🔴 META: RENDA EXTRA DE ATÉ R$ 15 MIL POR MÊS COM ROBÔ PLUGADO NA CONTA – ENTENDA

Estadão Conteúdo
Bilhões e mais bilhões

Lucro dos grandes bancos passa dos R$ 73 bilhões em 2018 e supera gasto com calotes

No ano passado, o lucro líquido consolidado de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil subiu 12,77% em relação a 2017

Estadão Conteúdo
15 de fevereiro de 2019
14:42 - atualizado às 14:43
Montagem com fachada de agências dos bancos Santander, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil
Lucro superou em mais de R$ 5,5 bilhões as despesas com provisões para devedores duvidosos - Imagem: Montagem Andrei Morais / Estadão Conteúdo / Shutterstock

Com trégua na inadimplência, os grandes bancos brasileiros de capital aberto conseguiram entregar em 2018 lucros superiores aos gastos com calotes pela primeira vez desde a crise que o País atravessou e que custou três anos de recessão. Para 2019, o motor para os resultados dos pesos pesados do setor deve voltar a ser o crédito, que pode crescer dois dígitos, conforme sinalizam as projeções de desempenho já divulgadas, principalmente, se a reforma da Previdência for aprovada.

No ano passado, o lucro líquido consolidado de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil atingiu R$ 73,208 bilhões, aumento de 12,77% em relação a 2017, quando totalizou R$ 64,916 bilhões.

A cifra superou em mais de R$ 5,5 bilhões as despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, que chegaram a quase R$ 68 bilhões no exercício passado, mais do que todo o patrimônio líquido do próprio Santander.

"Nos últimos dois anos, os resultados dos bancos foram direcionados pela queda de PDDs. No quarto trimestre, houve uma aceleração do crédito, que serve de sinalização para 2019.

Os resultados no ano serão direcionados pelo maior crescimento da carteira e com mix melhor, com foco na pessoa física", avaliou o diretor de renda variável da Eleven Financial, Carlos Daltozo, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Juntos, Bradesco, BB, Itaú e Santander viram seu lucro líquido alcançar R$ 19,558 bilhões no quarto trimestre, aumento de 14,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, os gastos com calotes encolheram em quase 12%, para R$ 16,636 bilhões, no período de referência.

Leia Também

O quarto trimestre ainda foi influenciado por resquícios das eleições no País, na opinião do analista da Genial Institucional, Eduardo Nishio. E, portanto, o que estava na mira dos analistas e investidores foram justamente os guidances de desempenho, que tradicionalmente são divulgados no início do ano. "Os guidances foram bem positivos, com números indicando aumento de dois dígitos de lucro nos quatro grandes bancos", destacou Nishio.

O maior crescimento de lucros em 2019 deve vir por parte do Bradesco, que começa a capturar sinergias de forma mais intensa com o HSBC, e ainda do Banco do Brasil, cuja estrada para melhora de rentabilidade é mais longa que a dos demais competidores.

Na sequência, o Santander Brasil, que tem avançado frente aos pares numa verdadeira colheita de frutos da reestruturação que fez em seu banco de varejo, tende a desacelerar o ritmo, mas ainda seguir forte. Por último, o Itaú Unibanco, cujos números de retorno e lucro já superam a concorrência, tende a crescer em um ritmo mais ameno que os outros.

Crédito

Do lado do crédito, os bancos privados devem seguir crescendo em velocidade mais rápida que os públicos, como já aconteceu em 2018. O mais otimista é o Bradesco, com projeção de alta de sua carteira de 9% a 13% neste ano, superior ao intervalo do concorrente Itaú, que expectativa de incremento de 8% a 11%. Já o BB, o mais conservador, prevê alta de 3% a 7%.

O presidente do BB, Rubem Novaes, explicou que a política de austeridade e saneamento na carteira do banco, que fez com que não houvesse um crescimento muito forte do crédito na instituição, foi necessária, elogiando, inclusive, a gestão anterior do banco. Apesar disso, ele recorreu à escola Keynesiana, consolidada pelo economista inglês John Keynes, para justificar o crescimento mais fraco dos empréstimos.

"Os economistas keynesianos gostam da armadilha da liquidez (do inglês, liquid trap) que, em termos populares, significa o seguinte você pode levar um cavalo ao bebedouro, mas não pode obrigá-lo a beber. Com o crédito, essa questão se apresenta. Para aumentarmos o crédito, precisamos de demanda por parte dos empresários e consumidores", explicou Novaes, em sua primeira aparição à imprensa em uma coletiva de resultados do BB.

O executivo vê a expectativa do banco alinhada à demanda esperada para "um crédito sadio", mas ponderou que se a reforma da Previdência for "muito boa" e a economia "explodir", as projeções podem ser revistas. "Temos bases diferentes de largadas e um outro movimento que é o mix da carteira", acrescentou o vice-presidente de negócios de varejo do BB, Marcelo Labuto, citando, por exemplo, a carteira de pequena e média empresa, que ainda passa por um processo de saneamento, o que impacta no ritmo de crescimento dos empréstimos.

O mix de crédito, ou seja, a composição das linhas de financiamentos que mais vai crescer, é o que dará o tom da margem financeira dos bancos neste ano. As próprias instituições acreditam na continuidade da queda dos spreads bancários (diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar), o que vai forçá-los a buscar expansão em áreas mais rentáveis como, por exemplo, cartões e crédito pessoal, para compensar o recuo das taxas.

"Os spreads serão naturalmente comprimidos. A solução é ganhar volume. Por isso, nossa rede está muito empenhada em ganhar escala", disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em recente conversa com a imprensa.

Para a inadimplência, o banco e também o BB estão mais otimistas e ainda trabalham com um cenário, conforme Daltozo, de queda das despesas com provisões. Por outro lado, o Itaú espera manutenção. A qualidade dos ativos deve permanecer em bons patamares, resultado de uma postura mais seletiva dos bancos no passado. Agora, se a aceleração do crédito pode respingar na inadimplência no futuro, segundo Nishio, só será possível saber a frente.

O Itaú, que cogitava submeter ao seu Conselho de Administração a aprovação de aumento de apetite de risco, desistiu, de acordo com o presidente do banco, Candido Bracher. Em entrevista à imprensa, o executivo explicou que a instituição conseguirá crescer com as métricas atuais e que a projeção de expansão, de 8,0% a 11,0% neste ano, é vigorosa.

O crescimento do crédito neste ano se dará, conforme o presidente do Itaú, principalmente na pessoa física e nas micro, pequenas e médias empresas. "As decisões de investimento de grandes empresas dependem da aprovação da reforma da Previdência", disse Bracher, acrescentando que esses grupos devem recorrer mais ao financiamento via mercado de capitais para colocarem seus projetos em prática.

Receitas e ROE

Do lado das receitas com prestação de serviços e tarifas, os grandes bancos seguem conservadores a despeito da expectativa de retomada da economia. O único que prevê dois dígitos de expansão, embora não dê guidances de desempenho, é o Santander Brasil. "Isso está baseado em uma série de coisas como na demanda corporativa, cartões (apesar da concorrência) e digital", explicou o presidente do banco espanhol no Brasil, Sergio Rial.

Interessante também será acompanhar a disputa pelo posto de bancos mais rentáveis. Enquanto o Itaú segue com rentabilidade de 21,8%, o Santander conseguiu manter a segunda posição, com indicador recorde de 21,1%. Em terceiro, o Bradesco ficou com 19,7%. Lazari promete com tudo ir além dos 20% de retorno (ROE, na sigla em inglês) em 2019.

Já o BB reiterou o compromisso da gestão passada de encostar nos pares privados em termos de rentabilidade. Ao final de dezembro, o retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) no quesito mercado do BB foi a 16,3% no quarto trimestre ante 14,5% em um ano. Segundo Novaes, o banco perde pelo fato de ser público em relação aos pares. Tanto é que ele defendeu a privatização do BB, embora não seja esse o desejo do governo de Jair Bolsonaro.

"Se o BB fosse privatizado, seria mais eficiente e ganhariam todos. Mas não é essa política do governo (de Jair Bolsonaro) de privatizar o banco. Espero que um dia se chegue a essa conclusão de privatizar o banco e que o País um dia esteja preparado para isso", concluiu o novo presidente do BB.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DE OLHO NOS EMERGENTES

Acima do Prime: focado na alta renda, Bradesco lança Principal, novo segmento para clientes ‘mais que premium’

31 de outubro de 2024 - 16:13

Nova faixa atenderá clientes do Bradesco com investimentos a partir de R$ 300 mil e renda superior a R$ 25 mil

COLEÇÕES DE LUXO

Ricaços brasileiros compraram mais obras de arte que suíços e franceses no 1S24; entenda o que está por trás desse mercado multimilionário

31 de outubro de 2024 - 15:47

Estudo do UBS em parceria com a Art Basel traz dados importantes sobre o mercado de arte e leilões ao redor do mundo; confira os detalhes

SD Select

Isa Cteep (TRPL4): analista comenta resultado do 3T24 e vê ‘outras alternativas mais interessantes no setor elétrico’ para buscar dividendos

31 de outubro de 2024 - 13:52

Segundo analista, o resultado operacional da Isa Cteep veio “um pouco acima das expectativas”, mas lucro líquido regulatório apresentou queda na base anual

DESCEU QUADRADO

Ambev: lucro menor no 3T24 deixa sabor amargo e ação cai; é hora de colocar ABEV3 na geladeira? 

