Após seis meses de mudanças da Febraban, juros do cheque especial não caem
Na época do anúncio das medidas, a federação dos bancos afirmava que as novas regras iriam acelerar a queda da taxa de juros ao consumidor
Passados seis meses de funcionamento das medidas anunciadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para reduzir os juros do cheque especial, as taxas cobradas dos clientes não recuaram. Em dezembro do ano passado, quem entrou no cheque especial pagou um juro médio de 312,6% ao ano, conforme dados divulgados nesta terça-feira, 29, pelo Banco Central. Em junho, antes que as medidas entrassem em vigor, a taxa média era de 304,9% ao ano.
Em abril do ano passado, ao anunciar as medidas, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, havia defendido que as novas regras iriam acelerar a queda da taxa de juros ao consumidor. Os dados do BC mostram que, ao contrário, os juros do cheque especial ficaram em níveis semelhantes aos do primeiro semestre de 2018.
Desde julho, a regra prevê oferta de crédito mais barato ao cliente que usar 15% do limite do cheque especial por 30 dias. A comunicação é feita sempre cinco dias úteis após o cliente passar a usar esse porcentual do limite do cheque especial - com piso em R$ 200. Se o cliente persistir no uso do limite do cheque especial, será comunicado a cada 30 dias. Na época, a Febraban divulgou que, na média, clientes que usam o limite do cheque especial normalmente tomam R$ 900 por período de 16 dias a cada mês.
Os dados do BC mostram que, em 2018, o juro médio do cheque especial chegou a cair 10,4 pontos porcentuais, em relação ao verificado no fim de 2017. Só que este recuo está, em grande parte, ligado à redução da inadimplência e ao fato de a Selic (os juros básicos da economia) estarem estáveis desde março do ano passado.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, reconheceu nesta terça, durante coletiva de imprensa, que havia a expectativa de que, com a autorregulação anunciada pela Febraban no ano passado, as taxas de juros no cheque especial cairiam.
"A redução das taxas do cheque especial no ano, após medida da Febraban, foi menor que no rotativo (do cartão de crédito)", pontuou Rocha, em referência a outra medida - desta vez imposta pelo BC - para reduzir os juros do cartão de crédito.
Leia Também
Desde abril de 2017, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dívida do cliente no rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do BC era que, com a nova regra, as taxas do rotativo caíssem - o que de fato ocorreu. Em março de 2017, antes da medida entrar em vigor, a taxa média do rotativo regular era de 490,3% ao ano. Em dezembro do ano passado, ela estava em 285,4% ao ano. "Não podemos dizer que houve redução das taxas de juros do cheque especial após as medidas da Febraban", disse Rocha.
No fim do ano passado, especificamente, houve alta de 305,7% ao ano em novembro para 312,6% ao ano em dezembro no juro médio do cheque especial. De acordo com Rocha, isso ocorreu em parte por um "efeito composição" pelas instituições financeiras: normalmente quem busca o cheque especial no fim do ano tem um perfil de risco mais alto, por isso as taxas são mais caras. Além disso, houve o caso de uma grande instituição financeira que elevou de forma mais acentuada o juro no cheque especial no período.
Dados disponíveis no site do Banco Central mostram que o banco Santander subiu de 234,35% ao ano em novembro para 422,46% ao ano em dezembro a taxa do cheque especial. Nó último dia 9, o dado mais recente mostrava taxa de 419,41% ao ano no cheque especial.
Redução menor do que no rotativo
Rocha também avaliou que a redução de 8,9% no estoque de operações do cheque especial em dezembro era esperada, porque os tomadores tendem a quitar suas dívidas no fim do ano. "Já a expansão de apenas 0,6% do cheque especial em 2018 é positiva porque, diferentemente de outras linhas, é desejável que essa fique estável, sem crescimento", acrescentou.
O chefe de Estatística do BC apontou que as medidas da Febraban proporcionaram um canal de saída do cheque especial, fazendo com que a modalidade não tenha tido um crescimento significativo em 2018. "Mas a economia também cresceu, o que pode indicar uma menor necessidade de usar o cheque especial", completou.
"A redução das taxas do cheque especial no ano, após a medida da Febraban, foi menor que no rotativo do cartão de crédito. Não podemos dizer que houve redução das taxas de juros do cheque especial após as medidas", disse.
*Com Estadão Contéudo.
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, mas provisões aumentam 34% e instituição ajusta projeções para 2024
A linha que contabiliza as projeções de créditos e o guidance para o crescimento de despesas foram alteradas, enquanto as demais perspectivas foram mantidas
Nubank (ROXO34) supera estimativas e reporta lucro líquido de US$ 553 milhões no 3T24; rentabilidade (ROE) chega aos 30%
Inadimplência de curto prazo caiu 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas atrasos acima de 90 dias subiram 0,2 p.p. Banco diz que indicador está dentro das estimativas