País está há 30 anos sem projeto claro de desenvolvimento, diz Abdib
Venilton Tadini afirma que a indústria respira e sofre com o que vem acontecendo com o investimento recente na área de infraestrutura no Brasil
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e da Indústria de Base (Abdib), Venilton Tadini, disse nesta segunda-feira, 9, que a indústria respira e sofre com o que vem acontecendo com o investimento recente na área de infraestrutura no Brasil. A seu juízo, são dois os pontos vistos como causas de natureza estrutural da tendência à estagnação secular no País.
"O primeiro é que nós estamos praticamente há 30 anos sem um projeto de desenvolvimento claro", disse o executivo, para quem houve três ciclos onde houve essa articulação que foi nos governos Vargas, Juscelino e depois, numa parte expressiva, no governo militar.
"A partir do momento de crise cambial e hiperinflação, as tentativas de estabilização nos deixaram míopes em relação às estratégias de desenvolvimento que o País deveria seguir", disse Tadini.
Ele participou pela manhã da abertura do 16º Fórum de Economia que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realiza em São Paulo.
Para ele, o Brasil que chegou a disputar no século passado níveis de produtividades com a Coreia com intervenção do Estado vê esta intervenção sendo demonizada por causa de alguns instrumentos usados equivocadamente num passado recente. Portanto, de acordo com ele, a questão do planejamento econômico de médio e longo prazo é extremamente fundamental.
"É difícil dizer de que infraestrutura você precisa quando você só cresce a reboque da demanda. E a infraestrutura é indutora do processo de desenvolvimento. É uma coisa absolutamente inconcebível você fazer investimento de infraestrutura para romper gargalo. Fazemos isso porque somos agredidos pelos fatos por não termos clareza da estratégia de desenvolvimento a seguir", criticou o presidente da Abdib.
Leia Também
No período recente, de acordo com ele, isso fica mais agudo com o fato de se esquecer políticas verticais e achar que só políticas horizontais vão resolver os problemas com segurança jurídica. "Não vai resolver. Nós já vimos num passado recente que a taxa de juro caiu e o investimento não subiu. Fica difícil aqueles que têm uma formação mais clássica entenderem esse fenômeno", disse.
O segundo ponto, de acordo com Tadini, é que o déficit primário é elevado e, no entanto, a inflação está abaixo do centro da meta.
"Então tem alguma coisa de errado. Nós temos trabalhado sistematicamente essa falta de planejamento sem um programa articulado entre infraestrutura e indústria. Infraestrutura é fator de competitividade e não um fim em si mesma. Eu ouço falar em infraestrutura como um fim em si mesma e isso não é verdade", comentou.
No entanto, segundo o presidente da Abdib, é preciso que se fale de que infraestrutura se precisa a partir do momento em que se define a estrutura de circulação de mercadorias que se quer.
"Se eu quero ser um País que trata de minério de ferro ou do agronegócio, eu vou por esse caminho porque vou encontrar rapidamente em cada ciclo internacional de queda de preço de commodities uma queda da nossa renda interna, uma dificuldade para retomada e manutenção do crescimento sustentável", disse.
Para Tadini, os produtos de maiores valores agregados não são pensados na estrutura de cadeias produtivas. Segundo ele, o Brasil não tem uma inserção pensada nos mercados internacionais e muito menos uma articulação mais adequada com os países vizinhos seja em infraestrutura, seja em termos de transportes e energia, seja do ponto de vista de mercadorias.
É preciso, segundo o executivo, retomar a capacidade de planejamento. Hoje, de acordo com ele, o que se vê é que nos projetos que estão sendo estruturados a capacidade de estruturação melhorou muito. Mas os investimentos não crescem mais porque simplesmente não tem projetos.
"Nós eliminamos um backlog que existia a partir do momento que se conseguiu dar vazão, depois da criação do PPI Programa de Parcerias de Investimentos com estruturas mais adequadas de investimentos", disse.
Política 'pró-cíclica'
O presidente da Abdib criticou ainda o que chamou de "capacidade do Brasil ter se especializado em fazer sempre política pró-cíclica".
"Nós fizemos isso num passado recente e demonizamos todas as políticas públicas que cairiam em descrédito agora que precisamos acionar mecanismo de Estado para sairmos da crise", disse.
Segundo ele, há quem ache que só mexer em estrutura de oferta, com aumento da produtividade, e melhora das instituições de segurança jurídica é "fantástico".
Ou seja, ao mesmo tempo em que se pede a saída do Estado, pede mais segurança jurídica. "Não existe capitalismo sem Estado e a gente houve esse tipo de coisa recorrentemente", disse.
