As lições da crise que virá
Longe de mim querer colocar água no chope, ainda mais depois de um novo dia de recorde do Ibovespa. Mas talvez o melhor momento para falar de crise seja justamente quando as coisas vão bem.
Primeiro vamos à boa notícia: a aprovação da reforma da Previdência no Congresso pavimentou a estrada para a manutenção das taxas de juros em níveis civilizados no Brasil por um longo período.
O filme dessa nova economia ainda está para ser exibido. Mas você já pode conferir o “trailer” estampado nos rendimentos magros das aplicações tradicionais. Isso significa que você terá de correr mais riscos e migrar uma parcela da sua carteira para a renda variável se quiser uma rentabilidade melhor.
A bolsa até agora tem cumprido as expectativas. No embalo da aprovação da reforma, o Ibovespa cravou hoje a terceira máxima histórica consecutiva e o dólar fechou em forte queda.
Mas quem vê de longe esse desempenho exuberante precisa saber que, de perto, a bolsa também pode reservar uma boa dose de sofrimento.
O importante nessa caminhada é saber distinguir os solavancos que fatalmente virão no meio do caminho daqueles momentos que podem representar o início de uma nova crise – não se engane, ela um dia virá.
Ninguém consegue prever o futuro, mas é possível aprender (e muito) com o que aconteceu no passado. Foi pensando nisso que preparamos uma série de reportagens sobre a crise de 1929, a maior da história do capitalismo, que amanhã completa 90 anos.
Para marcar a data, o Victor Aguiar fará nesta quinta-feira, às 11 horas, uma entrevista ao vivo com o mestre Ivan Sant’Anna, colunista do Seu Dinheiro e autor do livro 1929: quebra da bolsa de Nova York. Compromisso obrigatório para quem quer saber mais sobre como ganhar e, principalmente, não perder dinheiro no mercado de ações.
O início, o fim e o meio
Se você está perdido com as novas regras da Previdência, saiba que não está sozinho nesse barco. Afinal, a longa novela da aprovação da reforma levou dez meses para sair do papel, com diversas mudanças no meio do caminho. Mas a Julia Wiltgen resolveu trazer à luz nesta reportagem especial o processo completo da reforma, desde as regras anteriores, passando pela proposta do governo e chegando ao esquema final (e quase oficial) das aposentadorias no Brasil. Recomendo a leitura!
Dessa vez é diferente?
O Brasil é o país do futuro desde quase sempre. E fica difícil conter uma certa euforia no atual cenário de juros baixos e dólar valorizado, que consegue a rara façanha de agradar tanto os gregos do mercado financeiro como os troianos empresários. Mas será que essa equação fecha de verdade? Quem responde essa pergunta são os gestores do badalado Fundo Verde. O Eduardo Campos traz para você qual é a visão da gestora de Luis Stuhlberger.
Dividir para conquistar
O ganhador do Nobel Harry Markowitz diz que a diversificação é o único almoço grátis no mundo das finanças. Entre as empresas de capital aberto brasileiras, quem segue bem esse preceito é a Weg. As ações da companhia que fabrica desde equipamentos industriais até motores para uso doméstico são provavelmente o maior caso de sucesso da bolsa. E hoje os papéis subiram mais 4,45% depois de (mais um) bom resultado trimestral. De quebra, a empresa anunciou uma novidade que deve abrir uma nova fonte de receita, como mostra o Kaype Abreu.
Caixa reforçado
E as ofertas de ações não param! Ontem foi a vez da Log, empresa de imóveis comerciais que tem os donos da MRV Engenharia como principais acionistas, fechar uma captação de R$ 637,9 milhões na bolsa. A empresa pretende usar o dinheiro para investir em novos empreendimentos. A demanda pelas ações foi boa, mas para conseguir levantar os recursos a companhia precisou oferecer um desconto generoso aos investidores, como eu mostro nesta matéria.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
*Colaboração Fernando Pivetti.