Ibovespa avança mais de 1,5%, de olho na Previdência; dólar cai a R$ 3,95
Definições a respeito da comissão especial da Câmara, somadas ao detalhamento da proposta de reforma da Previdência, deram ânimo ao Ibovespa e ao dólar
O Ibovespa e o dólar começaram a quinta-feira estressados. Afinal, a reforma da Previdência ainda é motivo de preocupação — e, para piorar, o exterior não estava cooperando.
Mas a situação logo mudou de cara: notícias a respeito da comissão especial da Câmara — o próximo colegiado que irá analisar a reforma — trouxeram alívio ao mercado, pelo menos por hoje.
O Ibovespa, por exemplo, chegou a cair 0,88% mais cedo, aos 94.212,77 pontos, mas virou ao campo positivo pouco antes do meio dia, terminando o pregão em alta de 1,59%, aos 96.552,03 pontos. O dólar à vista teve comportamento semelhante: fechou em baixa 0,78%, a R$ 3,9554, após tocar o patamar dos R$ 4,00 logo após a abertura.
Agilidade
Esse alívio sincronizado teve início após a definição de duas figuras-chave da comissão especial da Câmara: o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) será o presidente do colegiado, enquanto Samuel Moreira (PSDB-SP) ficará com a relatoria.
"Houve uma surpresa com a agilidade. O presidente e o relator são pró-reforma, e isso é positivo", diz Álvaro Frasson, analista da Necton. Ao todo, a comissão especial terá 49 titulares e igual número de suplentes — o início das atividades, contudo, tende a ficar apenas para o dia 7 de maio.
Rafael Winalda, economista da Toro Investimentos, também destaca a rapidez na definição dos cargos principais da comissão especial, especialmente após as dificuldades enfrentadas pelo governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Leia Também
"Há uma inclinação do Rodrigo Maia em dar vazão, velocidade ao trâmite", diz Winalda. Segundo o presidente da Câmara, o cronograma de discussão da proposta deve se desenrolar entre os meses de maio e junho na comissão especial.
Esse movimento de recuperação, tanto do Ibovespa quanto do dólar, ganhou ainda mais força após a divulgação dos dados detalhados da reforma da Previdência. Segundo o ministério da Economia, o impacto total da proposta em 10 anos está estimado em R$ 1,236 trilhão, um pouco acima da estimativa inicialmente apresentada, de R$ 1,1 trilhão.
Mas, apesar do alívio, o mercado segue cauteloso em relação à tramitação da reforma, uma vez que a comissão especial é uma etapa vital para a proposta — essa é a fase em que o texto poderá sofrer as alterações mais profundas e os maiores atrasos.
E o Banco Central?
Winalda, da Toro, ainda pondera que as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, contribuíram para trazer maior tranquilidade ao mercado de câmbio.
Em evento em São Paulo, o diretor afirmou, entre outros pontos, que o dólar "mais caro" pode ser um fenômeno que veio para ficar, e que o BC vai atuar apenas em momentos de estresse. Segundo Fernandes, a instituição não atua para mudar a direção da taxa de câmbio, mas sim para suavizar eventuais movimentos de estresse do mercado.
"A fala do diretor trouxe segurança", diz Winalda. "A declaração foi no sentido de ressaltar que o BC não vai aceitar especulações e ataques a moeda que possam gerar volatilidade no curto prazo".
Cautela no exterior
Lá fora, o dia começou pesado tanto nas bolsas quanto no mercado de câmbio. O mau humor diminuiu um pouco ao longo da tarde, mas, em linhas gerais, o tom seguiu sendo de cautela no exterior.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo, continuou em alta nesta quinta-feira, mostrando que a moeda americana segue forte no exterior. Ante as divisas emergentes, contudo, a performance foi mista: o dólar ganhou terreno contra o rublo russo, o peso colombiano, a lira turca e o peso argentino, mas perdeu contra o rand sul-africano e o peso mexicano.
