Itaú tem lucro de R$ 25,7 bilhões em 2018, mas deve crescer menos que o Bradesco neste ano
O resultado ficou levemente abaixo das projeções dos analistas, mas foi suficiente para manter os concorrentes atrás no retrovisor em rentabilidade
Depois da divulgação dos balanços dos concorrentes na semana passada, a expectativa para o balanço do Itaú Unibanco hoje à noite só aumentou. O maior banco privado brasileiro registrou um lucro líquido de R$ 25,7 bilhões em 2018, o que representa um avanço de 3,4%.
O resultado ficou levemente abaixo das projeções dos analistas, que apontavam para um lucro de R$ 25,9 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
Foi o suficiente para manter os concorrentes atrás no retrovisor em rentabilidade, embora o Santander tenha se aproximado no quarto trimestre.
Nos últimos três meses de 2018, o Itaú teve lucro de R$ 6,5 bilhões, alta de 3,1% frente ao mesmo período de 2017, com um retorno de 21,8% – contra 21,1% do banco espanhol.
No ano como um todo, a rentabilidade do Itaú subiu de 21,8% para 21,9%.
Crescimento menor no crédito
Assim como o Bradesco, o Itaú também aposta no crédito para se manter os resultados nas alturas. Mas foi um pouco mais conservador do que o concorrente nas projeções para este ano.
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Enquanto o Bradesco espera um aumento de 9% a 13% no saldo de financiamentos, a expectativa do Itaú é de um crescimento entre 8% e 11% no saldo de financiamentos neste ano. O Santander não divulga projeções.
A carteira de crédito do banco encerrou o ano passado em R$ 636,9 bilhões, um avanço de 0,1% no trimestre e de 6,1% em 12 meses - dentro da estimativa que variava de 4% a 7%.
Superdividendo
Sem ter o que fazer com tanto dinheiro agora que não tem nenhuma perspectiva de grandes aquisições no Brasil, o Itaú adotou uma política de distribuição de dividendos aos acionistas de todo o lucro que exceder o capital mínimo estipulado pelo banco para operar.
Neste ano, 87,2% do resultado será pago em dividendos, o equivalente a R$ 22,4 bilhões. Incluindo as recompras de ações, o percentual do resultado que vai parar no bolso dos acionistas sobe para 89,2%.
Bom para as famílias Vilela, Setubal e Moreira Salles, que controlam o banco, mas também para quem é acionista minoritário na bolsa.
Crédito e inadimplência
Bem, e de onde veio o lucro multibilionário do Itaú em 2018? A margem financeira, que contabiliza o resultado com as operações com crédito e tesouraria, registrou um pequeno aumento de 0,8% e somou R$ 69 bilhões.
Se a receita com crédito ainda não brilha, a redução nas despesas com provisões contra calotes mais uma vez ajudou a melhorar os resultados. Em 2018, o custo do crédito ficou em R$ 14,1 bilhões, uma queda de 21,9%.
A melhora na inadimplência contribuiu para a menor despesa com provisões. O índice de atrasos acima de 90 dias na carteira do Itaú ficou em 2,9%, estável no trimestre e uma queda de 0,2 ponto percentual em relação a dezembro de 2017.
Para este ano, o custo do crédito não deve mais contribuir com os resultados, já que a instituição projeta uma despesa de R$ 14,5 bilhões a R$ 17,5 bilhões - ou seja, acima do valor registrado neste ano.
Despesa mais alta
A cobrança de tarifas dos clientes também ajudou a engordar o lucro do Itaú. As receitas com prestação de serviços e seguros atingiram R$ 41,4 bilhões no ano passado, um crescimento de 5,5%.
Por outro lado, as despesas operacionais do maior banco privado brasileiro aumentaram 5% no ano passado, para R$ 49,4 bilhões. O crescimento ficou acima do previsto pelo Itaú, que estimava um avanço entre 0,5% e 3,5%.
Amanhã pela manhã o Itaú concede uma entrevista coletiva para comentar o balanço de 2018 e as perspectivas para este ano. Confira aqui no Seu Dinheiro ou lá no meu Twitter o que vai rolar na entrevista.
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