Você tem a sensação de que o mundo parou? Aqui está o motivo
O Brasil é o segundo maior mercado de canetas Bic no mundo, só perde para os EUA — está no Google. Não à toa, o usuário brasileiro mais famoso desse ícone é o presidente da República.
Ela é útil pra caramba, é chegada num balcão, se perde por aí e, não raro, anda de mão em mão, embora seja uma septuagenária. Completou 74 anos! Ela é elegante. Para você talvez esse meu comentário pareça um exagero. Não é, não. E antes que você diga “menos, menos...”, eu garanto: ela é elegante. “Clássica”, diria alguém lá em casa. Circula, desde sempre, de azul ou vermelho. Ela é magrinha, alta, macia quase sempre. É muito ligeira. E, claro, funciona! Imitações existem, sem dúvida, mas tenho certeza de que você (assim como eu) prefere a original. Anos atrás — há muitos anos — ela vestiu preto. Não deu muito certo. Eu era bem jovem, mas lembro bem. Sem mais, nem por quê, cresceu o falatório, e o futuro da suposta falsária foi decretado: “Não insista, por favor. Só vale se for azul!”.
Assim fui informada de que, naquela época, assinatura no Cartório de Notas do bairro onde eu morava só poderia ser reconhecida se a tinta da caneta fosse azul. Com a vermelha não era possível assinar cheque... Lembra dele?
A Caneta Bic nasceu na França, berço de Marcel Bich, um empreendedor que deu tratos à bola embora, inicialmente, estivesse interessado em produzir canetas-tinteiro. Cinco anos depois do primeiro passo, nasceu a Bic Cristal, em dezembro de 1950. No início da década de 1970, a Bic lançou a esferográfica de quatro cores.
O Brasil é o segundo maior mercado de canetas Bic no mundo, só perde para os EUA — está no Google. Não à toa, o usuário brasileiro mais famoso desse ícone é o presidente da República.
Desde que Jair Bolsonaro preencheu o imaginário de repórteres, editores e colunistas com sua campanha presidencial, sobretudo em 2018, a popularidade da caneta Bic bomba. É quase um contrassenso, considerando que o presidente priorizou “bits e bytes” nas redes sociais para chegar ao Palácio do Planalto. E, lá chegando, continuou (e continua) opinando e argumentando contra ou a favor de gregos e troianos via Twitter, para arrepio de quem gostaria de ler claramente seus pensamentos na frase seguinte — aquela que o microblog engole.
“Presidente @jairmessiasbolsonaro assinou a posse com Caneta 100% Brasileira. Compactor Economic. Uma honra ver nossa marca ajudando a escrever um capítulo tão importante da história do país”, postou o perfil da empresa no Instagram em 1º de janeiro de 2019.
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“Nós é que agradecemos a ótima qualidade e preço da caneta!”, tuitou o presidente.
Três semanas antes da assinatura do termo de posse de seus ministros, Bolsonaro, já presidente eleito, exibiu a caneta como uma arma letal. “Olha só, havendo qualquer comprovação ou uma denúncia robusta contra quem quer se seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”, afirmou. O comentário foi uma resposta ao fato de o então futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ter se tornado alvo de uma investigação aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de caixa dois.
Concorrência no varejo
Não demorou e o Mercado Livre foi coalhado de promoções — no ar até hoje — de “Caneta Bic Especial Bolsonaro Azul”. E não parou por aí. A concorrência se impôs. Dispararam ofertas de Caneta Esferográfica Azul Pilot Super Grip, Caneta Esferográfica Parker, Caneta Tipo Cross Azul...
Na terça-feira (28), quando o Plenário do Senado aprovou a proposta da reforma administrativa que evitou o desmonte da estrutura do governo (reduzida de 29 para 22 ministérios) e transferiu o Coaf para a pasta da Economia, Bolsonaro apegou-se novamente à esferográfica. Em discurso, disse ter mais poder que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). E prometeu usar sua caneta Bic para revogar decretos, portarias e instruções normativas que atrapalhem quem quer produzir e investir no país.
Poderia ser aplaudido. Não foi.
Durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista da Marinha Mercante Brasileira, em Brasília, o próprio presidente relatou: “Eu disse para ele: ‘Maia, com a caneta eu tenho muito mais poder do que vocês, apesar de você fazer leis. Eu tenho o poder de fazer decretos. Evidente que decretos com fundamentos’. E falei para ele da Baía de Angra. Nós podemos ser protagonistas para que a Baía de Angra seja uma nova Cancún. Nós devemos começar a tirar esse sonho do papel com uma caneta Bic, revogando um decreto, que demarcou a estação ecológica de Tamoios em 1988, lá no governo Sarney”.
Não foi aplaudido. De novo.
Ontem, Maia disse não ter visto “maldade” na frase do presidente. Fez bem.
Sem ruído aparente em Brasília, a quarta-feira foi mais um dia positivo para a Bolsa brasileira, ainda que mostrando fraqueza no fim dos negócios. Em queda, o dólar reprisou a véspera. As taxas de juros também. O real foi a moeda emergente de melhor desempenho no mercado internacional, onde as Bolsas americanas caíram muito. E pelo segundo dia seguido.
O mercado precificou a aprovação da reforma administrativa, sabendo que uma nova rodada de decisões ocorrerá no Congresso. A reforma da Previdência segue na comissão especial da Câmara e o prazo para a apresentação do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) — 15 de junho — chegará em breve ao calendário.
Com parlamentares, empresários e investidores ansiosos pelo “day after” dessa reforma e a definição de um plano ou iniciativas que coloquem a economia em marcha, Bolsonaro poderia deixar a Bic no Alvorada.
O presidente poderá até recorrer à Bic Cristal para esmiuçar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que o IBGE divulga nesta manhã. O dado vai exibir a fragilidade da nossa economia e o desafio de absorver mais de 13 milhões de desempregados.
Declarações “uma oitava abaixo” serão de grande valia para erguer expectativas. E expectativa é um poderoso instrumento a favor (ou contra) a gestão econômica. Esse termo é recorrente quando se fala de taxa de juro ou política monetária dos bancos centrais.
Expectativas positivas podem aliviar a sensação de que o mundo parou. Você tem essa sensação? Eu tenho. E ela reflete a realidade de dados, de indicadores como aqueles que falam sobre os meios de pagamento. Nos primeiros quatro meses deste ano, a maioria dos meios de pagamento caiu e bem — mais um sinal de que a atividade anda em marcha lenta.
O rio corre para o mar... da dívida
Ontem, o Banco Central publicou estatísticas de abril, e elas mostraram retração dos depósitos à vista, depósitos a prazo, depósitos em cadernetas de poupança e até no montante de papel-moeda que circula entre nós. O patrimônio consolidado dos fundos de renda fixa, cambiais e multimercados teve leve alta de 0,4 por cento entre janeiro e abril.
Em contrapartida, as “operações compromissadas” do BC com o mercado — equivalentes à venda temporária de títulos públicos com compromisso de recompra em data futura — saltaram 20 por cento. Operações semelhantes, com lastro em títulos privados, como debêntures, despencaram 22 por cento em igual período. A compra definitiva de títulos do Tesouro cresceu mais de 10 por cento, enquanto as aplicações de investidores estrangeiros nesses mesmos títulos avançaram 10,8 por cento no primeiro quadrimestre.
Estou torcendo para que o presidente Jair Bolsonaro use bem sua Bic Cristal e tenha uma coleção, porque os tempos mudam, e os costumes também. Decisões presidenciais marcam a história de um país para sempre. Não creio que o presidente vai se render à novidade... a Bic Cristal ganhou uma concorrente e tanto, a Frixion, da Pilot, com tinta apagável.
Mas a Société Bic S.A., administrada pela terceira geração da família Bich, sentindo a queda nas vendas da esferográfica tradicional nos últimos anos, já relançou (com 17 cores!) aquela esferográfica cinquentona de quatro cores.
Haja decreto a revogar!
Mercados
As Bolsas estão positivas no mercado internacional nesta quinta-feira de atenções voltadas ao resultado do PIB dos EUA no primeiro trimestre. Por aqui, o PIB do primeiro trimestre abaixo do esperado, em queda de 0,2 por cento ante o quarto trimestre do ano passado, pode ampliar a discussão sobre a conveniência de o Copom reduzir a taxa Selic. A desaceleração do IGP-M de abril para maio conspira a favor do debate.
O dólar sobe após abertura em baixa. Na B3, o Ibovespa recua. E à tarde estará mais exposto à sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidirá, em plenário, se o Congresso deverá dar seu aval para privatizações de empresas estatais — a base desse julgamento é a decisão do ministro Ricardo Lewandowski que, em junho do ano passado, determinou que a venda das estatais exige prévia autorização legislativa. O STF também deverá discutir a decisão do ministro Edson Fachin que suspendeu a venda de 90 por cento da Transportadora Associada de Gás (TAG) por 8,6 bilhões de dólares.
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