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As curvas da estrada da bolsa

2 de julho de 2019
18:57
Selo O Melhor do Seu Dinheiro; investimentos
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Falta de visibilidade é um problema recorrente para quem sai de São Paulo e pega as curvas da estrada de Santos. Palavra de quem precisou se aventurar nesse trajeto diariamente por três anos.

Quando a neblina se fecha pra valer sobre a Serra do Mar, é como se a estrada se transformasse em uma grande nuvem, e tudo o que se vê (quando se vê) são as luzes vermelhas do veículo que vai à frente.

Para diminuir o número de acidentes, toda vez que a visibilidade cai a concessionária que administra a rodovia institui a operação comboio, quando um veículo oficial lidera um cortejo formado por algumas centenas de veículos.

Se existe outro lugar em que a visibilidade é fundamental é na bolsa. Toda vez que os níveis de risco superam um determinado patamar, o mercado institui sua própria operação comboio. Na prática, isso significa que é hora de reduzir os riscos - e vender as ações.

Dois motivos levaram à pisada no freio hoje. O primeiro foi a tramitação da reforma da Previdência, que deve frustrar as expectativas de quem esperava pela volta dos Estados e municípios ao projeto. A leitura do relatório do deputado Samuel Moreira acontece enquanto eu escrevo para você.

A aprovação de outro relatório, o da CPI que investiga a tragédia em Brumadinho, voltou a colocar pressão nas ações da Vale, que têm um peso grande no Ibovespa.

O Victor Aguiar, que também está acostumado a enfrentar situações com baixa visibilidade, tanto nos mercados como na viagem para a praia, conta em detalhes tudo ​o que moveu a bolsa e o dólar nesta terça-feira.

Na mira da CPI

Quase seis meses depois do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, os responsáveis pela morte de centenas de pessoas começam a receber suas penas. A CPI do Senado, que apurou as causas do desastre que deixou 246 mortos, aprovou hoje o indiciamento de 14 pessoas pelo crime de homicídio. E devo ressaltar que entre os alvos está o ex-presidente da mineradora, Fabio Schvartsman. Saiba nesta matéria como foi a sessão da CPI que aprovou o relatório, que também pediu o indiciamento da Vale.

Seguro à venda

A SulAmérica pode deixar o mercado de seguro de automóveis e ramos elementares. A companhia anunciou que negocia a venda do negócio que representa 13% de suas receitas para a alemã Allianz. As ações da seguradora reagiram em alta à notícia, que poderá levar a empresa a atuar de forma mais concentrada em operações como saúde, previdência e gestão de ativos. Eu conto para você nesta reportagem os principais números da SulAmérica em seguro de automóveis e o quanto as ações subiram hoje.

Logística dos juros

Um cenário de juros baixos tende a beneficiar a grande maioria das empresas brasileiras. Mas é claro que alguns setores e companhias acabam se beneficiando mais que outros. E na expectativa de que o Copom volte a cortar a Selic, o mercado começa a fazer suas apostas. O Bradesco BBI decidiu colocar as fichas em uma gigante do ramo de logística rodoviária na bolsa que pode ter uma redução significativa nas despesas financeiras com o juro menor. Com isso, as ações têm potencial para subir até 26%, segundo os analistas. Saiba qual a mais nova aposta nesta matéria da Bruna Furlani.

Sergio ou Raimundo?

Já era de se esperar, mas a audiência da CCJ da Câmara que recebeu Sergio Moro para debater as tais conversas vazadas teve ânimos ainda mais exaltados. Deputados do governo e da oposição pareciam que estavam em um ringue de luta livre, ou no caso de “verbo livre”. O pessoal chegou inclusive a ser comparado à de “Escolinha do professor Raimundo” pelo presidente da comissão, Felipe Francischini, em alusão ao clássico programa da TV brasileira. O Edu Campos acompanhou a audiência e traz os detalhes para você.

La Casa de Papel

Não sei se você já viu a famosa série na Netflix que trata do assalto à Casa da Moeda da Espanha (a nova temporada chega neste mês). Para resumir a história, em vez de “simplesmente” roubar, os bandidos tiveram a sacada de imprimir o próprio dinheiro. Essa ficção ficou martelando na minha cabeça quando li a coluna de hoje da Angela Bittencourt. Ela conta um pouco sobre a fiscalização que a agência de risco Moody’s está impondo sobre países que resolvem aumentar sua dívida nacional imprimindo mais moeda. Recomendo a leitura!

Pare e compare

Escolher qual ação comprar na bolsa é sem dúvida uma decisão das mais complexas. Tanto é que muita gente aborta a missão e acaba partindo para os fundos de ações, de índices (ETFs) ou carteiras já montadas. Só que existe uma outra maneira muito interessante de se observar o desempenho de uma ação, e ela vem lá da análise gráfica. O Fausto Botelho preparou para você um vídeo que fala da força relativa, um método de comparação de papéis que esconde muita informação boa por trás.

Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.

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