A cerveja escondida embaixo do gelo
Como Lemann perdeu seus bilhões, PGBL para pagar menos IR e o bloco contra Maduro.
Caro leitor,
Se tem uma coisa que me alegra é ver a transformação do carnaval de rua de São Paulo. No primeiro ano que passei na cidade, em 2008, lembro de ficar na praça Benedito Calixto ouvindo marchinhas num carrinho de som improvisado com alguns gatos pingados que se agruparam no quarteirão. Eu, recém-chegada de Santa Catarina, achei o fim da picada. Depois disso, sempre me organizei para fugir do carnaval paulistano. Me apaixonei pelos bloquinhos do Rio e fui para a cidade maravilhosa por quatro anos seguidos. Mas chegou o dia em que não consegui mais escapar do plantão e tive que ficar em São Paulo.
Felizmente, o carnaval paulistano mudou e os foliões se espalharam pela ruas. Eu gostei tanto que acho que nem vale a pena viajar mais. Para que gastar uma grana na passagem aérea e se amontoar com meia dúzia de amigos em um apartamento alugado no Rio? São Paulo está demais e tem opções para todos os gostos. Este ano ouvi marchinhas, axé, pagode e até jazz e rock n’ roll nas ruas de São Paulo. Fui para o bloco a pé, dormi na minha cama e só gastei o dinheiro da cerveja. Que beleza!
Os vendedores ambulantes estão abastecidos de Skol. Embora eu tenha visto muita Heineken “escondida” embaixo do gelo. É um problema para a Ambev, que pagou para patrocinar o carnaval e não consegue coibir os vendedores autorizados de oferecer a marca concorrente. Mas esse não é nem de longe a maior dor de cabeça dos donos da cervejaria neste momento.
Um dos seus principais acionistas, o bilionário Jorge Paulo Lemann, perdeu o posto de homem mais rico do país nos últimos dias. Tudo por causa de uma série de problemas de suas empresas, principalmente a Kraft Heinz. O Vinícius Pinheiro relacionou 5 motivos que levaram Lemann a perder alguns de seus bilhões nesta reportagem.
Um bloco contra Maduro
A crise na Venezuela segue e deve ter novos capítulos nesta semana. O líder da oposição Juan Guaidó retornou ao país ontem e convidou seus apoiadores a uma demonstração de "grande força e determinação" no próximo sábado. Ele pediu que as pessoas encham as ruas do país para protestar contra Maduro. A conferir se vai ser “bloquinho ou blocão”.
Dá para cortar a comida do leão?
Começou a temporada de declaração do Imposto de Renda. Todo ano tenho uma certa aflição em declarar um dinheiro que eu supostamente recebi, mas nunca caiu na minha conta. Ficou no tal do “imposto retido na fonte”.
Alguns contribuintes conseguem pegar parte desse dinheiro de volta por meio de um plano PGBL. Mas cuidado: não é para todo mundo que vale a pena. A Julia Wiltgen te mostra como fazer os cálculos e explica tudo sobre esse tipo de investimento nesta reportagem.
Olho nas bolsas gringas
É a segunda vez que uma notícia importante envolvendo a Vale sai no meio de um feriado no Brasil, com o pregão fechado. A mineradora informou ontem que Fabio Schvartsman pediu afastamento temporário do cargo de presidente diante das investigações da tragédia de Brumadinho.
Quando é assim, o acionista precisa ficar de olho na reação dos mercados internacionais para tentar ter uma ideia do que esperar dos papéis no próximo pregão na B3. Veja aqui como foi a reação dos investidores na bolsa de Nova York à saída do presidente da Vale.
Macarronada e yakisoba
Mais notícias do exterior devem mexer com os mercados lá fora. A Itália, que andou se rebelando contra as regras de responsabilidade fiscal da União Europeia, divulgou uma retração de 0,1% no PIB do quarto trimestre. Como é a segunda queda seguida, a Itália está oficialmente em recessão.
A China estimou que vai crescer entre 6% e 6,5% neste ano. Vale lembrar que no ano passado a economia chinesa avançou 6,6%, o menor resultado em três décadas. A projeção só reforça a expectativa de desaceleração do país.
Um grande abraço e ótima terça-feira!