O inferno é o Banco Central dos outros!
Agora em agosto, oito Bancos Centrais já promoveram reduções de juros e os motivos não são animadores
O presidente americano, Donald Trump, voltou a atirar contra o Federal Reserve (Fed), banco central americano, depois que três Bancos Centrais (BCs) anunciaram redução de juro. Trump acha que o problema da América não é a guerra comercial com a China. Mas sim Jerome Powell e companhia, que relutam em fazer um corte grande e rápido do juro americano.
Também fiquei surpreso com as reduções feitas pelos BCs da Índia, Nova Zelândia e Tailândia, e fui dar uma olhada no site “Central Bank News”, onde descobri que já são oito BCs reduzindo juros agora em agosto, sendo que não temos uma semana fechada no mês.
O ponto em comum é a preocupação com o menor crescimento da economia mundial e inflações que teimam em se manter longe das metas (nos países que adotam esse regime).
Os mercados parecem não se abalar, mas o aceno dado por essas reduções de juros são de que teremos problemas pela frente. E quanto maiores forem as reduções e o número de BCs atuando, maior pode ser o problema.
Há uma semana, usei o último “memo” de investimentos do gestor da Oaktree, Howard Marks, para fazer um contraponto a essa visão de que juro para baixo é sempre boa notícia. Entre as conclusões, podemos destacar que em alguns momentos a atuação preventiva do BC pode apenas mascarar o inevitável ciclo econômico, que tem seus momentos de alta e de baixa.
Ou como bem colocou outra lenda dos investimentos, o fundador da GMO, Jeremy Grantham, "não é possível tirar sangue de pedra".
Leia Também
Juros menores, que animam as bolsas e demais ativos de riscos, podem acabar apenas mascarando um ajuste de baixa (ou recessão), que quanto mais tempo leva para acontecer, mais custoso pode ser.
Ainda me apoiando em Howard Marks, é sempre bom lembrar que não existe meio termo nos mercados. As percepções são de cenário perfeito ou desesperador.
Prova disso foi o pregão de segunda-feira, um legítimo "sea of red", depois que o Banco Central da China deixou o yuan se desvalorizar para além da mística linha dos 7 por dólar. Nesta quarta-feira, a linha central de flutuação foi jocosamente colocada em 6,9996.
Ações de BCs conversam com todo os demais mercados, mas essa nova etapa da briga entre Trump e os chineses joga o foco sobre o câmbio e a possibilidade de uma guerra cambial.
De forma simplificada, os EUA tarifam a China, que promove uma desvalorização da moeda anulando o aumento de custo. Pense nisso como um jogo de múltiplas rodadas e com novos participantes entrando e tendo, também, de desvalorizar suas moedas para manter grau de competitividade e temos uma “corrida para o fundo do poço”, (race to the bottom).
Pelas últimas falas e ações de Trump, que já taxou a China de "manipulador cambial", parece que se o Fed não der o que ele quer via juros menores, ele parte para uma desvalorização do dólar via atuações do Tesouro, algo que ninguém sabe direito como poderá ser feito.
Tempos estranhos
A percepção ao ler os sites e jornais de finanças e as declarações de investidores, gestores e economistas é de que tem algo estranho acontecendo.
Parece existir um desconforto ou incompreensão com uma dinâmica global de juros zero ou mesmo negativo, que desafia a lógica do mercado (já são mais de US$ 15 trilhões alocados em taxas negativas), países como Grécia e Itália pagando menos que os EUA para se financiar, o preço do ouro batendo novas máximas históricas e empresas “disruptivas”, mas que não dão lucro virando o “novo normal” nas bolsas (a lista é extensa, pode completar).
Juro baixo e por muito tempo parece “emburrecer” ou "amansar" o capital, que deixa de ser arredio e passa a aceitar alguns desaforos. Mas essa é uma dinâmica que parece pouco sustentável.
Lembrando mais uma vez de Howard Marks, quando não é possível enxergar muito bem adiante, mova-se com cautela. Não é possível ter o máximo de ganhos e preservação do capital ao mesmo tempo.
Toda a conversa parece caber ao quadro global, mas nós vimos bem, na segunda-feira, o que acontece por aqui quando bate o desespero no resto do mundo.
Estamos avançando com nossa agenda de reformas liberais e limpando os estragos na Nova Matriz Macroeconômica e outras experiências heterodoxas. O que parece garantir um “novo normal” de Selic baixa, estimulando o crescimento e o desenvolvimento dos mercados.
Mas esse caminho não deve ser suave. É o tal “bumby road” dos americanos ou o mais popular “segura que vai balançar”. Algo que vai testar nos nervos e a convicção de toda a classe de investidor, principalmente daqueles que foram obrigados a abandonar o “conforto” dos títulos do governo e outros instrumentos clássicos da renda fixa.
Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Apesar de volatilidade no curto prazo, em janelas de tempo maiores, título indexado à inflação é bem mais rentável que a taxa básica
Mistério detalhado: Petrobras (PETR4) vai investir 11,9% a menos em 2025 e abre janela de até US$ 55 bilhões para dividendos; confira os números do Plano Estratégico 2025-2029
Já era sabido que a petroleira investiria US$ 111 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de 8,8% sobre a proposta anterior; mercado queria saber se o foco seria em E&P — confira a resposta da companhia
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário