🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Reforma da Previdência

Não entendeu como vão funcionar as novas alíquotas de contribuição para a Previdência? Vem comigo que eu te explico!

Proposta de reforma da Previdência altera as alíquotas de contribuição, mas explicação do governo sobre como elas serão aplicadas ficou um tanto confusa; mas não se preocupe, aqui eu desfaço a confusão

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
21 de fevereiro de 2019
16:02 - atualizado às 11:02
Contas
Com essa explicação, você pode até calcular a sua própria alíquota - Imagem: Shutterstock

Uma das propostas da reforma da Previdência do governo Bolsonaro divulgadas nesta quarta-feira (20) foi a alteração das alíquotas de contribuição para a Previdência Social, tanto para o Regime Geral (RGPS), ao qual são filiados aqueles que contribuem para o INSS, quanto para os Regimes Próprios dos servidores públicos.

Mas a apresentação divulgada na coletiva de imprensa e publicada no site Ministério da Economia é uma verdadeira confusão, ao menos no trecho que trata das mudanças nas alíquotas previdenciárias. Tinha até um erro de digitação num dos números, que foi desfeito na hora da entrevista. Confesso que levou algum tempo para eu entender alguma coisa ali.

Basicamente, a reforma da Previdência prevê que trabalhadores de ambos os regimes - RGPS e RPPS - paguem as mesmas alíquotas para as mesmas faixas de salário de contribuição. A diferença é que os trabalhadores do RGPS contribuiriam apenas até o teto do INSS - hoje em R$ 5.839,45 - e os dos RPPS não teriam essa limitação.

Para eles, as alíquotas continuam a crescer conforme o salário aumenta. No caso dos RPPS, as novas alíquotas valeriam também para os inativos.

Além disso, haverá uma variedade maior de alíquotas efetivas, proporcionando que quem ganha mais também contribua mais. Finalmente, houve uma redução nas alíquotas efetivas dos mais pobres e um aumento nas dos mais ricos.

Mas a mudança que mais causou confusão é o fato de que as alíquotas, pelas novas regras, não incidem mais sobre todo o salário de contribuição. Este será dividido em faixas e, sobre cada uma delas incidirá uma alíquota diferente. A composição de todos os percentuais forma a alíquota efetiva.

Leia Também

Na prática, isso significa que cada trabalhador terá a sua própria alíquota, "pessoal e intransferível", de acordo com o seu salário de contribuição. É a mesma lógica já aplicada ao imposto de renda, depois que entregamos a nossa declaração de ajuste anual.

O mistério que restou da apresentação do governo foi a forma como as alíquotas serão aplicadas de maneira a gerar a alíquota efetiva. Não que essa informação tenha ficado de fora. Ela só não estava lá muito clara. Mas eu esclareço abaixo.

As novas alíquotas de contribuição da reforma da Previdência de Bolsonaro

Novas alíquotas previdenciárias - reforma da Previdência de Bolsonaro

As faixas salariais apresentadas serão atualizadas conforme a inflação, com a exceção do salário mínimo, que segue regras próprias de reajuste.

A alíquota efetiva é o percentual do salário de contribuição que de fato é destinado à Previdência Social após a soma das contribuições das diferentes faixas que integram o salário de contribuição do trabalhador.

Como as alíquotas vão incidir sobre o salário de contribuição

Hoje, as alíquotas incidem sobre todo o salário de contribuição. Assim, um trabalhador que receba R$ 1.751,81, o valor máximo para cair na alíquota de 8%, contribuirá com 8% de R$ 1.751,81, o equivalente a R$ 140,45. Já o trabalhador que recebe apenas um centavo a mais, R$ 1.751,82, já recai na alíquota de 9%, e precisa contribuir com 9% sobre todo o salário de R$ 1.751,82, ou R$ 157,66.

Quem contribui pelo teto do INSS, paga 11% de R$ 5.839,45, o equivalente a R$ 642,33.

