A dança do dragão
Muito antes do leão do imposto de renda, o bicho que assustava de verdade era o dragão. A primeira lição de economia que todos da minha geração tiveram de aprender foi como lidar com a inflação.
A matéria não era ensinada na escola, mas nos supermercados. Basta dizer que, naquela época, as maquininhas não eram as de cartão de débito e crédito, mas as que remarcavam os preços dos produtos a todo momento.
Foi só com o plano real que começamos a nos tornar um país que pode ser chamado de “normal”, ainda que muito longe do ideal. De lá para cá, a inflação teve altos e baixos, mas só voltou a correr o risco de sair do controle durante o governo Dilma.
Fomos obrigados a colocar o dragão de volta para a jaula bem no meio da maior recessão da nossa história, o que deixou feridas ainda não cicatrizadas na economia. Mas temos cada vez mais sinais de que o bicho foi domado.
No mês passado, inclusive, tivemos um fenômeno raro por estas bandas: deflação. O IPCA fechou em -0,04% em setembro, o menor índice para o mês desde 1998, quando a taxa de câmbio no país ainda era controlada.
A dança do dragão abriu espaço para a queda dos juros nos últimos anos, o que levou a uma mudança do cenário das aulas de economia – do supermercado para a conta bancária.
Está na hora (aliás, passou da hora) de você rever a sua carteira de investimentos, principalmente os que estão rendendo cada vez menos na renda fixa. Até porque a expectativa é que a Selic continue ladeira abaixo, como mostra o Eduardo Campos.
Voltando a escalar
Chega de mergulho! A bolsa embarcou em novas aventuras, e a do dia foi a escalada. Nessa síndrome bipolar pela qual passa os mercados, o otimismo deu o tom e trouxe o gás que faltava para que o Ibovespa recuperasse o patamar dos 100 mil pontos, que foi perdido ontem. Mas o dólar não seguiu o mesmo otimismo e subiu 0,27%, na contramão do desempenho do câmbio mundo afora. Entenda o que moveu os mercados com o Victor Aguiar, o especialista em escaladas da redação do Seu Dinheiro.
Carga leve
Não sei como tem sido o seu ano, mas para quem subiu na boleia das ações da JSL no início de 2009, vai tudo muito bem. Os papéis da gigante do setor de logística - que chegou cogitar fazer um IPO da Vamos, umas das suas subsidiárias - já subiram cerca de 150% de janeiro para cá. Será que há espaço para subir ainda mais na bolsa? A resposta é sim, pelo menos para os analistas do BTG Pactual. Veja nesta matéria a recomendação e o potencial de valorização dos papéis, nas contas do banco.
Ei, você aí…
...me dá um dinheiro aí. O carnaval é só em fevereiro, mas a marchinha para mim é atemporal. Aliás, o governo está em clima de festa com os recursos que devem entrar no caixa com a maratona de leilões de petróleo prevista para as próximas semanas. Os recursos que vão entrar irão tanto para os cofres públicos como a Petrobras, que já realizou investimentos nas áreas que serão leiloadas. Confira nesta matéria todos os valores que estão em jogo.
Alta patente
No meio das discussões da reforma da Previdência, um assunto ficou praticamente esquecido: a proposta de mudança nas aposentadorias dos militares, que tramita de forma separada no Congresso. Mas as notícias do dia não são boas, pelo menos do ponto de vista fiscal. Afinal, o dinheiro que estava programado para suprir a reestruturação de carreiras e os reajustes salariais estava subestimado em nada menos do que R$ 14,9 bilhões. Entenda o que mudou nesse cálculo.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
*Colaboração Fernando Pivetti.