🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Estadão Conteúdo

Ex-secretário de Política Econômica

‘Brasil não aguenta mais voo de galinha’, diz José Roberto Mendonça de Barros

Para o economista e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o PIB do Brasil vai crescer 1% neste ano.

Estadão Conteúdo
4 de dezembro de 2019
7:42 - atualizado às 7:44
José Roberto Mendonça de Barros
José Roberto Mendonça de Barros - Imagem: Celso Luís Gallo/ flickr Prefeitura de Araraquara

Com a guerra comercial entre China e Estados Unidos e o restante da América Latina em convulsão, a retomada do crescimento do País este ano vai depender ainda mais da recuperação do mercado interno, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

É justamente por isso, segundo o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que os resultados positivos da construção civil e do consumo das famílias no terceiro trimestre podem ajudar a traçar um cenário de recuperação sustentável da economia, caso sejam mantidas as agendas de reformas. Segundo ele, o País não suporta "um novo voo de galinha".

Para o economista, o PIB do Brasil vai crescer 1% neste ano.

A seguir, trechos da entrevista do economista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Como avaliar o resultado de 0,6% no PIB do terceiro trimestre? O País entrou em uma rota de crescimento?
Esse resultado é um sinal de que a economia melhorou um pouco, e o detalhamento dos números mostra tendências bastante positivas. Quando olhamos por setor, é visível como a agropecuária continuou indo bem - e até ajudou na revisão do PIB do ano passado. Isso não é uma surpresa, é um segmento que vem tendo desempenho positivo, embora alguns preços do mercado internacional tenham caído.

Por onde a recuperação está se dando até agora?
Do lado da oferta, é bastante positivo que a construção tenha crescido 1,3%. Há uma melhora mais robusta. E tem uma coisa interessante: quando se olha para a produção e distribuição de cimento, que é um material que vai para toda a cadeia, fica claro que a retomada está se dando pelo segmento residencial. Em São Paulo, por exemplo, é visível a retomada dos lançamentos de empreendimentos imobiliários. Outro ponto positivo que se teve por causa da construção foi o aumento da formação bruta de capital fixo, dos investimentos. Não há retomada sem investimento.

Leia Também

A construção pesada ainda não está reagindo. Quando ela deve começar a melhorar?
A construção pesada avançou muito timidamente, há poucas obras públicas em andamento até agora e foram poucas concessões este ano, basicamente as que sobraram do governo anterior. Acredito que, no ano que vem, a gente possa esperar uma reação mais significativa da construção pesada. Deve ter um conjunto mais robusto com a finalização do novo marco do saneamento no Congresso, por exemplo. O saneamento, com as estradas e as ferrovias, são segmentos em que a necessidade de investimento é maior - e onde os resultados são melhores também.

E a indústria ainda sofre para se recuperar, certo?
O desempenho da indústria de transformação ainda é decepcionante, esse é o patinho feio do crescimento econômico e é uma parte da economia que não consegue andar. O problema da indústria é complicado, que desafia a volta do crescimento. E tem a crise na Argentina que atrapalha. Mas tirando a indústria, o crescimento é interessante.

O consumo das famílias foi fundamental para puxar o resultado do PIB?
Se tem uma coisa que não dá para ter dúvida, com a guerra comercial entre China e EUA e os problemas das economias latino-americanas, é que o crescimento do Brasil vai depender quase exclusivamente do mercado interno. É preciso aumentar consumo e investimento. Uma parte disso se dá pelo maior número de pessoas trabalhando, ainda que na informalidade, e os salários dos novos contratados, em 12 meses, teve um ganho acima da inflação. Mas, no caso do consumo, o fator crédito tem sido o mais relevante para os resultados que o PIB mostrou. O crédito para pessoa física está crescendo a dois dígitos, de forma robusta. Embora os juros reais tenham caído pouco, o volume de concessão de crédito tem ajudado bastante. Olhando para a frente, esse crescimento do consumo é sustentável.

A recuperação da economia é sustentável?
Mais do que crescer, é sempre importante se perguntar se esse crescimento é sustentável, porque o País já está farto de voos de galinha. Acredito que seja, se a agenda de reformas continuar. Mas também é preciso compreender qual será a velocidade de aceleração dessa retomada. Um aumento dos investimentos faria toda a diferença e o maior aumento seria sobre a construção civil, que é um setor que emprega muita gente. Em qualquer lugar do mundo, a construção é um setor definitivo para a volta do crescimento.

Quanto o País deve crescer este ano?
Para este ano, estamos estimando um crescimento de até 1%. É positivo, mas nunca saímos de uma recessão tão lentamente quanto agora, por isso a angústia. O resumo é que houve, sim, uma melhora no crescimento e o Brasil tem condição de continuar andando nessa direção.

As crises políticas têm impedido essa recuperação mais acelerada da economia?
Não atrapalham, se olharmos para a aprovação da reforma da Previdência - muito por mérito do próprio Congresso - e para outras pautas legislativas que estão avançando, como a revisão do marco das telecomunicações. O que complicou nesses últimos 40 dias foi a volta do discurso mais radicalizado. Há uma certa paralisia e um processo político mais tumultuado do que antes. Algumas medidas econômicas importantes precisam ser definidas agora, no fim do ano, ou vão ficar para 2021. Essas medidas de contenção do gasto público vão ser chave para dar certeza de que a questão fiscal não vai travar o crescimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump

7 de abril de 2025 - 6:30

Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Buy the dip

31 de março de 2025 - 20:00

Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

MACRO EM FOCO

Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?

23 de março de 2025 - 12:01

Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses

O PESO DO MACRO

Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’

23 de março de 2025 - 10:23

O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente

18 de março de 2025 - 6:28

Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia

SERÁ QUE ANCOROU?

Alívio para Galípolo: Focus traz queda na expectativa de inflação na semana da decisão do Copom, mas não vai evitar nova alta da Selic

17 de março de 2025 - 9:49

Estimativa para a inflação de 2025 no boletim Focus cai pela primeira vez em quase meio ano às vésperas de mais uma reunião do Copom

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, dados de emprego dos EUA e o retorno da temporada de balanços marcam a semana pós-Carnaval

10 de março de 2025 - 7:03

Com o fim do Carnaval, o mercado acelera o ritmo e traz uma semana cheia de indicadores econômicos no Brasil e no exterior, incluindo inflação, balanços corporativos e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

NO FLOW

Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda

8 de março de 2025 - 9:54

Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você

EM MEIO À ALTA DOS JUROS

O último pibão de Lula? Economia brasileira cresce 3,4% em 2024, mas alta dos juros já cobra seu preço

7 de março de 2025 - 11:53

Depois de surpreender para cima nos primeiros trimestres de 2024, PIB cresce menos que o esperado na reta final do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell

7 de março de 2025 - 8:12

Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE

6 de março de 2025 - 8:09

Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: é Carnaval, mas semana terá PIB no Brasil, relatório de emprego nos EUA e discurso de Powell

3 de março de 2025 - 7:03

Os dias de folia trazem oportunidade de descanso para os investidores, mas quem olhar para o mercado internacional, poderá acompanhar indicadores importantes para os mercados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Entre a crise e a oportunidade: Prejuízo trimestral e queda no lucro anual da Petrobras pesam sobre o Ibovespa

27 de fevereiro de 2025 - 8:04

Além do balanço da Petrobras, os investidores reagem hoje à revisão do PIB dos EUA e à taxa de desemprego no Brasil

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um olhar pelo retrovisor: Ibovespa tenta manter alta com investidores de olho em balanços e Petrobras em destaque

26 de fevereiro de 2025 - 8:25

Além dos números da Petrobras, investidores repercutem balanços da Ambev, do IRB, da Klabin e da WEG, entre outros

CEO CONFERENCE BRASIL 2025

O céu é o limite para a Selic? Por que Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG, diz que PIB menor é positivo para o Brasil

25 de fevereiro de 2025 - 19:12

Durante participação na CEO Conference Brasil 2025 nesta terça-feira (25), ele também fala sobre o maior medo do mercado neste momento e alerta para riscos

CEO CONFERENCE 2025

Fiscal frouxo? Os gastos do governo fora do Orçamento não preocupam André Esteves, do BTG — e aqui está o porquê

25 de fevereiro de 2025 - 17:31

Para o banqueiro, um dos problemas é que a política fiscal brasileira se mostra extremamente frouxa hoje, enquanto a monetária está “muito apertada”

ENTRE RISCO E RETORNO

Frenesi com a bolsa: BTG revela se há motivos reais para se animar com as ações brasileiras em 2025

24 de fevereiro de 2025 - 9:59

Para os analistas, apesar da pressão do cenário macroeconômico, há motivos para retomar o apetite pela renda variável doméstica — ao menos no curto prazo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café amargo na bolsa: Ibovespa se prepara para balanços da Petrobras e da Ambev em semana agitada de indicadores

24 de fevereiro de 2025 - 8:01

Poucos aromas são tão irresistíveis quanto o do café. No entanto, muita gente se queixa que o sabor do cafezinho não chega perto de seu cheiro. Talvez porque não é todo mundo que consegue beber café sem adicionar pelo menos um pouco de açúcar ou adoçante. De uns tempos para cá, porém, cada vez mais […]

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar