Um brinde à maconha! O casamento entre as cervejarias e a indústria de cannabis
Nos estados americanos onde o consumo recreativo foi legalizado, cada vez mais consumidores estão trocando a cerveja e os drinks tradicionais por bebidas que contenham cannabis
Foi-se o tempo em que maconha era assunto restrito apenas às páginas policiais.
De alguns anos para cá, com o avanço da legalização e o consequente surgimento de um novo e bilionário mercado, a erva passou a marcar presença cada vez mais frequente também nas seções corporativas.
Notícias sobre IPOs (Ofertas Públicas Iniciais de Ações, na sigla em inglês), resultados e, principalmente, fusões e aquisições mostram que o pessoal do dinheiro já está atento ao fenômeno em torno da cannabis. A legalização no Canadá e em alguns estados americanos trouxe uma onde de investimentos, que levou as companhias às bolsas de valores estrangeiras e atrai investidores do mundo todo. Você mesmo poderia comprar, da mesma forma que compra uma ação na bolsa americana, tudo dentro da legalidade.
E entre aqueles que estão aproveitando o momento sem hesitar, estão algumas das principais fabricantes de bebidas e cigarros do planeta.
O pontapé inicial foi dado em outubro de 2017, quando a Constellation Brands – que produz a cerveja Corona – comprou por US$ 245 milhões uma fatia de 9,9% da Canopy Growth, a maior produtora de maconha do mundo e de longe a empresa mais valiosa do setor, com um valor de mercado em torno de US$ 15 bilhões.
A operação foi tão bem-sucedida que, pouco tempo depois, em agosto do ano passado, a Constellation decidiu aumentar sua participação. Desta vez, no entanto, o investimento foi muito mais significativo, de US$ 3,8 bilhões por mais 28,1%, elevando sua porção na Canopy para um total de 38%.
Leia Também
Como seria de se esperar, um deal desta magnitude envolvendo uma empresa icônica como a Constellation acabou por acionar um forte gatilho de valorização para as ações de cannabis.
Nos dois meses seguintes ao anúncio da venda, a Canopy viu suas ações listadas em Nova York mais do que dobrarem de valor, caminho seguido por praticamente todos os demais papéis do setor.
Os investidores pareciam compreender que aquele seria o primeiro grande passo para uma nova tendência: as bebidas com infusões derivadas de compostos de maconha.
O medo passou
Embora alguns especialistas defendam que os sinais ainda não são claros, já existem estudos mostrando que, nos estados americanos onde o consumo recreativo foi legalizado, cada vez mais consumidores estão trocando a cerveja e os drinks tradicionais por bebidas que contenham cannabis.
E com a chegada de grandes empresas multinacionais, o mercado parece ter perdido de vez o medo de investir em um setor que até recentemente operava na sombra.
Além do deal entre Canopy e Constellation, a Molson Coors Brewing já anunciou uma joint venture com a canadense HEXO e a AB InBev, que tem entre seus principais acionistas os brasileiros da 3G, fechou um acordo com a também canadense Tilray para estudar e desenvolver bebidas não alcoólicas à base de cannabis.
Lista que deve aumentar consideravelmente, dado que a Diaego, maior fabricante de bebidas alcóolicas do mundo, e a Coca-Cola, que dispensa apresentações, já confirmaram no ano passado que estão monitorando de perto o crescimento deste mercado.
Com vários rumores de conversas já avançadas com alguns dos mais importantes players de cannabis, meu palpite é que ambas dificilmente deixarão de aproveitar essa tendência. Não só elas, mas como todas as outras grandes produtoras de bebidas.
Conforme destacou o CEO da Constellation, Robert Sands, na época do anúncio do negócio com a Canopy, o mercado que se abre é “potencialmente uma das mais importantes oportunidades de crescimento global da próxima década”.
Mudar para não morrer?
A afirmação do executivo parece ser tão verdadeira que não são apenas as fabricantes de bebidas que se mostram empenhadas em aproveitar as ditas oportunidades.
Empresas de outros setores, como o de cigarros, também já estão anunciando vultosos investimentos na tentativa de abocanhar uma fatia dos bilhões que deverão ser movimentados pela indústria de cannabis nos próximos anos.
Em dezembro do ano passado, a Altria, uma das maiores companhias de tabaco e dona do Marlboro, marca mais famosa de cigarros do planeta, pagou US$ 1,8 bilhão por 45% das ações da Cronos, canadense entre as maiores empresas que atuam no mercado legal de maconha.
A compra tem por objetivo abrir caminho para outras áreas além do cigarro tradicional, cujas vendas estão desacelerando. Neste sentido, controlar o produto fadado a substituir o tabaco parece uma boa opção. E a exemplo das grandes indústrias de bebidas, a Altria possui recursos mais do que suficientes para assumir esse “risco”.
A prosperidade de todos esses deals dependerá, em grande escala, do tempo que os Estados Unidos levarão para legalizar ou ao menos abrandar as leis em nível federal. A expectativa é que isso ocorra em breve, na medida em que o novo procurador-geral do país se mostra muito mais propenso a evoluir para uma abordagem mais ampla sobre o tema.
Apesar do cultivo e consumo serem permitidos em alguns estados, a maconha ainda é ilegal nos EUA, o que faz com que muitas instituições financeiras se recusem a movimentar o dinheiro oriundo deste mercado, mesmo ele estando totalmente dentro da lei.
Uma eventual legalização federal ou ao menos uma medida que dê a segurança jurídica necessária para que os empresários decidam investir com mais força e destravem de vez o mercado americano são, em minha opinião, os próximos grandes gatilhos para mais uma onda de forte valorização das ações de cannabis.
Lembre-se que, por mais que o Canadá tenha quebrado um paradigma na recém-nascida indústria ao se tornar o primeiro país do G-7 a permitir o consumo recreativo, sua população inteira e seu PIB são menores do que os da Califórnia, o estado americano mais avançado hoje no que diz respeito à legalização.
Para se ter uma ideia do tamanho da diferença, a Arcview, uma das consultorias de referência do setor, estima que no ano passado foram gastos US$ 12,2 bilhões no mercado legal de maconha, sendo aproximadamente US$ 10 bilhões nos EUA e apenas US$ 1 bilhão no Canadá.
A previsão da Arcview é de que os gastos continuem crescendo a um ritmo muito forte até chegar em US$ 32 bilhões em 2022. Estamos falando, portanto, de um mercado que deve quase triplicar de tamanho em um intervalo de apenas quatro anos. E muito desse crescimento se deve justamente à entrada de algumas das maiores empresas de bebidas e cigarros no setor, conforme destacou o CEO da consultoria, Troy Dayton.
Agindo local, pensando global
Por tudo isso, nós seríamos muito ingênuos de imaginar que companhias do porte de Altria, Constellation, AB InBev, entre outras, tivessem tomado a decisão de investir em cannabis pensando somente no mercado canadense.
A entrada de cada vez mais gigantes na indústria de cannabis é um sinal inequívoco de que as águas americanas também são seguras. De modo que minha recomendação aos investidores é que apenas tenham paciência para que a tese de investimento para o setor como um todo se concretize.
Se os EUA são o lugar onda marcas e fortunas crescem, não há razão para pensar que com o mercado da maconha será diferente. Lembrando que estamos falando de um negócio de bilhões, dos quais boa parte ainda segue na mesa.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário