🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Balanço dos investimentos

Agosto foi o mês do desgosto para os investimentos; confira os melhores e piores desempenhos do mês

Em mês de forte aversão a risco, só os investimentos voltados para proteção tiveram desempenho positivo

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
30 de agosto de 2019
19:23 - atualizado às 11:40
Mau agouro: desvalorização dos ativos fez jus à fama do mês de agosto. Imagem: Shutterstock

Agosto costuma ser considerado um mês longo (tem 31 dias e nenhum feriado) e aziago. E se, neste ano, os investimentos de risco escaparam da maldição de maio, eles fizeram jus ao ditado “agosto, mês do desgosto”.

O mês foi marcado pela disparada do dólar, que subiu mais de 10% ante o real, fechando em R$ 4,14, mesmo com as atuações do Banco Central no mercado de câmbio para suavizar os soluços do mercado.

O segundo ativo com melhor desempenho foi o volátil bitcoin, que neste mês viu uma recuperação da queda sofrida em julho e ainda é o campeão de retorno do ano.

Aparentemente descorrelacionada do restante do mercado financeiro tradicional, a criptomoeda tem sido vista, por algumas pessoas de mercado, como potencial reserva de valor em momentos de aversão ao risco, a exemplo do dólar e do ouro.

Depois desses dois, os únicos investimentos que tiveram desempenho positivo no mês foram os de renda fixa atrelada à Selic e ao CDI, o que engloba as aplicações mais conservadoras, como Tesouro Selic (LFT), CDBs, LCIs, LCAs e até a poupança.

No restante do ranking, um “banho de sangue”, tantos foram os números vermelhos. Bolsa, fundos imobiliários e títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação (públicos ou privados) apanharam para valer em agosto, ainda que o Ibovespa tenha conseguido sobreviver com uma queda até que modesta.

Leia Também

Os grandes perdedores do mês foram os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, chamados de Tesouro IPCA+ ou NTN-B.

Os melhores investimentos de agosto

Os melhores investimentos de agosto de 2019

Embora agosto normalmente pareça durar uma eternidade, em 2019 eu tive a sensação de que o mês voou, de tão eletrizante que foi.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China e o consequente temor de uma desaceleração da economia mundial (com possível recessão) deram o tom dos mercados de ações, juros e moedas neste mês.

Adicionalmente, a crise política e fiscal na Argentina também teve seus reflexos negativos por aqui. As prévias das eleições argentinas deram vitória com folga para o candidato kirchnerista Alberto Fernández sobre o atual presidente de viés liberal, Mauricio Macri. Como consequência, a bolsa portenha desabou e o dólar disparou em relação ao peso.

Posteriormente, o governo atual acabou anunciando uma renegociação das suas obrigações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que na prática funciona como um calote.

A difícil situação fiscal dos hermanos se reflete por aqui porque latino-americanos são todos colocados na mesma caixinha por grandes investidores internacionais. Além disso, a Argentina é um importante parceiro comercial do Brasil.

Esse cenário internacional negativo e de muitas incertezas levou os investidores a uma grande aversão a risco.

Com isso, os juros futuros dispararam, derrubando os preços dos títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação, que se desvalorizam quando os juros sobem: Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+ e debêntures atreladas ao IPCA tiveram retorno negativo no mês.

Ativos de risco, como as ações e os fundos imobiliários, também sofreram nesse cenário. Os investidores correram para a segurança do dólar, que viu uma disparada.

O noticiário local andou mais fraco, com a reforma da Previdência avançando no Senado, mas sem novidades muito determinantes.

O fato mais importante por aqui foi a divulgação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na última semana.

A alta de 0,4% ficou acima das estimativas do mercado, de 0,2%, e afastou os temores de recessão técnica, uma vez que o trimestre passado já havia visto contração nos números. A reação do mercado foi positiva.

Guerra comercial foi o pano de fundo em agosto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já começou o mês “causando”: os investidores nem bem tiveram tempo de comemorar os cortes de juros efetuados pelos bancos centrais no Brasil e nos EUA no dia 31 de julho que Trump já largou o dedo no Twitter para anunciar uma tarifa de 10% em mais US$ 300 bilhões em produtos importados da China.

O gigante asiático reagiu com a desvalorização da sua moeda, o yuan, que chegou à proporção de um dólar para mais de sete yuans pela primeira vez em cerca de uma década, patamar onde vem sendo mantido desde então.

A intenção seria manter os produtos chineses competitivos no cenário internacional, o que poderia até neutralizar os efeitos da taxação extra nos EUA. Eu explico mais sobre essa questão da desvalorização do yuan no vídeo a seguir:

O presidente americano aproveitou também para dar umas porradas no Federal Reserve (Fed) na sua rede social favorita, como já é de costume.

A subida de tom na guerra comercial poderia inclusive ser interpretada como uma forma de Trump pressionar o banco central americano a cortar ainda mais os juros para combater os reflexos adversos do conflito na economia.

A possibilidade de a guerra comercial desaguar em uma guerra cambial caiu mal nos mercados, devido às imensas incertezas que um cenário como esse poderia trazer. Mas o fato de a China não ter desvalorizado sua moeda tanto assim reduziu os temores em relação a isso, por ora.

Chumbo trocado

No seu já tradicional morde e assopra, Trump eventualmente retirou alguns produtos da lista daqueles que seriam taxados e adiou a data de aplicação das tarifas sobre os produtos chineses.

Acontece que o país asiático acabou respondendo a taxação inicial com a imposição de tarifas de 5% a 10% sobre US$ 75 bilhões em importações americanas.

Em suas falas, as autoridades chinesas também não deixaram por menos e responderam às provocações de Trump (não no mesmo linguajar, é claro).

Então foi a vez de Trump retaliar. Ele elevou para 15% as tarifas sobre os produtos que já seriam taxados em 10%, e para 30% as tarifas sobre os produtos que já haviam sido tarifados em 25% anteriormente.

Trump chegou ao ponto de chamar o presidente chinês, Xi Jinping, de inimigo e incitar as empresas americanas a “buscar alternativas” à China.

A tal inversão da curva de juros americana

Como se não bastasse, em meados do mês, China e Alemanha divulgaram dados econômicos fracos. Já os dados americanos continuam relativamente fortes, embora dúbios, às vezes, o que talvez não justificasse novos cortes de juros por parte do Fed.

O próprio Fed e o Banco Central Europeu (BCE) não deram fortes sinalizações de que poderiam cortar juros, o que desanimou o mercado.

Todos esses fatores elevaram os temores de desaceleração da economia mundial e até de uma possível recessão, sinalizada, inclusive, pelo fenômeno da inversão da curva de juros americana.

A curva de juros reúne as perspectivas do mercado para as taxas de juros em diversas datas futuras. Uma inversão na curva, com taxas mais altas no curto do que no longo prazo, indica que os investidores estão temerosos em relação à possibilidade de uma recessão logo à frente.

Volatilidade a mil

Mas é claro que nem de pancadaria vive o conflito entre EUA e China. Entre um golpe e outro, seus líderes também baixaram o tom algumas vezes, dando espaço para os ativos de risco darem uma recuperada.

Mais para o fim do mês, a aposta dos mercados em novos cortes de juros pelas economias desenvolvidas também voltou a se fortalecer, o que possibilitou uma recuperação dos preços dos ativos de risco.

Assim, quem olha apenas para o desempenho de -0,67% do Ibovespa no mês não consegue sequer imaginar a verdadeira montanha-russa pela qual o índice passou ao longo deste longo mês de agosto.

