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Estadão Conteúdo
será que vai prosperar a ameaça?

EUA ainda discutem tarifas; Brasil espera decisão antes do Natal

Até agora, a ameaça ficou limitada ao tuíte do presidente dos EUA, no qual ele sugeriu que Brasil e Argentina estavam desvalorizando suas moedas para aumentar a competitividade dos seus produtos no mercado internacional

Estadão Conteúdo
11 de dezembro de 2019
7:53 - atualizado às 7:54
(Nova York - EUA, 24/09/2018) Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. - Imagem: Alan Santos/PR

A equipe econômica dos Estados Unidos ainda trabalha para formalizar o anúncio feito pelo presidente Donald Trump de que iria impor tarifas ao aço e alumínio do Brasil e da Argentina. Oficialmente, os americanos dizem que não há decisão tomada sobre o assunto e o governo brasileiro estima que um anúncio virá antes da semana do Natal, segundo fontes envolvidas nas tratativas.

Até agora, a ameaça de Trump ficou limitada ao tuíte do presidente dos EUA, publicado na segunda-feira da semana passada, no qual ele sugeriu que os dois países sul-americanos estavam desvalorizando suas moedas para aumentar a competitividade dos seus produtos no mercado internacional. Na mesma publicação, Trump disse que iria impor tarifas à importação do aço e do alumínio dos dois países.

O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira, 10, que o governo ainda não tomou uma decisão sobre as novas tarifas a produtos brasileiros e argentinos, a despeito da fala do presidente na semana passada. Em evento do jornal Wall Street Journal, em Washington, Kudlow afirmou que a questão das tarifas tem sido discutida, mas ainda não foi definida. O USTr, autoridade comercial dos EUA, teve reuniões na semana passada sobre o assunto.

Os americanos disseram a integrantes do governo brasileiro que, como a questão envolve mais de um órgão de governo, a deliberação pode levar dias - ou semanas - mas tende a sair antes do recesso de final de ano.

Valorização

O time econômico de Trump tem demonstrado, segundo fontes, estar ciente de que as poucas intervenções do Banco Central na economia foram destinadas a valorizar, e não desvalorizar, o real. Burocratas americanos também tentam desfazer em conversas com o setor privado a ideia de que a ameaça de Trump é uma tentativa de enviar recados sobre as relações comerciais da América Latina com a China. A ameaça do presidente americano foi vista por analistas e integrantes do governo como um movimento eleitoral de Trump, preocupado com a perda de apoio político entre agricultores americanos, que têm sofrido os efeitos da prolongada guerra comercial entre Washington e Pequim.

O governo brasileiro montou uma ofensiva diplomática em Washington para convencer os americanos de que não há desvalorização artificial do câmbio e que as indústrias de aço dos dois países são complementares.

O presidente Jair Bolsonaro afastou na terça-feira preocupações sobre intenção de Trump. "Eu te pergunto: já foi sobretaxado aço e alumínio? Então não tem o que discutir", se resumiu a dizer o presidente. Bolsonaro já tinha dito que não está decepcionado com Trump, pois o aumento de tarifa sobre aço e alumínio ainda não se concretizou. / COLABOROU MATEUS VARGAS

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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