Quer investir no exterior? Na China talvez? Leia essa conversa aqui
Presidente da Franklin Templeton no Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves, nos apresenta uma filosofia adotada por grandes investidores que também serve para nós

Apresentei na semana passada a visão do gestor da Bridgewater, Ray Dalio, sobre o que a guerra comercial entre Estados Unidos e China representa em termos históricos e sua tese de investimento resumida em: “aposte nos dois cavalos”. Dúvida natural que recebi dos leitores é como nós aqui poderíamos investir na China e outros mercados.
Para falar sobre o tema procurei a Franklin Templeton tradicional casa de investimentos com presença em mais de 170 países, e conversei com o presidente da gestora no Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves, que me contou que a casa vem buscando, justamente, chamar atenção para as vantagens trazidas pela diversificação global de portfólios de ações e renda fixa.
Mas antes de detalhar a nossa conversa, vamos direto ao ponto. Há uma barreira para os pequenos investidores terem acesso a algumas modalidades de investimento fora do Brasil. A maioria dos fundos e BDRs (recibo de ações estrangeiras) está restrita aos investidores qualificados (aqueles com mais de R$ 1 milhão) por questões regulatórias.
Representantes do setor, como a Anbima, trabalham para rever algumas dessas normas, até porque há uma assimetria regulatória. Mesmo não sendo possível a aplicação direta, o investidor local tem acesso a estes mesmos fundos, empresas e outros ativos externos via Certificado de Operações Estruturadas (COE) (certamente você já deve ter visto alguma oferta) ou mesmo via alguns BDRs ou ETFs (fundos de índice). Outro caminho é abrir conta no exterior e fazer as aplicações por lá.

Mas a ideia mesmo da nossa conversa é apontar um caminho de como encarar uma eventual internacionalização de portfólio.
Siga os grandes
Segundo Gonçalves, os investidores qualificados e institucionais, como fundos de pensão, quando tomam a decisão de fazer a internacionalização optam por uma entrada gradual.
Leia Também
- Primeiro passo é a entrada em uma carteira global, que tem grande flexibilidade de fazer alocações em diferentes mercados.
- Segundo passo é a busca por exposição regional, como Ásia, América Latina ou outro mercado que esteja no radar.
- O passo final é afunilar mais a escolha para um país específico, como China, e nichos de mercado (tecnologia, saúde, farmacêutica, financeiro) ou temas, como sustentabilidade.
“Essa filosofia talvez sirva para o investidor pessoa física também. Pois permite uma primeira experiência, entender como funciona. Sentir qual a volatilidade de uma carteira global, a relação entre diferentes moedas e a liquidez dos produtos”, explica Gonçalves.
Invista com quem está lá
Outra mensagem importante passada por Gonçalves é que não dá para o investidor entrar em um mercado, seja China, Índia ou qualquer outro lugar, por meio de um gestor local.
“Um cara sentado na Faria Lima e que diz que vai investir na China, o melhor que ele pode fazer é comprar um ETF. Se ele falar que vai fazer alocação em empresas, esquece. Não tem diferencial. Para fazer isso, tem que ter parceria ou estrutura lá fora”, explica.
Segundo Gonçalves, a própria Templeton, que tem produtos que investem na China há mais de 30 anos, vem ampliando cada vez mais a estrutura de analistas chineses (e em outros países também), que conseguem capturar muito melhor o ambiente de investimentos e têm acesso aos players locais.
No caso da China, especificamente, esse conhecimento da “cor local” é ainda mais relevante, tendo em vista a usual desconfiança com relação a algumas estatísticas divulgadas pelo governo. Sem falar no fato de que se trata de um regime autocrático.
“Você vai ter que estar com os caras que estão investindo lá”, resume.
Quer entender de forma fácil? Para comprar ações brasileiras você prefere o gestor que está aqui ou delegaria essa função para alguém que está em Shanghai, por mais qualificado que seja?
Comendo pelas beiradas
De acordo com Gonçalves, especificamente sobre China, uma das maiores dúvidas dos clientes globais é justamente com relação à transparência e eventuais mudanças nas regras do jogo.
Por isso, outra forma de investimento é "comer pelas beiradas", via exposição indireta, comprando posições em outros países da Ásia, como Coreia do Sul, Malásia e Indonésia, que se beneficiam ou fazem parte das cadeias de produção chinesa.
Há distinção, também, entre veículos que investem em Hong Kong e Taiwan, mercados que estão abertos há mais tempo, e os que fazem aportes na China continental.
Ainda segundo Gonçalves, o governo chinês vem mostrando interesse em tornar o mercado cada vez mais acessível aos investidores estrangeiros, notadamente na prestação de serviços. Atualmente, toda empresa de fora tem que se associar de alguma forma a uma empresa chinesa para atuar por lá.
Foco na tecnologia
A linha que vem sendo traçada pelo governo chinês para o desenvolvimento do país é o exato oposto do que temos visto dentro da guerra comercial (quem sabe, até por isso ela aconteça). Segundo Gonçalves, a China quer se integrar mais, dar mais acesso aos de fora a seu mercado local.
E uma das principais pautas dentro dessa guerra comercial é justamente o controle da tecnologia. Há uma batalha em andamento sobre padrões tecnológicos que vão prevalecer em pagamentos digitais, celulares, inteligência artificial e afins, campos que são dominados pelos chineses. Aliado a isso, há o inexorável fator demográfico. “Todas as empresas globais estão se mexendo”, resume Gonçalves. Mexa-se também!
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
China se deu mal, mas ações da Vale (VALE3) ainda têm potencial de alta, diz Genial; Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) devem sair mais prejudicadas
O cenário é visto como negativo e turbulento para as mineradoras e siderúrgicas brasileiras, porém, Vale está muito descontada e tem espaço para ganhos
A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo
O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
China lança primeiro título soberano verde em yuans no exterior
O volume total de subscrições alcançou 41,58 bilhões de yuans, superando em quase sete vezes o valor inicial da oferta
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
As tarifas de Trump: entenda os principais pontos do anúncio de hoje nos EUA e os impactos para o Brasil
O presidente norte-americano finalmente apresentou o plano tarifário e o Seu Dinheiro reuniu tudo o que você precisa saber sobre esse anúncio tão aguardado pelo mercado e pelos governos; confira
Elon Musk fora da Casa Branca? Trump teria confirmado a saída do bilionário do governo nas próximas semanas, segundo site
Ações da Tesla sobem 5% após o Politico reportar que o presidente dos EUA afirmou a aliados sobre a mudança no alto escalão da Casa Branca
O Super Bowl das tarifas de Trump: o que pode acontecer a partir de agora e quem está na mira do anúncio de hoje — não é só a China
A expectativa é de que a Casa Branca divulgue oficialmente os detalhes da taxação às 17h (de Brasília). O Seu Dinheiro ouviu especialistas para saber o que está em jogo.
Tony Volpon: Buy the dip
Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)
Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços
Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores
110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais
Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Trump taxa carros e dá spoiler: vem surpresa no dia 2 de abril
No melhor do toma lá, dá cá, o presidente norte-americano cogitou conceder uma redução nas tarifas impostas à China se houver um acordo sobre o TikTok
Inteligência artificial ajuda China a reduzir os impactos da guerra tarifária de Donald Trump
Desenvolvimento de inteligência artificial na China vem fazendo empresas brilharem com a tecnologia e ajuda a proteger o país das tarifas de Trump
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
‘Taxa das blusinhas’: entenda por que vai ficar mais caro (de novo) comprar produtos da China
As compras feitas em sites como Shein, Shopee e AliExpress passarão a pagar mais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que sobe de 17% para 20%
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.