Com a nova regra, as remunerações dos trabalhadores seriam quebradas em várias faixas, e sobre cada uma delas incidiria uma alíquota diferente. Os percentuais seriam progressivos.

Na tabela abaixo, você confere as alíquotas para o Regime Geral e como elas incidem:

Novas alíquotas do RGPS - Reforma da Previdência de Bolsonaro

Assim, quem ganha um salário mínimo contribui com R$ 74,85 e tem uma alíquota efetiva de 7,5%, menos que os 8% atuais.

Quem ganha acima de um salário mínimo começa a passar para as próximas faixas, que são calculadas da seguinte maneira: primeiro, separamos a parcela do salário de contribuição que corresponde aos R$ 998 do salário mínimo atual. Sobre os R$ 998 incide a alíquota de 7,5%, e o restante é enquadrado nas faixas seguintes.

Quantias de até R$ 1.001,99 acima do salário mínimo recaem na alíquota de 9%; quantias de até R$ 999,99 acima de R$ 1.999,99 (R$ 998 + R$ 1.001,99) recaem na alíquota de 12%; e os valores de até R$ 2.839,44 acima de R$ 2.999,98 (R$ 1.999,99 + R$ 999,99) recaem na alíquota de 14%.

Achou confuso? É um pouco confuso mesmo, mas eu vou dar alguns exemplos práticos. Alguns serão os mesmos que constam na apresentação da proposta da reforma da Previdência elaborada pelo Ministério da Economia. Pode haver alguma pequena diferença de valores na casa dos centavos em razão de arredondamentos.

Salário de R$ 1.250

Pela regra atual, a contribuição previdenciária é de 8%, ou seja, R$ 100.

Pela regra da reforma da Previdência, os R$ 1.250 são quebrados da seguinte maneira:

Aplicação das novas alíquotas previdenciárias salário de R$ 1.250

Repare que, pela nova regra, esse trabalhador contribuiria com um valor menor para a Previdência Social (R$ 97,53 em vez de R$ 100) e teria uma alíquota efetiva de 7,8% (pois R$ 97,53 corresponde a 7,8% de R$ 1.250).

Salário de R$ 2.900

Pela regra atual, a contribuição previdenciária é de 9%, ou seja, R$ 261.

Pela regra da reforma da Previdência, os R$ 2.900 são quebrados da seguinte maneira:

Exemplo de aplicação das novas alíquotas previdenciárias salário de R$ 2.900

Para fazer essa conta, basta subtrair R$ 998 de R$ 2.900, o que dá R$ 1.902. Como este valor é maior que o valor máximo da segunda faixa, basta subtrair R$ 1.001,99 de R$ 1.902, o que dá R$ 900,01, valor que se enquadra na terceira faixa. A lógica será sempre essa.

Veja que, neste caso, o trabalhador contribui com um valor maior para a Previdência Social (R$ 273,02 em vez de R$ 261) e tem uma alíquota efetiva de 9,4% (pois R$ 273,02 corresponde a 9,4% de R$ 2.900).

Salário de R$ 5.839,45 (teto do INSS)

Quem contribui pelo teto - isto é, quem ganha R$ 5.839,45 ou mais e contribui para o INSS - seguirá exatamente aquela primeira tabela.

Pelas regras atuais, este trabalhador contribui com 11% do teto, o equivalente a R$ 642,33.

Pelas regra da reforma da Previdência, o salário de contribuição de R$ 5.839,45 seria quebrado em:

Exemplo de aplicação das novas alíquotas previdenciárias pelo teto

Nesse caso, o trabalhador contribui com um valor maior para a Previdência Social (R$ 682,53 em vez de R$ 642,33) e tem uma alíquota efetiva de 11,68% (pois R$ 682,53 corresponde a 11,68% de R$ 5.836,45).

E o servidor público?

A lógica para o salário do servidor público vinculado a um RPPS é a mesma. Até o teto do INSS, as alíquotas e as faixas salariais são as mesmas do RGPS. Mas para salários de contribuição maiores que o teto do INSS, as alíquotas continuam progredindo, conforme a tabela:

Novas alíquotas previdenciárias RPPS - Reforma da Previdência de Bolsonaro

Vamos usar o exemplo de um servidor federal que receba R$ 30 mil. Pela regra atual, ele contribuiria com 11%, ou R$ 3.300, para a Previdência Social.

Pela regra da reforma da Previdência, os R$ 30 mil são fatiados da seguinte maneira:

Exemplo aplicação novas alíquotas previdenciárias servidor público

Nesse caso, o servidor contribui com um valor maior para a Previdência Social (R$ 4.835,79 em vez de R$ 3.300) e tem uma alíquota efetiva de 16,11% (pois R$ 4.835,79 corresponde a 16,11% de R$ 30 mil).

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EMPIRICUS ASSET DAY

Mercado de previdência cresce a dois dígitos por ano, mas investimento ainda gera polêmica entre especialistas e beneficiários

6 de setembro de 2024 - 19:58

No Brasil, o tema costuma ser um dos mais polêmicos e desafiadores, tanto para especialistas quanto para beneficiários

PLOA

Previsão de déficit zero, corte no Bolsa Família e salário mínimo de R$ 1.509: o plano do governo para o Orçamento de 2025

31 de agosto de 2024 - 13:01

Projeto de lei com os detalhes do Orçamento de 2025 foi enviado por Lula ao Congresso Nacional na noite de sexta-feira

RENDA FIXA

Marcação a mercado: o ponto de discórdia entre o Ministério da Fazenda e os fundos de previdência complementar

18 de agosto de 2024 - 11:11

Ministério da Fazenda defende a marcação a mercado também nos saldos dos fundos de previdência complementar; entidades temem que percepção de volatilidade leve a saques

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Voltas e reviravoltas: Ibovespa tenta manter alta em semana de dados de inflação enquanto bolsas repercutem eleições na França

8 de julho de 2024 - 8:02

Ibovespa ainda não sabe o que é cair em julho; testemunhos de Powell, futuro de Biden e regulamentação da reforma tributária estão no radar

FAZENDO AS CONTAS

Previdência em risco: desvincular benefício do salário mínimo para cumprir meta fiscal pode criar efeito rebote nas contas

7 de julho de 2024 - 16:48

Em entrevista à Agência Brasil, especialista em Previdência Social afirma que os benefícios previdenciários e assistenciais não vão para a poupança, mas para custo de vida

Reforma tributária

PGBLs e VGBLs escaparam, mas fundos de pensão ainda podem ser taxados; veja o impacto no benefício na aposentadoria

4 de julho de 2024 - 17:57

Taxação dos fundos de pensão de estatais e daqueles que as empresas privadas oferecem aos funcionários ainda será debatida no Congresso no âmbito da reforma tributária

Decisões contra a união

INSS vai pagar R$ 2,4 bilhões por decisões judiciais; veja se você pode receber uma parte desse dinheiro

24 de junho de 2024 - 18:29

Valores serão pagos a quem aguarda pelo benefício do INSS, pensões e auxílio-doença, entre outros

IR 2024

Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda

19 de março de 2024 - 6:59

Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2024

Simulamos!

Quanto você precisa juntar para se aposentar aos 40, 50 e 60 anos com uma renda de R$ 5 mil por mês

13 de março de 2024 - 6:27

Simulamos quanto um jovem de 30 anos precisa investir por mês em prazos de 10, 20 ou 30 anos para garantir uma “mesada” de R$ 5 mil por duas décadas

LINHA D'ÁGUA

Por que FoFs de previdência privada serão os grandes vencedores das mudanças recentes na tributação

26 de fevereiro de 2024 - 18:46

Esse tipo de fundo mantem a mesma característica tributária de um exclusivo de previdência, mas, por ser um fundo coletivo, de varejo, não tem o limite de R$ 5 milhões de patrimônio

Muito além dos super-ricos

Novidades na previdência privada: como o governo quer incentivar você a contratar renda ao se aposentar com um PGBL ou VGBL

22 de fevereiro de 2024 - 6:39

Resoluções que restringiram a criação de fundos exclusivos de previdência privada trouxeram também outras mudanças aos planos, potencialmente benéficas ao público geral

IR 2024

Informe de rendimentos do INSS para o IR 2024 já está disponível; veja como baixar

20 de fevereiro de 2024 - 8:32

Documento serve como comprovação do recebimento de benefícios da Previdência Social em 2023

PGBL e VGBL

Previdência privada não entra em inventário, mas existe um caso em que esta regra não se aplica; entenda

15 de fevereiro de 2024 - 6:05

Entendimento do STJ no ano passado abriu a porta para que previdência privada pudesse eventualmente integrar inventário

SEGURIDADE SOCIAL

Teto do INSS supera os R$ 7.700 com reajuste para aposentadorias acima do salário mínimo

12 de janeiro de 2024 - 9:06

O decreto com o valor do salário mínimo, que responde pela maior parte dos benefícios da Previdência Social, foi assinado no fim de dezembro pelo presidente

Mudança de regra

Previdência privada: Agora você pode trocar a tabela de imposto de renda a qualquer momento; saiba quando vale a pena

12 de janeiro de 2024 - 6:49

Governo acaba de sancionar lei que facilita planejamento da aposentadoria; veja cinco perguntas e respostas sobre a nova regra de tributação dos planos de previdência

Planejando o futuro

Segunda parcela do 13º salário cai até quarta-feira (20) – e você tem até o fim do ano para usá-la para ‘fugir’ do Leão

18 de dezembro de 2023 - 5:59

Um bom destino para esse dinheiro nesta época do ano é o investimento em previdência privada; entenda os benefícios do produto e saiba para quem é indicado

Planejando o futuro

Previdência privada vs. Tesouro RendA+: qual dos dois escolher para poupar para a aposentadoria?

13 de novembro de 2023 - 6:57

No fim do ano, bancos começam a oferecer planos previdenciários, mas agora eles têm um concorrente no Tesouro Direto! Veja as semelhanças, diferenças e qual opção é mais indicada para você

LINHA D'ÁGUA

O que você precisa saber antes de investir em um fundo de previdência

28 de agosto de 2023 - 15:18

Fundos de previdência possuem benefícios interessantes, mas você precisa prestar atenção a seus limites e diferenças em relação a fundos tradicionais antes de investir

DE OLHO NAS REDES

“Alguém vai ter que pagar essa conta”: crise previdenciária pode deixar milhões vulneráveis no mundo todo — mas Brasil pode ter uma solução, destaca PhD pelo MIT

17 de agosto de 2023 - 16:38

“Cinquenta por cento das pessoas nos Estados Unidos não têm reservas para a aposentadoria. O governo vai ter que resgatá-las. Este será um problema existencial para o país, porque todas essas pessoas vão se aposentar sem dinheiro. E alguém vai ter que pagar essa conta”. Quem disse isso foi Arun Muralidhar, economista e PhD pelo […]

Entrevista exclusiva

Se eu fosse brasileiro, estaria comprando Tesouro RendA+ ao máximo, diz idealizador do novo título público em parceria com Nobel de Economia

16 de agosto de 2023 - 6:29

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Arun Muralidhar, autor das ideias que embasam o Renda+ e o Educa+ ao lado do Nobel Robert Merton, explica os conceitos por trás dos novos títulos do Tesouro e diz que Brasil servirá de exemplo para outros países, que já mostraram interesse em desenvolver produtos semelhantes

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar