Dia de Corinthians
Jogar contra o Corinthians dá nos nervos de qualquer adversário. Que o diga o meu São Paulo, novamente derrotado no último domingo na disputa do título paulista.
O time comandado pelo técnico Fábio Carille tem como principal característica o bom posicionamento da defesa, que se fecha ainda mais quando consegue marcar um gol.
Pois hoje o mercado financeiro teve um dia de Corinthians. Depois da primeira vitória do governo na reforma da Previdência com a aprovação na CCJ da Câmara, os investidores partiram para a defesa.
O Ibovespa passou o dia todo em queda e por pouco não voltou a ficar abaixo dos 95 mil pontos. A novidade foi a forte alta do dólar, que voltou a flertar com os R$ 4,00.
Depois da conquista suada e obtida apenas na prorrogação da sessão da CCJ, muita gente ficou com o pé atrás sobre a habilidade do time de Bolsonaro no jogo da Comissão Especial, que vai de fato analisar o mérito da proposta.
Lembrando que o governo vai precisar de mais gols para conquistar a vitória na votação no plenário, que exige o apoio de três quintos dos parlamentares.
Mais ou menos como o Corinthians, que hoje à noite precisará partir para o ataque em busca de dois gols contra a Chapecoense para seguir na Copa do Brasil. Antes do jogo do campeão paulista, saiba como foi o dia de retranca nos mercados na cobertura do artilheiro Victor Aguiar.
Quem vai ficar no gol?
Que a reforma da Previdência é crucial para o equilíbrio da economia brasileira poucos duvidam. A questão é que poucas pautas são tão polêmicas para os brasileiros quanto as mudanças nas aposentadorias - acho que só futebol, o tal do “biscoito ou bolacha” e o fim do horário de verão superam a reforma. Os deputados sabem que terão que gastar um pouco do seu capital político e não querem arcar sozinhos com esse ônus. Por isso eles ameaçam retirar um ponto importante do projeto se não receberem apoio de uma classe que vai ser bastante beneficiada, mas não vem defendendo a reforma publicamente.
Chama o árbitro de vídeo
Muitos lances no futebol são passíveis de interpretação do juiz, que pode ou não marcar aquele pênalti quando a bola toca na mão do zagueiro na área. E quando o assunto é a pesquisa Ibope sobre a aprovação do governo Bolsonaro, a polêmica também costuma imperar. Se por um lado o capitão viu a parcela da população que considera sua gestão ruim ou péssima ter novo salto, por outro o grupo dos que o avaliam como ótimo ou bom também ganharam alguns membros. Nesta matéria você confere uma análise do Eduardo Campos sobre a pesquisa e tira suas próprias conclusões sobre o saldo final do Ibope para Bolsonaro.
Linha de fundos
A disputa está esquentando no mercado de fundos de investimentos. Depois de algumas plataformas como BTG e Órama zerarem a cobrança de taxa de administração em seus fundos simples, foi a vez do Banco Inter anunciar novidades. A instituição vai devolver para os clientes uma parte das taxas de administração e performance que no geral vão para o bolso das corretoras e agentes autônomos. O movimento é parecido com o da Pi, plataforma do Santander, e coloca ainda mais pimenta nessa disputa. Vale a pena conferir os detalhes dessa proposta.
Mais um atacante
Depois de sofrer mais uma goleada no balanço anunciado ontem à noite, a Cielo redobrou a aposta no ataque para defender a liderança no mercado de maquininhas de cartão. A empresa vai oferecer pagamentos instantâneos das vendas a débito e crédito e devolver o valor pago pela maquininha aos lojistas. As ações da companhia controlada por Banco do Brasil e Bradesco até que ensaiaram uma reação positiva à ofensiva, mas depois a coisa degringolou. Eu acompanhei de perto o anúncio da Cielo e conto para você os planos do presidente Paulo Caffarelli.
À espera da virada
Outro time que não marca gol no balanço há algum tempo é o da Via Varejo. A expectativa dos analistas de mercado para os resultados da dona da Casas Bahia e Ponto Frio já eram tão baixos que o balanço não provocou maiores surpresas entre os investidores. A grande aposta de quem tem as ações hoje é que o pior tenha ficado para trás e que surja algum interessado em comprar a participação do Pão de Açúcar na companhia. Saiba como foi a reação dos analistas que acompanham a varejista.
Gol contra?
Quando você pensa naquela pessoa que oferece crédito “como antigamente, olhando olho no olho” de quem vai tomar o dinheiro emprestado, qual figura surge na sua mente? Se você pensou em agiota, teve a mesma conclusão que a nossa aqui na redação do Seu Dinheiro. Pois o governo anunciou hoje a criação de um novo modelo de companhia que poderá conceder a financiamentos para micro e pequenas empresas. A ideia é trazer mais concorrência para o mercado de crédito, mas o efeito prático é que aquele seu conhecido que “empresta dinheiro a juros” pode agora ganhar um CNPJ. O Edu Campos conta nesta matéria como vai funcionar a Empresa Simples de Crédito (ESC).
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.