Carruagens de fogo
Bolsa volta a flertar com os 100 mil pontos; no exterior, Trump veta operações dos Boeings 737 MAX 8 e 9
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Uma trilha sonora me vem à cabeça quando penso em contagens regressivas. É o tema da largada da corrida de São Silvestre, que até 1988 acontecia durante a noite, bem perto da virada do ano.
A música de autoria de Cesar Camargo Mariano e Nelson Ayres que embalava os corredores na TV se chama Prisma. Outra trilha que costuma ser relacionada à tradicional prova de rua é a do filme Carruagens de Fogo. Ambas estão no YouTube para quem quiser relembrar.
Ainda estamos longe do fim do ano, mas temos uma contagem regressiva acontecendo na bolsa. Agora faltam apenas 1.097 pontos para o Ibovespa atingir a marca histórica dos 100 mil.
A largada da tramitação da reforma da Previdência, prevista para acontecer ainda hoje com a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ajudou a impulsionar as ações hoje.
A notícia de que o projeto de mudança na aposentadoria dos militares também está pronto para sair do forno deu o gás que faltava para o sprint da bolsa.
Ainda é cedo para dizer quando a corrida da reforma vai acabar, muito menos se o governo vai sair vencedor. Mas a expectativa é que a nova Previdência já esteja aprovada na manhã de 31 de dezembro de 2019, quando está marcada a próxima edição da São Silvestre. Leia na nossa cobertura o que mexeu com a bolsa e com o dólar hoje.
Um veto de peso
Os Estados Unidos decidiram agir sobre o caso da queda do avião da Boeing na Etiópia, a segunda do mesmo modelo em um intervalo de poucos meses. Donald Trump veio a público para anunciar que nenhuma aeronave 737 MAX 8 e 9 voará pelo espaço aéreo norte-americano. Foi mais um duro baque contra a fabricante que é sócia da brasileira Embraer. A empresa corre agora contra o tempo para achar uma solução para o problema.
Economia na brasa
A cerimônia era de posse do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas quem acabou roubando a cena foi Paulo Guedes. O ministro falou em reforma da Previdência, mais uma vez confiante na aprovação, e também de outros temas da agenda liberal, como as privatizações e a promessa de déficit fiscal zero em 2019. O “posto Ipiranga” de Bolsonaro aproveitou ainda para tratar de um tal de “churrasquinho chinês”, que seria o destino do Brasil caso a nossa economia se abrisse de uma vez ao exterior.
Dia 71 de Bolsonaro - Tiros em Suzano
O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no “Twitter” para prestar condolências aos familiares das vítimas do atentado ocorrido na escola professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo. “Uma monstruosidade e covardia sem tamanho”, escreveu.
Mesmo sendo uma monstruosidade e covardia, não levou minutos para que o tema fosse politizado. A oposição... (leia mais)
Me dá um tempo
A CSN entrou com um pedido no Cade para ganhar mais tempo para vender suas ações na Usiminas, segundo informou a Broadcast/Estadão. A siderúrgica havia comprado a participação na empresa mineira em 2011 na tentativa de entrar em seu bloco de controle, mas a estratégia foi vista pelo Cade como um ataque à concorrência. Ainda não se sabe se o órgão do governo vai dar uma colher de chá para a CSN, mas as ações da siderúrgica deram um novo salto no pregão de hoje da B3.
Quem paga a conta?
Parecia que finalmente a Eletrobras teria um desfecho do caso envolvendo uma dívida bilionária que pretende dividir com a União. Pois é, parecia: depois de três ministros do STJ darem seu voto, a Corte voltou a suspender o julgamento, com um placar desfavorável à estatal. A Eletrobras carrega uma conta de R$ 18 bilhões relacionada à cobrança feita nas contas de luz das empresas para financiar o sistema elétrico brasileiro. Saiba mais sobre esse imbróglio e como ele pode afetar as ações da estatal.
Sem taxa, sem ação
Por falar em conta, a decisão do STJ de barrar a cobrança de taxas de conveniência para ingressos de evento vendidos online até pode ter caído bem para quem costuma comprar tíquetes para shows na internet, mas acabou deixando marcas no mercado financeiro. Um dia depois da sentença que afetou a Ingresso Rápido, as ações da concorrente Time for Fun amargaram uma queda de mais de 2% na bolsa. Os detalhes dessa história você confere com a Bruna Furlani.