De volta ao morde-assopra de sempre
O drama da Argentina ainda está longe de acabar. Mas passada a primeira (e mais extremada) reação dos mercados, voltamos à nossa programação normal, com a guerra comercial retornando ao centro das atenções dos investidores brasileiros.
Estava na vez dos americanos no jogo de xadrez/pôquer/truco do conflito entre Estados Unidos e China. E, na dinâmica de negociação morde-assopra de Donald Trump, era hora de assoprar, o que rendeu notícias positivas e otimismo nos mercados nesta terça-feira.
Pela manhã, os EUA anunciaram que aliviariam as tarifas aos produtos chineses. Em sua conta de Twitter, Trump também se pronunciou num tom mais ameno.
Com isso, o Ibovespa e as bolsas americanas tiveram uma formidável recuperação, na esperança de que a nova jogada dos Estados Unidos signifique que as negociações com a China estejam, de alguma forma, caminhando.
Boa notícia também para o dólar, que após romper a barreira dos R$ 4, voltou a um patamar um pouco mais comportado, de R$ 3,96.
O Victor Aguiar acompanhou toda essa movimentação nos mercados e traz para você os detalhes do pregão de hoje, que também sofreu os efeitos dos balanços corporativos.
Sobe ou desce?
Se você já acompanha esta newsletter há algum tempo, sabe que nosso colunista Fausto Botelho prevê uma grande desvalorização no índice americano S&P500, com base na sua especialidade, a análise técnica. Mas com o clima mais otimista dos mercados nesta terça, qual o destino do índice? Sobe ou cai? No vídeo de hoje, ele avalia o principal índice da bolsa de Nova York, o índice argentino Merval e o Ibovespa, além de dar recomendações para cinco ações brasileiras.
Balança mas não cai
Guerra comercial, crise política na Argentina, temores de desaceleração mundial… Afinal, esses problemas não vão reduzir o otimismo dos investidores com o Brasil? Segundo a pesquisa feita periodicamente pelo Bank of America Merrill Lynch com grandes gestores de recursos, o exterior pode até arranhar as projeções para cenário nacional, mas não chega a matar as boas perspectivas para os ativos locais. O Eduardo Campos teve acesso ao documento e traduziu para você as atuais expectativas dos tubarões do mercado em relação aos investimentos por aqui.
Calote à vista
Para os argentinos, por outro lado, o tempo continua fechando. Circula no Twitter um gráfico com os países que mais deram calote nas suas dívidas desde 1800, de autoria dos economistas de Harvard Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, estudiosos das crises de crédito. Irônico pensar que, nessa infame disputa, o Brasil aparece à frente da Argentina. Mas os hermanos estão a apenas um default do empate e, para o mercado, é alta a probabilidade de o país vizinho faltar com seus compromissos mais uma vez. Confira este interessante gráfico e saiba o que o mercado espera nesta matéria.
Acordo que vale ouro
Ao que tudo indica, a tramitação da reforma da Previdência no Senado vai trilhar caminhos muito mais tranquilos do que os percorridos na Câmara. Isso tudo graças a uma moeda de troca chamada pacto federativo. Agora há pouco, líderes da Casa anunciaram um acordo para votar as mudanças na aposentadoria até o início de setembro, com direito a data e tudo. Em contrapartida, os senadores também irão votar projetos que distribuem recursos para Estados e municípios, que no fim das contas vão ficar mesmo de fora do projeto original da reforma. As datas de votação e os detalhes dos projetos envolvidos na negociação você confere nesta matéria.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.