Novo recorde: Ibovespa pisa no acelerador na reta final do pregão e renova as máximas
Impulsionado pelo bom desempenho das ações da Petrobras e dos bancos, o Ibovespa recuperou as perdas de ontem e chegou a uma nova máxima de fechamento. O dólar teve leve alta, mas continua em R$ 4,06
O pregão desta terça-feira (17) caminhava para um desfecho com poucas emoções. Desde o início do dia, o Ibovespa exibia um leve viés positivo, mas sem nunca conseguir se afastar da estabilidade — o dia, afinal, contava com poucos fatores de influência para as operações.
Tanto aqui quanto lá fora, o clima era de certo marasmo: até foram publicados alguns dados referentes à economia americana, mas que não provocaram grandes interferências no preço dos ativos. No front doméstico, destaque para a ata do Copom — mas ela também não trouxe grandes mudanças no panorama que já estava consolidado.
Só que, na última hora de sessão, o Ibovespa começou a acelerar. Como quem não quer nada, o índice foi ganhando terreno — e fechou o dia em alta de 0,64%, aos 112.615,66 pontos — um novo recorde de encerramento.
Lá fora, o dia também foi positivo, embora em menor magnitude: o Dow Jones subiu 0,11%, o S&P 500 teve alta de 0,03% e o Nasdaq avançou 0,10%. Os desempenhos, embora tímidos, foram suficientes para garantir novas máximas aos três índices.
Como já foi dito, a terça-feira trouxe poucos fatores capazes de influenciar o andamento dos mercados. Assim, o pano de fundo para as negociações continuou o mesmo dos últimos dias — e ele é positivo, com menos atritos na guerra comercial e perspectivas otimistas em relação à economia brasileira.
Assim, as bolsas americanas continuaram encontrando espaço para subir, enquanto o Ibovespa recuperou as perdas contabilizadas na sessão de ontem — quando o índice perdeu força subitamente, nos últimos minutos de pregão.
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O mercado de câmbio também refletiu esse ambiente de calmaria: o dólar à vista fechou em leve alta de 0,06%, a R$ 4,0646. A divisa americana apresentou um viés de estabilidade na comparação com a maior parte das moedas de países emergentes.
Por mais que o dia tenha sido relativamente tranquilo, alguns fatores foram repercutidos pelos agentes financeiros nesta terça-feira — com destaque para a ata da última reunião do Copom, que cortou a Selic ao nível de 4,5% ao ano.
Cautela
No documento, o Banco Centralsugeriu cautela com a política de juros, em meio à retomada da atividade econômica.
Ou seja: a autoridade não se comprometeu com um eventual novo corte na Selic no início de 2020 — uma sinalização que provocou ajustes positivos mais intensos nas curvas de juros, tanto na ponta curta quanto na longa.
Veja como ficaram os principais DIs nesta terça-feira:
- Janeiro/2021: de 4,55% para 4,65%;
- Janeiro/2023: de 5,82% para 5,99%;
- Janeiro/2025: de 6,46% para 6,60%;
- Janeiro/2027: de 6,81% para 6,92%.
"O Copom reiterou a postura mais cautelosa, levando em consideração as informações novas [de retomada na economia e aumento na inflação]", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "É preciso analisar a sensibilidade das variáveis macroeconômicas à política monetária, que nunca esteve tão estimulativa".
A ata do Copom, no entanto, não teve grande influência para os mercados de ações e de câmbio. Neles, outras variáveis estiveram em jogo — a começar pelo cenário externo.
Dólar nos holofotes
As negociações de moedas foram impactadas por dois fatores: o noticiário referente ao Brexit e os mais recentes dados da economia americana.
No Reino Unido, a notícia de que o primeiro-ministro do país, Boris Johnson, estaria considerando a alteração do acordo costurado com a Comissão Europeia para a saída do país do bloco continental foi motivo de turbulência nos mercados financeiros.
"Ele abriu espaço para negociar com os parlamentares britânicos, mas agora quer alterar o acordo, algo que gera desconforto em relação à possibilidade de um Brexit sem acordo", diz Beyruti.
Como resultado, o dólar se valorizou mais de 1% em relação à libra esterlina nesta terça-feira — o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo, avançou 0,22%, em função das incertezas ligadas ao Reino Unido.
Além do Brexit, também foi repercutida pelo mercado de câmbio a alta de 1,1% na produção industrial dos Estados Unidos em novembro ante outubro, resultado que ficou acima das previsões dos analistas.
E o Ibovespa?
Bem, o Ibovespa reagiu apenas marginalmente a todos esses pontos citados acima. Sem um fator direto de influência, o índice brasileiro passou por ajustes marginais, aproveitando o tom de calmaria nas bolsas americanas para recuperar as perdas de ontem.
Alguns papéis que fecharam em queda na sessão passada apareceram no campo positivo nesta terça-feira. Foi o caso de Petrobras PN (PETR4), em alta de 1,50%, Petrobras ON (PETR3), com ganho de 1,38%, Itaú Unibanco PN (ITUB4), avançando 1,52%, e Bradesco PN (BBDC4), com valorização de 1,84%.
Por outro lado, ações do setor de varejo e construção fecharam em queda firme, obedecendo uma lógica contrária: em meio à elevação na curva de juros, o mercado aproveitou para realizar os lucros recentes obtidos nesses ativos.
Nesse grupo, estiveram Magazine Luiza ON (MGLU3), com perda de 2,88%, Lojas Americanas PN (LAME4), em baixa de 2,38%, Via Varejo ON (VVAR3), com queda de 2,31%, e MRV ON (MRVE3), recuando 2,15%.
Top 5
Veja as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
- Cielo ON (CIEL3): +5,52%
- B3 ON (B3SA3): +3,40%
- Ultrapar ON (UGPA3): +2,54%
- BR Distribuidora ON (BRDT3): +2,46%
- NotreDame Intermédica ON (GNDI3): +2,29%
Confira também as cinco maiores quedas do índice nesta terça-feira:
- B2W ON (BTOW3): -3,40%
- BRF ON (BRFS3): -3,20%
- Natura ON (NATU3): -3,00%
- Magazine Luiza ON (MGLU3): -2,88%
- Gol PN (GOLL4): -2,75%
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