31 de outubro de 2024 - 13:41

Segundo a dona de marcas como Skol, Brahma e Budweiser, a queda do resultado está relacionada ao aumento das despesas com imposto no Brasil

NO CAMINHO DO BEM

Medo da bomba fiscal? CEO do Bradesco (BBDC4) aponta dado que traz segurança para o banco após balanço sólido

31 de outubro de 2024 - 12:36

As falas do executivo foram feitas durante um encontro com jornalistas para comentar os resultados do banco

SD Select

Copo meio vazio ou meio cheio? Intelbras (INTB3) divulga 3T24 misto, e analista diz o que fazer com os papéis

31 de outubro de 2024 - 12:00

Segundo analista da Empiricus, pressão nas margens pode ser ‘sazonal e conjuntural’ – perspectiva é positiva para o futuro próximo

ENTRE BALANÇOS E FUSÕES

É oficial: AES Brasil e Auren (AURE3) criam a 3ª maior geradora de energia do país — mas maioria dos acionistas de AESB3 pula fora do negócio

31 de outubro de 2024 - 11:03

Para além da combinação de negócios, as empresas de energia elétrica divulgaram ontem os balanços do terceiro trimestre de 2024; confira os números

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE

31 de outubro de 2024 - 8:16

Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego

TEMPORADA DE RESULTADOS

Lucro do Bradesco (BBDC4) cresce 13% e atinge os R$ 5,2 bilhões no 3T24; rentabilidade volta a subir, mas despesas também aumentam

31 de outubro de 2024 - 7:24

As despesas operacionais do Bradesco subiram 9,9% em 12 meses, para R$ 15,1 bilhões, enquanto a receita com prestação de serviços somaram R$ 9,9 bilhões

BRIGA DE GIGANTES

BYD vs. Tesla: vendas da chinesa superam as da montadora de Elon Musk pela primeira vez e acirram disputa de veículos elétricos

30 de outubro de 2024 - 17:47

No terceiro trimestre, as vendas da BYD chegaram a US$ 28,2 bilhões; montadora americana registrou US$ 25,2 bilhões

SD Select

Santander (SANB11): mesmo com bons números no 3º trimestre, analista não vê boa relação risco-retorno para investir agora e recomenda ação de concorrente

30 de outubro de 2024 - 16:50

Nesta semana, o Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de resultados do 3º trimestre de 2024 para os bancões brasileiros com bons números, na avaliação do mercado. Entre julho e setembro, o banco teve lucro líquido gerencial de R$ 3,66 bilhões, alta de 34,3% na base anual, e levemente acima das projeções, e 10% maior […]

APROVADO OU NÃO?

Educação em alta: Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) sobem até 4% na bolsa hoje com perspectivas de melhora nos balanços; saiba o que esperar

30 de outubro de 2024 - 15:19

Parte da explicação do otimismo nesta quarta-feira está no fato de que as ações das empresas já caíram 37% em 12 meses

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos

30 de outubro de 2024 - 8:23

Enquanto a temporada de balanços segue adiante, dólar começa o pregão de hoje no nível mais elevado em mais de três anos

VANTAGENS PREMIUM

Acima do black: Conheça os melhores benefícios que os bancos oferecem no cartão de crédito – incluindo jatinho, hotéis de luxo e assistente pessoal

30 de outubro de 2024 - 6:12

Mirando o público de altíssima renda, bancos investem em cartões com mais vantagens ‘fora do comum’ e atendimento cada vez mais personalizado; anuidades podem chegar a R$ 25 mil

É CULPA DO DÓLAR?

Os vilões da Intelbras (INTB3): por que as ações da companhia caem na B3 mesmo com lucro maior no 3T24?

29 de outubro de 2024 - 16:32

Empresa catarinense teve expansão na receita em todos os segmentos, mas resultados vieram abaixo das expectativas; saiba o que fazer com as ações INTB3

ESQUENTA DO BALANÇO

Ações da Petrobras (PETR4) caem com produção menor no 3T24 — e analistas dizem o que esperar do próximo anúncio de dividendos da estatal

29 de outubro de 2024 - 13:45

Com base nos dados operacionais divulgados, os grandes bancos e corretoras dizem o que pode vir por aí no dia 7 de novembro, quando a estatal apresenta o resultado financeiro do terceiro trimestre

JUROS X LUCROS

CEO do Santander (SANB11) responde: a alta da Selic vai afetar os próximos resultados do banco?

29 de outubro de 2024 - 13:12

Mario Leão, presidente do Santander Brasil, admitiu que o banco tem “sensibilidade negativa para juros altos”, mas que tentará neutralizar esse efeito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O tempo parece voar: A uma semana das eleições nos EUA, Ibovespa repercute balanço do Santander e relatório de produção da Petrobras

29 de outubro de 2024 - 8:10

Ibovespa subiu pouco mais de 1% ontem na esteira da expectativa com novas medidas de cortes de gastos pelo governo

TEMPORADA DE RESULTADOS

Lucro do Santander (SANB11) cresce 34% no ano e rentabilidade sobre patrimônio líquido melhora mais que o esperado no 3T24

29 de outubro de 2024 - 7:27

Rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) do Santander atingiu 17% no trimestre encerrado em setembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros

29 de outubro de 2024 - 6:43

Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar