Maconha na farmácia? Nos EUA, você compra
CVS e Walgreens, duas das maiores redes de farmácias do planeta, começaram a vender produtos à base de CBD, ou canabidiol
A consolidação do mercado norte-americano de cannabis segue a todo vapor. Além de novos avanços no que dizem respeito à legalização e regulação, o noticiário corporativo também tem trazido importantes novidades. Na mais recente delas, a CVS e a Walgreens, duas das maiores redes de farmácias do planeta, informaram que começaram a vender produtos à base de CBD, ou canabidiol.
As vendas na CVS fazem parte de um acordo de distribuição com a Curaleaf Holdings, listada na Canadian Securities Exchange, espécie de Bolsa alternativa no Canadá – no dia seguinte ao anúncio, as ações da companhia canadense dispararam mais de 30%.
De início, produtos como cremes, loções e sprays começaram a ser vendidos em pouco mais de 800 lojas espalhadas por oito estados americanos.
A expectativa é que este número vá se expandindo na medida em que a legalização for avançando nos Estados Unidos, lembrando que a CVS possui mais de 10 mil lojas em diversos países. Vai depender muito do órgão regulador no país, o FDA (Food and Drug Administration), análogo à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil.
Isso porque o CBD, o ingrediente não psicoativo da planta de maconha, ainda não é legal nos EUA. Enquanto o cânhamo, a fibra da cannabis, foi totalmente legalizado através da nova lei agrícola aprovada no final do ano passado, o canabidiol não foi incluído, mas colocado sob alçada do FDA.
O órgão prometeu realizar conversas sobre a legalização em abril, com o objetivo de encontrar caminhos que permitam às empresas adicionar o CBD a alimentos, bebidas e produtos para a saúde.
Mas a CVS não quis esperar, assumindo o risco de vender produtos que ainda transitam em uma área cinzenta no que se refere à legislação.
Os estados que comercializarão os produtos da Curaleaf são Alabama, Califórnia, Colorado, Illinois, Indiana, Kentucky, Maryland e Tennessee.
O consumo recreativo da maconha é legal na Califórnia e no Colorado, enquanto o uso medicinal é permitido em Illinois e Maryland. Mas nenhuma das duas formas ainda é autorizada nos outros quatro estados.
A Walgreens também arriscou e anunciou que vai começar a vender cremes, adesivos e sprays à base de CBD em cerca de 1.500 lojas em nove estados – ela não disse com quais marcas irá trabalhar.
A rede venderá os produtos no Oregon, Colorado, Novo México, Kentucky, Tennessee, Vermont, Carolina do Sul, Illinois e Indiana.
“Esta medida está alinhada com nossos esforços para fornecer uma gama mais ampla de produtos e serviços de saúde e bem-estar para melhor atender as necessidades e preferências de nossos clientes”, disse o porta-voz da companhia à rede CNBC.
Se tudo correr bem, o plano da companhia também é expandir as vendas para mais lojas com o decorrer do tempo.
É fato que o CBD tornou-se um ingrediente de bem-estar da moda, ganhando popularidade à medida que as leis são flexibilizadas nos EUA.
Por lá, já é praticamente consenso que a regulação do cultivo em escala industrial do cânhamo abriu um mercado potencialmente massivo para produtos feitos a partir da cannabis.
A confiança é tanta que diversas empresas já estão investindo uma grana alta na área, mesmo antes da provável liberação. E como vimos acima, não apenas empresas do setor de maconha.
Regulação está em zona cinzenta
A incerteza regulatória acaba deixando muitas delas à margem da lei. A expectativa, no entanto, é que as coisas avancem rapidamente, na medida em que discussões sobre pontos importantes já se encontram bastante avançadas no Congresso americano.
Dentre elas, a proposta de lei que regula a participação de bancos como prestadores de serviços a companhias que comercializam produtos derivados da cannabis ou a própria erva e, principalmente, a que encerra a proibição federal da maconha nos EUA – este, em minha opinião, é o próximo grande gatilho para as ações de maconha.
Korey Bauer, gerente de portfólio do Cannabis Growth Fund, reforçou a necessidade de uma regulação para o tema, deixando claro que o comércio de produtos ainda proibidos se trata de uma medida arriscada por parte da CVS e da Walgreens.
“Precisamos de clareza sobre se as empresas podem pelo menos adicionar baixas dosagens de CBD aos produtos. No momento, é definitivamente arriscado para uma empresa como a CVS ou a Walgreens. Mas assim que tivermos a legalização, tenho certeza de que todas as empresas estarão participando”, disse ao portal MarketWatch.
As farmacêuticas se apoiam no fato de o canabidiol já ser parcialmente visto pelo FDA como uma droga médica. Ele é o principal ingrediente do Epidiolex, primeiro remédio à base de maconha a receber a aprovação do órgão como tratamento para formas graves de epilepsia infantil.
O perfil dos consumidores do CBD, no entanto, é muito variado. Vai desde pacientes mais graves que sofrem com sintomas de convulsão e epilepsia a pessoas sem nenhuma enfermidade, que usam os produtos apenas para reduzir a ansiedade e o stress.
Nos estados americanos em que é legal, os produtos que contêm THC – o canabinóide que te deixa chapado – devem ser cultivados, processados e vendidos apenas por empresas licenciadas pelas autoridades estaduais. Já os com CBD estão disponíveis em todos os lugares, desde supermercados a postos de gasolina.
Como seu status legal nos EUA continua incerto, os potenciais investidores na indústria do canabidiol, embora muito empolgados com a oportunidade de lucro, estão agindo com cautela.
Segundo o Hemp Business Journal, apesar de o mercado americano de CBD ter contabilizado US$ 367 milhões em vendas no varejo a uma taxa de crescimento de 39% no ano passado, a indústria continua volátil. E isso acaba se refletindo na performance das ações.
O que pode fortalecer (ou quebrar) essa indústria são mudanças na lei federal. E os sinais são de que elas não devem demorar a acontecer.
Fundo Canabidiol, que investe na indústria de ‘maconha’ e já rendeu 119%, vai fechar em março; veja como investir
Fundo Canabidiol, da Vitreo, fechará em 31 de março ou quando atingir patrimônio de R$ 250 milhões
Vitreo lança fundo de investimento em maconha para investidores do varejo
Trata-se do primeiro produto do tipo no Brasil aberto a qualquer tipo de investidor; aporte inicial mínimo é de R$ 5 mil
Gestora Vitreo lança fundo que investe em empresas de maconha no exterior
Voltado a investidores qualificados, o fundo aplica em ações e fundos de índices (ETF, na sigla em inglês) de empresas americanas e canadenses de cannabis
Cofres cheios de verde: Colorado atinge US$ 1 bilhão em arrecadação com maconha
Pioneiro na legalização do comércio da erva, estado americano comemora cifra e quer atrair empresas para expandir e lucrar ainda mais com o setor
Fundos de índice (ETF) permitem jogar contra ou duplicar a aposta no setor de maconha
Empresa canadense Horizons lançou ETF com referência no North American Marijuana Index, principal índice para o mercado de maconha
O dia não tão distante em que os supermercados americanos venderão produtos feitos com planta de maconha
Todos querem sua fatia de uma indústria que deve ultrapassar os US$ 2 bilhões nos EUA até o próximo ano, uma vez que pesquisas vêm mostrando que os consumidores estão dispostos a pagar preços mais altos pelos produtos
Conheça o mais novo fundo listado em bolsa (ETF) com ações de empresas de maconha
Primeiro ETF listado em Nova York 100% focado em ações de maconha, o AdvisorShares Pure Cannabis (YOLO) conta com 24 companhias na carteira, como Organigram, Green Organic Dutchman e Aphria
O alerta de Warren Buffett à Coca-Cola: “prejudicial para a imagem”
O megainvestidor americano tem em seu portfólio uma gorda fatia da gigante de bebidas. Mas não gostaria nada de vê-la entrando no mercado de maconha
E aí, foi bom? Veja os primeiros resultados das empresas de maconha
Os números receberam bastante atenção pelo fato de ser o primeiro período completo depois que o Canadá legalizou o uso recreativo da planta. Mercado observa desempenho e avanço na regulação para estimar preço-alvo das ações.
Por trás da propaganda, varejista de maconha enfrenta crise
Ações da MedMen, varejista de cannabis mais famosa dos Estados Unidos, já caíram 60% desde o pico em outubro do ano passado e serve de alerta para a indústria da maconha
O desafio de Martha Stewart aos 77 anos: popularizar a maconha nos EUA
Apresentadora de TV americana se une à indústria de cannabis para desenvolver novos produtos com a planta e dar banho de marketing no segmento
Brasil terá sua fatia do bilionário mercado da maconha
O governo brasileiro está deixando de arrecadar uma fortuna aos cofres públicos porque mantém o comércio do canabidiol sendo realizado de forma onerosa e burocrática. Isso em plena crise fiscal
VÍDEO: Por que as cervejarias querem comprar maconha?
Marina Gazzoni convidou Gabriel Casonato e Enzo Pacheco para o happy hour do Seu Dinheiro. Eles conversaram sobre as tendências da indústria de cannabis e oportunidades de investimento
Um brinde à maconha! O casamento entre as cervejarias e a indústria de cannabis
Nos estados americanos onde o consumo recreativo foi legalizado, cada vez mais consumidores estão trocando a cerveja e os drinks tradicionais por bebidas que contenham cannabis
Que tal colocar uma cesta (de ações) de maconha na sua carteira?
As empresas de cannabis ocuparam seus espaços nas Bolsas de valores estrangeiras. Você pode comprar essas ações legalmente e ganhar um bom dinheiro com essa indústria inovadora.
Já pensou em ganhar dinheiro com maconha?
Quem decidiu investir em ações relacionadas à cannabis vem recebendo resultados bastante positivos. Veja o que você pode comprar na bolsa para embarcar nessa onda lucrativa.
Desvendando o mercado do ‘ouro verde’: como investir legalmente em maconha
Mercado legal da maconha deve movimentar US$ 57 bilhões no mundo até 2027, segundo a “Forbes”; EUA e Canadá são os destinos mais recorrentes desses investimentos
‘Startups da maconha’ miram Brasil à espera de regulamentação
Aquecimento do mercado vem levando brasileiros a abrir novas empresas no exterior enquanto esperam uma possível mudança na legislação do Brasil