Dente de ouro para proteger seu dinheiro da crise?
Basta uma voltinha no centro de São Paulo para esbarrar em algum senhor vestindo um colete com os seguintes dizeres: “compro ouro”. Confesso que esses vendedores sempre me intrigaram. Não parece muito seguro tirar uma joia da bolsa e partir para negociação no meio da praça da República. Eu nunca vi ninguém vendendo, mas, se eles estão lá há tantos anos, algum mercado tem.
Comprar ouro físico para guardar dinheiro era um hábito bem comum no passado. Quem não lembra dos velhinhos e seus dentes de ouro? Pensando com a cabeça de hoje, parece um pouco bizarro. Mas quem viveu em um Brasil de não tantos anos atrás com hiperinflação e uma sequência de planos econômicos e trocas de moeda tinha bons motivos para procurar um porto seguro para seu patrimônio. O ouro tradicionalmente faz esse papel.
Essa premissa ainda vale, como bem lembrou a repórter Bruna Furlani nesta reportagem. Parte dos investidores está com medo que os Estados Unidos entrem em uma crise econômica e encabeçaram recentemente uma frente compradora de ouro.
Não, os grandes investidores não estão sentados no centro da cidade com uma plaquinha de “compro ouro”. Felizmente, existem mecanismos mais seguros para comprar e vender o metal para proteger seu patrimônio. A Bruna mostra o caminho aqui.
Dica de ouro
O gestor do fundo Verde, Luis Stuhlberger, abriu o jogo recentemente sobre o que está estudando. Seus companheiros de viagem no trecho Londres-São Paulo são livros sobre a economia da China. E não espere um calhamaço! Ele não tem tempo a perder e entregou que eventualmente escolhe um resumo das obras. Veja a dica de leitura completa na coluna Advogada do Investidor, da Luciana Seabra.
Falando na China...
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acha que o Brasil deve “jogar duro” com os EUA na relação comercial. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, a ministra defendeu uma maior aproximação com a China, com a qual pretende desfazer um “mal-estar” nas relações no início do governo Bolsonaro. Aqui está a entrevista na íntegra.
A Previdência vai mexer com o Tesouro Direto
Você certamente já percebeu que o mercado financeiro está de olho na reforma da Previdência. A bolsa pode disparar ou despencar dependendo de qualquer informação que vazar sobre a proposta. Mas saiba que não é só o investidor de renda variável que vai sentir no bolso os efeitos da negociação. A reforma também vai mexer com o valor dos seus títulos no Tesouro Direto. Você pode ganhar ou perder dinheiro dependendo do que rolar lá em Brasília. Saiba mais aqui.
E se o barco afundar?
As corretoras independentes deram um banho nos bancões na oferta de aplicações financeiras e nas taxas nos últimos anos. Uma das preocupações dos investidores que tiram seu dinheiro dos bancões para aplicar em corretoras independentes é se o seu patrimônio está seguro. E se a corretora quebrar? O que acontece com o seu dinheiro? É um questionamento válido. A Julia Wiltgen correu atrás das respostas e te conta quais cautelas você deve ter para proteger o seu dinheiro aplicado nas corretoras independentes.
Qual é a expectativa?
A terceira semana de balanços vai ser mais agitada do que a passada. A semana começa com os resultados do BB Seguridade e termina com Banco do Brasil, Cyrela, Cosan, Usiminas e Smiles. O repórter Fernando Pivetti separou as estimativas do mercado financeiro para você não ser pego de surpresa. Leia mais.
A Bula do Mercado: política testa apetite por risco
A semana deve começar com as incertezas pairando no ar dos investidores, o que deve deixar as negociações mais voláteis. Lá fora, a principal razão que vem tirando o otimismo é o risco de um novo shutdown em Washington. O impasse sobre a construção do muro na fronteira com o México pode parar a máquina pública. De novo.
Na Europa, a primeira-ministra britânica, Theresa May, continua buscando um acordo para evitar um “hard Brexit”, mas seu tempo para negociar está acabando.
Por aqui, a reforma da Previdência continua sendo o principal tópico a mexer com o mercado. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro não sai do hospital, o governo não deve apresentar uma versão final da reforma. Até lá, as especulações devem continuar.
Na semana passada, as incertezas sobre o assunto somado ao exterior negativo derrubaram o Ibovespa, que fechou a sexta-feira aos 95.343 pontos. O dólar encerrou a semana em R$ 3,72. Consulte a Bula do Mercado para saber como devem se comportar os mercados hoje!
Um grande abraço e ótima segunda-feira!