Dias de risco
No dicionário do mercado financeiro, a palavra “risco” pode ser traduzida como a possibilidade de o cenário que você espera não se materializar.
O termo pode ser empregado em qualquer situação. Por exemplo, caso você esteja pessimista, o risco para os seus investimentos é o de as coisas darem certo.
Para a maior parte do mercado, a economia brasileira passou a inspirar confiança desde o fim do ano passado, com a perspectiva de aprovação de uma agenda de reformas no país. Isso se traduziu na alta das ações que nós observamos nos primeiros meses do ano.
Havia então basicamente dois riscos: o desempenho da economia e o andamento da reforma da Previdência no Congresso. Como ambos vêm decepcionando, a bolsa devolveu uma parte da valorização recente.
Ainda assim, o ambiente ainda era favorável porque o cenário externo ajudava, principalmente depois que o BC americano descartou um aumento dos juros por lá.
Só que ainda havia um bode na sala, e com uma conta no Twitter. Desde que Donald Trump reacendeu o temor de uma guerra comercial entre EUA e China, a probabilidade de um desfecho favorável para a economia mundial diminuiu.
A temperatura da crise, que já havia subido na semana passada, entrou em estado de fervura com a decisão dos chineses de dobrar a aposta e anunciar um aumento das tarifas sobre produtos americanos.
Com mais riscos no radar, a decisão dos investidores é a mesma: buscar proteção. Isso se traduz em venda de ações e compra de dólar.
Com uma forte queda de 2,69%, o Ibovespa voltou a se aproximar do patamar de 90 mil pontos. A moeda americana chegou a bater nos R$ 4,00, mas perdeu força ao longo do dia. Como você já sabe, o Victor Aguiar acompanhou de perto e traz todo o panorama desse dia de fuga do risco nos mercados.
O abismo é logo ali
Em dias de pega pra capar no mercado como hoje surgem fagulhas por todos os lados. Uma das especulações que voltaram à baila foi a de que a China poderia vender seu estoque trilionário de títulos da dívida americana como retaliação na guerra comercial com o país de Donald Trump. Se isso de fato acontecer, meu amigo, o mercado estaria diante de um abismo, pronto para pular, afinal os chineses são ninguém menos que os maiores financiadores da dívida norte-americana. Mas quais as chances de algo do tipo acontecer? O Eduardo Campos foi atrás da resposta e conta para você.
Quem te viu, quem te vê
"Quem não conhece não pode mais ver pra crer", diria o analista Chico Buarque sobre o ressurgimento do bitcoin. Depois de uma estrondosa queda no ano passado, que fez muita gente pensar se os detratores da mais famosa das criptomoedas não estavam certos, o bitcoin não só se tornou a melhor aplicação do ano como voltou à marca dos US$ 7 mil (R$ 30 mil) nesta segunda-feira, algo que não se via há muitos meses. Há quem diga que tudo não passe de especulação, mas a Bruna Furlani traz uma explicação técnica (e tecnológica) para essa valorização.
Perdeu o crachá
Uma das empresas que mais apanharam hoje na B3 foi a Braskem. A petroquímica, que mantém ações negociadas tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos, viu seus papéis entrarem em leilão no meio do dia e despencarem logo em seguida. O motivo por trás disso é que a companhia não entregou um formulário obrigatório e teve a negociação suspensa na Bolsa de Nova York (Nyse). Saiba como a empresa controlada por Odebrecht e Petrobras deixou isso acontecer.
Azia e má digestão
Os resultados trimestrais que foram divulgados por algumas empresas hoje não ajudaram a melhorar o clima do mercado. A queda de quase 60% no lucro da fabricante de biscoitos (bolachas?) e massas M. Dias Branco no 1º trimestre derrubou os papéis da companhia hoje na bolsa. No mundo dos hambúrgueres, outro tombo: ações do Burger King caíram mais de 3% após a rede de fast food anunciar mudanças contábeis em seu balanço e ver a geração de caixa vir abaixo das expectativas do mercado.
Novela aérea
A novela “Quem vai ficar com a Avianca” teve uma nova reviravolta. Com medo de perder oportunidades dentro do leilão da aérea, a Azul decidiu fazer uma jogada ousada. A companhia ofereceu US$ 145 milhões por uma parte da empresa que teria na bagagem horários de chegada e partidas em aeroportos, incluindo alguns da ponte aérea Rio-SP. A ideia é garantir a participação da Azul dentro das principais rotas do país.
A grama do vizinho…
...pode, de fato, estar mais verde. Hoje de manhã a Marina Gazzoni falou para você que o Tesouro Direto vai desembolsar nada menos que R$ 9 bilhões na próxima quarta-feira para pagar os investidores em um mega-vencimento de títulos públicos. A hora, portanto, é de pensar o que fazer com essa grana que vai ser liberada. Seria o caso de reinvestir no Tesouro ou partir para a grama do vizinho? No que depender de alguns planejadores financeiros, a segunda opção é a melhor, como você pode conferir nesta matéria.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.