Dividir para conquistar
Como quase todas as crianças da mesma idade, meu filho de 11 anos passa horas ligado no YouTube. É difícil controlá-lo, até porque na maior parte do tempo (ou pelo menos quando estou por perto) ele assiste a vídeos que podem ser considerados educativos.
O Deco agora se mostra particularmente interessado na formação dos grandes impérios, em vídeos que em nada lembram as aulas de história na escola. Um dos favoritos dele é o que traz a história de Napoleão e a famosa fuga da ilha de Elba até a volta triunfal à França, antes da derrota definitiva em Waterloo.
No mundo corporativo, é comum que as empresas se valham da estratégia dos conquistadores históricos como Napoleão: dividir para conquistar. Esse tipo de prática é ainda mais comum com um inimigo combalido.
É o caso da Avianca. A empresa aérea que entrou em recuperação judicial em dezembro é dona de um dos ativos mais valiosos do setor: slots (horários para pouso ou decolagem) nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dummont.
De olho nesse filé, mas sem interesse na “parte ruim” da companhia, a Azul lançou no mês passado uma oferta de US$ 105 milhões pelos ativos da Avianca. A proposta previa a criação de uma unidade separada com os negócios que interessam à companhia.
Digo “previa” porque hoje surgiu uma notícia que deve colocar por terra os planos da Azul, sem trocadilho. O fundo Elliot, um dos principais credores da Avianca, decidiu aumentar a competição (e o preço) com uma proposta que prevê a divisão dos ativos da empresa aérea em sete.
Esse novo formato atraiu tanto a Gol como a Latam, que já se comprometeram a dar seus lances pelos pedaços da Avianca. Quem conta toda essa história de divisão e conquista nos céus e aeroportos brasileiros é a Marina Gazzoni.
Guedes vai à Câmara…
Depois do “bolo” da semana passada, Paulo Guedes visitou a CCJ da Câmara para articular a aprovação da reforma da Previdência - inclusive estava por lá na hora em que eu escrevia a newsletter de hoje. Desde o começo, o debate foi intenso e acalorado, sobretudo com os deputados do PT. O ministro da Economia chegou a cair na onda da oposição e deu algumas alfinetadas em suas falas. O Edu Campos está lá na sala da CCJ em Brasília e traz para você os detalhes dessa importante discussão para o futuro da proposta do governo.
...e o mercado azeda
O posto Ipiranga até falou bem na CCJ, seguiu o script e não deixou passar nenhum ponto na defesa da reforma. Mas os ataques da oposição, que dominou quase todas as falas nas quatro horas de audiência, disparou o alerta na bolsa. O tom pouco amigável na Câmara fez o Ibovespa virar e fechar em queda de 0,94%. O Victor Aguiar foi investigar esse movimento e conta todos os detalhes na cobertura de mercados.
Pronta para explodir
Uma semana depois da Câmara aprovar a PEC que engessa ainda mais o Orçamento federal, o Senado já está com tudo armado para passar a pauta. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou uma nova versão do texto, considerado uma pauta-bomba para o governo, e os senadores podem aprová-lo ainda hoje. Os detalhes do que mudou e como fica o Orçamento você confere nesta matéria.
Dia 93 de Bolsonaro - Jogo pesado
O presidente Jair Bolsonaro passou o dia em trânsito, retornando de Israel, mas antes de sua partida disse que a ideia é “jogar pesado” na reforma da Previdência e lembrou que na quinta-feira, já recebe parlamentares.
Jogo pesado, mesmo, enfrenta Paulo Guedes, que está na... (leia mais)
A promoção do Homem-Aranha
Depois de colocar a unidade brasileira do Santander entre os bancos rentáveis do país, Sérgio Rial foi promovido. O executivo brasileiro vai chefiar o banco na América do Sul, que inclui as unidades no Chile, na Argentina e no Uruguai. Só que houve promoção de trabalho também, já que ele manterá o comando do banco no Brasil. E como os grandes poderes geralmente vêm acompanhados de grandes responsabilidades, a matriz espanhola definiu metas ambiciosas para o Santander por aqui, como eu te mostro nesta matéria.
Débito ou crédito?
É crédito, e na conta dos fundadores da empresa de maquininhas de cartão Stone. André Street e Eduardo Pontes venderam parte de suas ações em uma oferta que movimentou pelo menos US$ 790 milhões (R$ 3 bilhões) na bolsa americana Nasdaq. Mas eles manterão o controle da companhia que lançou suas ações em outubro passado. Saiba mais sobre a nova oferta da Stone.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.