Na comparação com o real, o dólar começou o dia em leve alta. Mas, após o ganho de 1,64% de ontem, o mercado de câmbio aproveitou o alívio trazido pelo noticiário local para virar ao campo negativo, voltando à faixa de R$ 3,95
Entre as bolsas dos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 0,51% — o mau desempenho das ações da 3M, em queda de quase 13% após um balanço decepcionante no primeiro trimestre, pressionou o índice. No entanto, o S&P 500 (-0,04%) e o Nasdaq (+0,21%) conseguiram ter desempenho melhor.
Frasson, da Necton, ainda destaca que os dados de pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos em março superaram em muito a projeção dos analistas — um sinal de força da economia americana. "Isso abre espaço para o Fed aumentar os juros no médio prazo", diz ele, ressaltando que esse cenário pode impactar negativamente as bolsas americanas.
As curvas de juros fecharam perto da estabilidade: os DIs para janeiro de 2020 ficaram inalterados em 6,46%, enquanto os DIs com vencimento em janeiro de 2021 subiram de 7,04% para 7,08%. As curvas para janeiro de 2023 avançaram de 8,22% para 8,23%, enquanto as para janeiro de 2025 recuaram de 8,77% para 8,76%.
Balanço forte, mas...
O balanço trimestral do Bradesco foi bem recebido por analistas, mas, ainda assim, as ações ficaram aquém dos demais papéis do setor bancário. Os papéis ON da empresa fecharam em queda de 0,03%, enquanto os ativos PN tiveram alta de 0,84%.
A instituição registrou lucro líquido de R$ 6,238 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço no lucro elevou a rentabilidade do Bradesco para 20,5% — o banco não apresentava um retorno sobre o patrimônio acima de 20% desde o quarto trimestre de 2015.
Analistas reagiram bem aos resultados, destacando os números da área de seguros do banco, mas chamaram a atenção para a receita mais fraca com a cobrança de tarifas e serviços, além do aumento mais forte das despesas.
Segundo um gestor, os resultados do Bradesco foram sólidos, porém dentro do esperado. "Provavelmente, alguns investidores estavam esperando uma grande surpresa positiva, da mesma amplitude da registrada no quarto trimestre de 2018, e essa surpresa não veio", diz ele. "É um movimento mais técnico".
Outras ações do setor bancário aproveitaram o bom humor dos mercados para subir com maior intensidade, caso de Itaú Unibanco PN (+1,54%) e Banco do Brasil ON (+1,64%).
Natura dispara
Os papéis ON da Natura avançaram 10,05% e lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira, em meio à percepção de que as negociações entre a empresa brasileira e a Avon estão avançando.
A Avon Products e o fundo de investimentos Cerberus acertaram a venda divisão norte-americana da Avon à sul-coreana LG Household & Health, por US$ 125 milhões. "A informação ajuda na negociação, a Natura tem interesse nas operações da Avon na América Latina", diz um gestor. "A Avon Europa deve ser resolvida depois, mas o cenário como um todo melhorou".
Suzano e Klabin no azul
Os ativos da Suzano e da Klabin também se deram bem nesta quinta-feira. Em relatório, o BTG Pactual diz que os estoques globais de celulose parecem estar se normalizando — o excesso de oferta vinha limitando os preços da commodity. "Acreditamos que estamos num ponto de inflexão, em termos de tendência, e esperamos uma reação positiva do mercado", diz o documento.
Como resultado, as units da Klabin fecharam o pregão com ganho de 5,17%, enquanto as ações ON da Suzano avançaram 3,96%.
Esquenta para o balanço
As ações ON da Lojas Renner terminaram o dia entre as maiores atas do Ibovespa, com ganho de 5,56%. A empresa divulga ainda hoje seus números referentes ao primeiro trimestre deste ano — e as perspectivas são positivas.
Segundo a média das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg, a Renner deve encerrar o período com lucro líquido de R$ 146 milhões, alta de 31% ante os primeiros três meses de 2018. A receita líquida da companhia deve crescer 15% na mesma base de comparação, para R$ 1,872 bilhão.
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira
Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda