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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Olho no BC

BTG Pactual acredita em Selic de 4% em 2020

Banco trabalha com juro de 4,5% em dezembro de 2019 e mais duas reduções de 0,25 ponto no ano que vem

Eduardo Campos
Eduardo Campos
24 de outubro de 2019
17:24 - atualizado às 18:03
Imagem: Seu Dinheiro / Shutterstock

O BTG Pactual enxerga espaço para mais reduções da taxa básica de juros, a Selic. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, o banco apresenta a projeção de 4,5% no fim de 2019 e diz enxergar espaço para mais duas reduções de 0,25 ponto no começo de 2020, com o custo dinheiro em 4% no fim do ciclo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) tem reunião na próxima semana e o BTG está com o consenso de mercado, de nova redução de meio ponto percentual, a terceira seguida, reduzindo o juro de 5,5% para 5%. A última reunião de 2019 acontece em dezembro e traria redução de mesma monta.

Na avaliação entre o que aconteceu desde a reunião de setembro, o banco destaca as falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que apesar dos riscos, a cena externa continua favorável e que o movimento do câmbio reflete questões estruturais, sem impacto nas expectativas de inflação.

De fato, todas as falas de Campos Neto e demais diretores reafirmaram a mensagem central de política monetária: O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.

Inflação

O BTG continua vislumbrando um quadro favorável, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrando 2019 perto de 3,4%. A meta do ano é de 4,25%. Para 2020, a projeção teve um breve ajuste de 3,7% para 3,6%, contra meta de 4%.

O banco faz um exercício para antecipar a projeção do modelo do BC no cenário com juro constante em 5,5% e câmbio a R$ 4,05. O resultado seria inflação de 3,3% neste ano e entre 3,6% e 3,7% em 2020. Ou seja, haveria espaço para ajuste adicional.

Balanço de riscos

Na avaliação sobre os vetores que podem levar à inflação para cima ou para baixo da meta, o BTG avalia que o risco de frustração com as reformas evoluiu de forma positiva. O Senado concluiu a reforma da Previdência, e a chama PEC paralela, que traz Estados e municípios para a reforma, mostra avanço.

Pelo lado externo, as negociações comerciais entre EUA e China mostraram progresso, mas os dados dos EUA e de outros países mostram enfraquecimento do setor industrial.

A classificação do BTG é de um cenário externo complexo, mas com moderação dos riscos na margem, com prevalência de vetores deflacionários. Assim, para os analistas do banco, o BC pode passar a dizer que o balanço de riscos está favorável.

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