ensina é que, seja qual for a sua opinião sobre a decisão que beneficiou ex-presidente, não deixe seu dinheiro preso apenas às suas convicções.
Mas, afinal, o que significa o "Lula livre" para os seus investimentos? O Eduardo Campos conta o que está e estará em jogo nesta análise que você precisa ler.
O que só o Verde viu
O clima na bolsa pode até ter melhorado nas últimas semanas depois que China e Estados Unidos avançaram em suas negociações comerciais. Mas em vez de dobrar a aposta, o Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, preferiu apenas manter as fichas que já havia colocado na renda variável brasileira. Os gestores também decidiram alongar a posição aplicada em juro real, nas famosas NTN-Bs (Tesouro IPCA). Mas o tema mais interessante partiu dos comentários sobre as perspectivas de retomada global, que você pode conferir nesta matéria do Edu Campos.
O fantasma da operadora
A saída da Avianca do espaço aérea brasileiro aconteceu lá em maio, mas os reflexos ainda são sentidos no setor de aviação e turismo. Prova disso foram os R$ 45 milhões provisionados pela CVC no terceiro trimestre para arcar com os custos de remanejamento de clientes que voariam com a companhia aérea. O fantasma que voltou a rondar o balanço da operadora de turismo pegou o mercado de surpresa. E os investidores não perdoaram: as ações da empresa despencaram quase 15% na bolsa. Saiba dos detalhes dessa história com o Kaype Abreu.
Os de cima descem
Se você acompanha o universo dos ultrarricos ao redor do mundo já deve estar acostumado com aquelas estatísticas que, entra ano e sai ano, mostram aumento nas fortunas dos bilionários. Só que desta vez a história foi diferente: os magnatas ficaram menos ricos pela primeira vez desde 2015. Um levantamento mostrou que a riqueza dos bilionários pelo planeta caiu 4,3%, algo que equivale mais ou menos a US$ 388 bilhões. O Nicolas Gunkel traz os motivos para esse “empobrecimento”.
Muito assunto…
...para pouca sexta-feira. Foram apenas sete dias, mas na cabeça do investidor a semana pode ter durado mais de mês. Com a agenda cheia dos mercados, o que não faltou foi assunto para o happy hour do Seu Dinheiro. Nos destaques do podcast Touros e Ursos está a soltura do ex-presidente Lula (e os impactos nos seus investimentos), os leilões de petróleo feitos pelo governo e o sobe e desce do Ibovespa no meio de tudo isso. O Victor Aguiar, o Edu Campos e eu esperamos você para esse bate-papo. Aperte o play e confira!