Carta a um jovem investidor
A queda da taxa de juros para a mínima histórica de 5,5% ao ano (e contando) vem provocando uma mudança não só financeira como cultural, pelo menos lá em casa.
Agora, além das tradicionais conversas familiares, o tema investimentos vem se tornando recorrente nos almoços de domingo. Estou habituado a falar do assunto, mas ontem recebi um pedido diferente.
Minha sobrinha de 20 anos arrumou recentemente seu primeiro estágio e veio me procurar ontem para saber como investir o dinheiro do salário que começou a receber.
Antes que a CVM venha bater na porta da minha sogra atrás do famoso frango com quiabo (receita mineira original), é bom esclarecer: não promovi nenhuma consultoria financeira e apenas sintetizei algumas ideias que já expressamos nas nossas reportagens.
Assim como a Melina, o país vive hoje uma proliferação de jovens investidores. E quando falo em jovens, me refiro a um estado de espírito e não à idade. São pessoas que estão dando seus primeiros passos em busca de alternativas mais rentáveis e eficientes para seu patrimônio.
No cenário atual, isso significa que é necessário sair da zona de conforto e, com bastante cuidado, colocar um pezinho na renda variável, seja diretamente na bolsa ou via fundos.
Aliás, é quase um consenso entre os analistas que a B3 deve receber nos próximos anos um grande volume de recursos que hoje estão na renda fixa. Mas quanto?
A corretora do Itaú fez as contas com base no dinheiro que hoje está aplicado em títulos públicos. A Julia Wiltgen traz para você os números e também para quais ações esse dinheiro pode ser destinado.
104.745 pontos
A segunda-feira foi marcada pelo “do contra” na bolsa brasileira. Destoando do desempenho positivo nas bolsas mundo afora, o Ibovespa fechou em baixa de 0,32%, perdendo o patamar dos 105 mil pontos. O que houve hoje foi uma espécie de TPP – tensão pré-Previdência. A reforma enfim deve ser votada amanhã na CCJ e, apesar de estar bem encaminhada no Senado, ainda inspira certa cautela. O Victor Aguiar conta os detalhes na nossa cobertura de mercados e também faz um panorama do (bom) desempenho da bolsa em setembro.
7 bilhões
É o valor total que a Oi pode arrecadar com a venda de ativos no mercado. A empresa de telefonia, que há tempos agoniza em uma recuperação judicial cada vez mais complicada, pode ter nessa espécie de “saldão” uma oportunidade-chave para sair do buraco. Essa foi a avaliação feita pelos analistas do BTG Pactual em relatório divulgado hoje. O banco sustenta recomendação de compra para as ações da Oi, mas reitera a importância da conclusão da venda de ativos, que por enquanto ainda está na promessa, como a Jasmine Olga conta nesta reportagem.
82,8 milhões
É o valor que o empresário Eike Batista foi condenado a pagar por usar informações privilegiadas e manipular o mercado nas negociações com ativos da OSX, uma das várias empresas do antigo "Grupo X" que viraram pó. Mas não para por aí: a Justiça Federal do Rio de Janeiro também condenou o ex-bilionário a quase nove anos de prisão. Os detalhes do processo e a reação da defesa de Eike você confere no Seu Dinheiro.
664 milhões
Na maratona de números dessa segunda-feira, os sócios da Smart Fit fecharam um acordo para fazer um novo aporte de capital na rede de academias. O negócio, que pode movimentar até R$ 664 milhões, inclui ainda a entrada de um grande fundo de pensão canadense, que está pronto para se tornar sócio da empresa com mais de 2 milhões de alunos. Saiba mais sobre o negócio que deve dar um gás extra aos planos da companhia.
Zero
Esse será o valor que o WeWork vai (por ora) conseguir com seu IPO. Isso mesmo, você não leu errado! Depois de semanas tropeçando no mercado, a startup de escritórios compartilhados decidiu adiar de vez a oferta inicial de ações na bolsa de Nova York. E a nova data para que o projeto saia do papel ainda não foi definida. É aquela história: nem só de escritórios bacanas e mesas de pebolim vive uma companhia de sucesso.
Valores que você não vê
Depois de tantos anos trabalhando com jornalismo econômico, tenho propriedade para dizer que a pauta nas redações do país nos últimos anos ficou basicamente restrita à macroeconomia. E não poderia ser diferente: com tantos problemas estruturais que o país teve (inflação, crise fiscal e por aí vai) é difícil não se preocupar com o básico do básico. Mas o nosso colunista Felipe Miranda resolveu trazer à tona alguns temas que acontecem abaixo da superfície das manchetes e podem representar uma janela gigante de oportunidade de investimento para você. Recomendo muito a leitura!
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.]
*Colaboração Fernando Pivetti.