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.
Alívios e aflições: o que a vitória de Trump pode significar para 5 setores da economia brasileira
A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provoca expectativas variadas para diferentes setores da economia brasileira; veja como eles podem nos afetar
Indústria gera mais emprego e com preferência pelos jovens — mas com salário menor
Do total dos novos postos de trabalho criados pela indústria nos nove primeiros meses de 2024, 57,4% das vagas foram ocupadas por jovens de 18 e 24 anos
O que a indústria espera da Black Friday deste ano? Abinee faz aposta em um segmento específico
A maioria dos fabricantes de aparelhos eletrônicos espera crescimento das vendas de seus produtos na Black Friday, que acontece no dia 29 de novembro
Ganhou (n)a Loteria: por R$ 600 milhões e valorização de 130%, governo de São Paulo leiloa loteria estadual
Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o valor será convertido para a construção de dois novos hospitais, em Birigui e em Itapetininga
“A esquerda morreu”: o que Lula precisa fazer para se reeleger em 2026 e onde o discurso se perdeu, segundo Felipe Miranda
O segundo turno das eleições municipais consolidou o que já vinha sendo desenhado desde antes do primeiro turno: a força da centro-direita no país. Não dá para esquecer que o resultado das urnas em 2024 é um indicativo de como deve ser a corrida para a presidência em 2026 — e as notícias não são […]
Eleições Goiânia 2024: Sandro Mabel (União) confirma favoritismo e vence Fred Rodrigues (PL); veja o resultado
Apoiado por Ronaldo Caiado, Mabel venceu candidato de Jair Bolsonaro em eleição bem dividida na capital de Goiás
Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado
Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24
Braskem (BRKM5): maior volume de vendas no mercado nacional e exportações mais fracas; veja os principais números do relatório de produção
Venda de resinas caiu 2% na comparação anual; exportações dos principais produtos químicos da Braskem caíram
Governo envia ao Congresso proposta bilionária para socorrer companhias aéreas — mas valor é bem menor do que se esperava
A previsão é de que os empréstimos sejam operacionalizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Risco fiscal nas alturas: como a situação dos gastos públicos pode se deteriorar de forma acelerada e levar a Selic aos 13%
Se o governo não adotar medidas para controlar o crescimento das despesas obrigatórias, enfrentaremos o risco de desancoragem da inflação, levando os juros para 13% ou mais
Quem foi Ratan Tata, magnata morto aos 86 anos que liderou o maior conglomerado empresarial da Índia
À frente do grupo, Tata foi responsável por transformá-lo em um império global por meio de uma série de negócios de destaque, como as aquisições da Jaguar e da Land Rover
Eleições municipais 2024: Bolsonarismo e centro-direita mostram força nas prefeituras e elegem sete dos dez vereadores mais votados do país
Líder na votação para vereador, Lucas Pavanato apoiou Marçal em São Paulo; Na disputa para a prefeitura, Boulos vira maior trunfo da esquerda
Eleições municipais 2024: Veja o resultado da apuração para prefeito; 15 capitais terão segundo turno
A votação de segundo turno acontece no dia 27 de outubro, das 8h às 17h
Regulação das bets deve sair na semana que vem, diz Lula — enquanto mais sete casas de apostas são proibidas de atuar no Brasil
O presidente afirmou que não aceita que os recursos do Bolsa Família sejam usados para apostas e disse que, se a regulamentação não der certo, ele não terá dúvidas de “acabar definitivamente com isso”
Quem ganhou, quem perdeu e quem se destacou no último debate para prefeitura de São Paulo em meio triplo empate técnico entre candidatos
Na mais recente pesquisa do Datafolha, Boulos estava à frente com 26% das intenções de voto, seguido por Nunes e Marçal, ambos com 24% das intenções
Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana
França anuncia novo gabinete de centro-direita após vitória da esquerda nas eleições parlamentares; conheça os membros
Novo premiê, Michel Barnier, montou gabinete já aprovado e anunciado pela presidência neste sábado
Governo descongela R$ 1,7 bi do Orçamento e projeção de déficit primário fica dentro da margem de tolerância de 2024; veja as projeções
Contenção do orçamento cai de R$ 15 bi para R$ 13,3 bi, e estimativa de déficit primário recua de R$ 32,6 bilhões para R$ 28,3 bilhões
Braskem (BRKM5): governo vai aumentar a tarifa de importação para 20% em produtos químicos — e por que isso é uma boa notícia para a petroquímica
A medida, aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), terá vigência de um ano; indústria reclamava de concorrência desleal da China