BC e Fed devem cortar juros. Um por necessidade, o outro por pressão
Copom deve levar Selic para nova mínima histórica de 5% ao ano. Federal Reserve (Fed) tem decisão um pouco mais complexa
Temos mais uma super quarta-feira da política monetária, a penúltima do ano, com as decisões de juros do nosso Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed), banco central americano. Um vai reduzir a Selic por necessidade, o outro, se cortar, podemos dizer que foi por medo ou pressão.
Vamos começar pelo Copom, já que a tomada de decisão de Roberto Campos Neto e companhia está mais fácil que a dos colegas americanos. O consenso de mercado é de nova redução de meio ponto na Selic, de 5,5% para nova mínima histórica de 5% ao ano. Cabe lembrar que no mercado correm algumas apostas de um BC mais agressivo, com redução de 0,75 ponto. Saberemos depois das 18 horas.
Essa “certeza de corte” decorre da comunicação feita pelo próprio BC. Tanto Campos Neto quanto os diretores reafirmaram a mensagem central de política monetária desde o encontro de 18 de setembro: O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.
Juro baixo com inflação nas metas é um cenário a se comemorar, mas que vai exigir cada vez mais dedicação dos investidores. Por isso, deixo umas dicas de leitura sobre investimentos com Selic nesses patamares. Há dicas para investidores conservadores e para os de perfil mais arrojado. Também deixo como sugestão o nosso e-book sobre investimentos em bolsa de valores. Além desse guia completo sobre investimentos em ações.
Inflação rastejando
As projeções de inflação que serão apresentadas pelo BC devem continuar mostrando Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo da meta tanto em 2019, quanto em 2020, mesmo considerando valores maiores para o dólar. O que permite isso é a reação tímida do crescimento econômico.
De fato, o mercado parece que está tomando as projeções do BC como um balizador para o tamanho do ciclo de corte enquanto o BC não muda sua comunicação, acenando como pretende conduzir o ciclo de cortes que vai acumulando 1,5 ponto percentual de redução de juro, podendo chegar a 2 pontos ou mais até dezembro.
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Será que o BC segue chancelando o mercado ou tenta balizar um ajuste fino de expectativas, preferindo manter o juro baixo por mais tempo a testar taxas nominais e reais cada vezes menores?
Em nota divulgada na semana passada, o BTG Pactual fez um exercício de projeção considerando Selic de 5,5% e câmbio a R$ 4,05. Teríamos inflação de 3,3% neste ano e entre 3,6% a 3,7% em 2020. Ou seja, há espaço para cortes adicionais, já que a meta de 2020 é de 4%.
Aliás, o BTG acredita em Selic de 4% no começo de 2020. Além dos dois cortes de meio ponto agora em 2019, caberiam mais duas reduções de 0,25 ponto no começo do ano que vem. Também já vimos que a Itaú Asset trabalha com juro de 3,75%, com reduções de 0,75 ponto agora e em dezembro e que a Orxord Economics apresentou um cenário alternativo que poderia ter Selic de 3%. Ontem, o Bank of America Merrill Lynch fez uma atualização na sua projeção de 4,75% para 4% no fim do ciclo. Também fizemos uma ponderação do risco de um ciclo muito prolongado de cortes.
Juro real zero ou negativo
O que o Copom e o mercado discutem é quão mais estimulativa a política monetária pode ficar sem colocar em risco o cumprimento das metas de inflação. O BC já disse que o cenário prescreve juro abaixo do considerado neutro.
A questão e quão para baixo o juro real (juro nominal descontada a inflação) pode ir. Olhando o swap de juros de 360 dias, que está na casa de 4,4% e descontando a inflação de 3,55% (mediana Focus 12 meses) temos uma taxa real de 0,82% ao ano. Para dar um parâmetro, quando o BC começou a cortar a Selic em outubro de 2016, o juro real estava na casa dos 7%.
É para essa taxa real que o investidor deve olhar sempre que fizer seus investimentos. A depender de tributação e taxas de administração, alguns tipos de investimento estão com retorno zero ou mesmo negativo. Pagar 100% do CDI não quer dizer nada. Poupança então, que paga 70% da Selic, praticamente já era, é perda real quase certa. Só lembrando que existe mais de R$ 800 bilhões estacionados na caderneta.
Será que o Fed corta?
No lado do Fed o quadro é um pouco mais complexo. Apesar dos mercados futuros atribuírem probabilidade de mais de 90% de uma nova redução de 0,25 ponto, trazendo o juro para a banda de 1,5% a 1,75%, há bons argumentos para uma parada.
Jerome Powell tenta balizar as expectativas do mercado falando que não se trata de um ciclo de corte de juro agressivo, mas sim de um “ajuste de meio de ciclo” ou “corte de segurança”. A piora de cenário decorrente da guerra comercial teria obrigado o Fed a ajustar a taxa para evitar uma desaceleração mais forte da economia.
O fato é que os EUA seguem crescendo, com desemprego nas mínimas históricas e bolsas de volta às máximas. Além disso, EUA e China caminham em direção à um acordo comercial em etapas.
A questão é que toda vez que Powell tenta reforçar essa mensagem de “ajuste de meio de ciclo” e da “dependência dos dados” para a tomada de decisão, os mercados reagem de forma negativa.
O risco é que uma reação muito negativa do mercado poderia acabar contaminando as expectativas e o lado real da economia. Assim, uma pausa no ciclo, que em tese seria boa notícia, acabaria se transformando em um problema para o Fed.
Dentro do próprio Fed não há consenso entre os membros, pois temos dois diretores que vêm advogando pela manutenção - Eric Rosengren e Esther George - enquanto James Bullard votou por um corte de meio ponto em setembro. Pelas discussões da última ata, teríamos outros membros propensos a se juntar a Rosengren e Esther.
Powell terá de explicar muito bem a decisão para contornar eventual reação negativa dos mercados. Alguns economistas avaliam que o Fed pode fazer sim uma pausa agora, para avaliar o impacto do ajuste já feito, mas sem fechar a porta para eventual redução na reunião de dezembro.
Outro ponto a ser observado na decisão e na entrevista de Powell é em relação aos comentários sobre a compra de títulos (o QE que não é QE) e o aumento no volume de operações de mercado aberto para suprir liquidez ao mercado. O volume subiu de US$ 75 bilhões para US$ 120 bilhões por dia.
Por ora, a única certeza é que Donald Trump vai criticar a decisão.
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