Melhores e piores ações do mês

Mesmo em um mês tão difícil, diversas ações do Ibovespa fecharam com fortes altas. A líder foi a operadora de planos de saúde Qualicorp (QUAL3), que disparou na bolsa no início de agosto depois do anúncio de que a rede de hospitais D'Or São Luiz assinou um contrato para comprar participação minoritária de cerca de 10% no capital social da empresa, pertencentes ao presidente da companhia, José Seripieri Junior.

Melhores ações de agosto de 2019

Já o pior desempenho ficou por conta da empresa do ramo de educação Kroton (KROT3), cujas ações desabaram após a divulgação de resultados ruins no segundo trimestre.

Piores ações de agosto de 2019

*Matéria atualizada com correção do retorno da poupança antiga.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MERCADOS HOJE

Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global

7 de abril de 2025 - 10:58

O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada

conteúdo EQI

Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte

7 de abril de 2025 - 8:47

Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano

Todo mundo em pânico

Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997

7 de abril de 2025 - 6:52

Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed

BALANÇO DA SEMANA

Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa

5 de abril de 2025 - 14:46

A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar

DIA 75

“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais

4 de abril de 2025 - 19:45

Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal

VAI PARA O COFRE

Bolso cheio, gôndola vazia? EUA esperam encher os cofres com tarifas — montante pode chegar a US$ 600 bilhões

4 de abril de 2025 - 19:24

Secretário do governo diz que a previsão de arrecadação considera valores anuais, embora exista expectativa de negociação com países — inclusive com a China

ELE NÃO PARA

O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora

4 de abril de 2025 - 16:35

O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA

SALVE-SE QUEM PUDER (E ELAS PUDERAM)

As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso

4 de abril de 2025 - 15:30

O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice

NEM TRUMP DERRUBA

China se deu mal, mas ações da Vale (VALE3) ainda têm potencial de alta, diz Genial; Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) devem sair mais prejudicadas 

4 de abril de 2025 - 15:16

O cenário é visto como negativo e turbulento para as mineradoras e siderúrgicas brasileiras, porém, Vale está muito descontada e tem espaço para ganhos

ESPERAR PARA VER

A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo

4 de abril de 2025 - 14:00

O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara

CÂMBIO

O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar

4 de abril de 2025 - 12:25

Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano

OLHO POR OLHO

China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta

4 de abril de 2025 - 9:32

O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

SEXTOU COM O RUY

Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa

4 de abril de 2025 - 6:03

O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso

DIA 74

Trump foi (literalmente) longe demais: o dia em que os EUA taxaram pinguins

3 de abril de 2025 - 20:53

O arquipélago da Ilha Heard e Ilhas McDonald é um dos locais mais remotos do planeta, mas não para o presidente norte-americano

MODO DEFESA

Ações para se proteger da inflação: XP monta carteira de baixo risco para navegar no momento de preços e juros altos

3 de abril de 2025 - 19:14

A chamada “cesta defensiva” tem dez empresas, entre bancos, seguradoras, companhias de energia e outros setores classificados pela qualidade e baixo risco

UM DIA PARA ESQUECER

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump

3 de abril de 2025 - 19:01

Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro

MAIS QUE FRIENDS, HERMANOS

Lula reclama e Milei “canta Queen”: as reações de Brasil e Argentina às tarifas de Trump

3 de abril de 2025 - 16:13

Os dois países foram alvo da alíquota mínima de 10% para as exportações aos EUA, mas as reações dos presidentes foram completamente diferentes; veja o que cada um deles disse

NO OLHO DO FURACÃO

Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora

3 de abril de 2025 - 15:05

Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados

ANÁLISE MACRO

Luis Stuhlberger: ‘Brasil saiu muito beneficiado’ após tarifas de Trump; dos ativos globais, bitcoin e ouro saem ganhando, e uma moeda se destaca

3 de abril de 2025 - 13:18

Em evento da Icatu Seguros, o gestor do fundo Verde analisou o impacto das tarifas recíprocas anunciadas ontem nos mercados globais e apontou ganhadores e perdedores

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar